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A saúde na contemporaneidade vem sendo considerada um valor distintivo a ser conquistado, na qual o discurso sobre “saudável” incorpora significados como juventude, força e beleza. A crescente valorização da aparência física tem levado um número cada vez maior de pessoas a frequentar academias de musculação, bem como a consumir produtos farmacêuticos e nutricionais, em vista do aprimoramento das dimensões corpóreas. Este trabalho tem por objetivo descrever os cuidados com o corpo e analisar as concepções de saúde de homens das classes populares freqüentadores de academia na cidade de Salvador. Foi realizado um estudo etnográfico, com vistas a compreender como a construção do corpo musculoso se associa a masculinidade e a saúde nos praticantes de musculação de academias de bairros populares. Utilizou-se predominantemente a metodologia etnográfica proposta por Loic Wacquant (2002) da “Participação Observante”, no intuito de colher impressões, descrições e cenas que minuciosamente orientam o entendimento das práticas de musculação. Além disso, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com freqüentadores de academias. A musculação se constitui como um esporte em que dar o máximo de si está diretamente ligado ao limite máximo de transformação do próprio corpo. O corpo funciona como um elemento que encarna uma idéia de controle físico e mental, fatores relacionados diretamente como elementos essenciais a saúde. Se por um lado os adeptos ostentam a necessidade de se ter uma vida regrada evitando os excessos da vida mundana, por outro lado utilizam para a manutenção e fabricação do corpo a prática excessiva dos exercícios físicos e o uso elevado de substâncias anabólicas. Esses homens que vêem na disciplina do esporte uma forma de negação de outras masculinidades construídas pelo tráfico de drogas e violência constroem novas hierarquias de masculinidades, na qual a figura do “homem de bem” se instaura como seu elemento estruturante. Observa-se que a idéia de saúde, no contexto estudado, também está diretamente ligada ao que se permeia no imaginário masculino: “saúde, sinônimo de força e externalização do bem-estar físico”, uma vez que esses homens vêem a representação física dos seus corpos como um marcador de saúde, mesmo que na construção do corpo “sarado” eles driblem a lógica do corpo tido como “saudável”. Assim, pode-se concluir que as formas de lidar com o corpo e com a identidade de gênero pode apreender uma riqueza de pormenores que em menor ou maior grau atinge os padrões de saúde e doença.
META FORM |
name="WebObraForm" |
FORM FIELD Título |
Ttulo |
Corpo sarado, corpo saúdavel? Construção da masculinidade de homens adeptos da prática da musculação na cidade de Salvador |
FORM FIELD Autor |
Autor |
CHAVES, José Carlos Oliveira |
FORM FIELD Ano |
Ano |
2010 |
FORM FIELD FormatoDaObra |
FormatoDaObra |
Dissertação de Mestrado |
FORM FIELD Instituição de Origem |
InstituiodeOrigem? |
Universidade Federal da Bahia |
FORM FIELD Estado Instituição |
EstadoInstituio? |
Bahia |
FORM FIELD Local Tema |
LocalTema? |
Salvador |
FORM FIELD Local de Publicação |
LocaldePublicao? |
Salvador |
FORM FIELD Instituição Responsável |
InstituioResponsvel? |
Instituto de Saúde Coletiva |
FORM FIELD FormatoDisponivel |
FormatoDisponivel |
Texto integral |
FORM FIELD Número de Páginas |
NmerodePginas? |
185 |
FORM FIELD Idioma |
Idioma |
Português |
FORM FIELD Palavras Chave |
PalavrasChave? |
Corpo; Musculação; Masculinidade; Saúde |
FORM FIELD Resumo |
Resumo |
A saúde na contemporaneidade vem sendo considerada um valor distintivo a ser conquistado, na qual o discurso sobre “saudável” incorpora significados como juventude, força e beleza. A crescente valorização da aparência física tem levado um número cada vez maior de pessoas a frequentar academias de musculação, bem como a consumir produtos farmacêuticos e nutricionais, em vista do aprimoramento das dimensões corpóreas. Este trabalho tem por objetivo descrever os cuidados com o corpo e analisar as concepções de saúde de homens das classes populares freqüentadores de academia na cidade de Salvador. Foi realizado um estudo etnográfico, com vistas a compreender como a construção do corpo musculoso se associa a masculinidade e a saúde nos praticantes de musculação de academias de bairros populares. Utilizou-se predominantemente a metodologia etnográfica proposta por Loic Wacquant (2002) da “Participação Observante”, no intuito de colher impressões, descrições e cenas que minuciosamente orientam o entendimento das práticas de musculação. Além disso, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com freqüentadores de academias. A musculação se constitui como um esporte em que dar o máximo de si está diretamente ligado ao limite máximo de transformação do próprio corpo. O corpo funciona como um elemento que encarna uma idéia de controle físico e mental, fatores relacionados diretamente como elementos essenciais a saúde. Se por um lado os adeptos ostentam a necessidade de se ter uma vida regrada evitando os excessos da vida mundana, por outro lado utilizam para a manutenção e fabricação do corpo a prática excessiva dos exercícios físicos e o uso elevado de substâncias anabólicas. Esses homens que vêem na disciplina do esporte uma forma de negação de outras masculinidades construídas pelo tráfico de drogas e violência constroem novas hierarquias de masculinidades, na qual a figura do “homem de bem” se instaura como seu elemento estruturante. Observa-se que a idéia de saúde, no contexto estudado, também está diretamente ligada ao que se permeia no imaginário masculino: “saúde, sinônimo de força e externalização do bem-estar físico”, uma vez que esses homens vêem a representação física dos seus corpos como um marcador de saúde, mesmo que na construção do corpo “sarado” eles driblem a lógica do corpo tido como “saudável”. Assim, pode-se concluir que as formas de lidar com o corpo e com a identidade de gênero pode apreender uma riqueza de pormenores que em menor ou maior grau atinge os padrões de saúde e doença. |
FORM FIELD Link |
Link |
Dissertação de Mestrado |
FORM FIELD Referência para Citação |
RefernciaparaCitao? |
CHAVES, José Carlos Oliveira. Corpo "sarado", corpo "saúdavel"? Construção da masculinidade de homens adeptos da prática da musculação na cidade de Salvador / José Carlos Oliveira Chaves - Salvador: J. C. O. CHAVES, 2010. 185 páginas. |
FORM FIELD Observação |
Observao |
Material linkado com o Sistema de Publicação Eletrônica de Teses e Dissertações - Bilblioteca Digital UFBA. |
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