Em novembro do ano passado, no Sexto Congresso de Estudantes da UFBA, o
movimento estudantil aprovou a criação da Diretoria de Meio Ambiente do DCE,
uma das poucas iniciativas dessa área a nível nacional. Essa movimentação é fruto da
necessidade de integrar ao movimento temas relevantes e que já eram debatidos por
diversas (os) estudantes e coletivos organizadas (os).
Devemos pensar nossas áreas verdes a partir de sua função ecológica, pedagógica e
social, viabilizando a diminuição do consumo de água e a implantação da coleta seletiva
dos resíduos sólidos, bem como a compostagem dos resíduos orgânicos do Restaurante
Universitário e demais cantinas. Outro passo fundamental é trabalhar a educação
ambiental dentro e fora da universidade como forma de sensibilização de todas e todos
visando à transformação da maneira como utilizamos os espaços e nossa dinâmica de
consumo.
O DCE, através da Diretoria de Meio Ambiente, vem construindo com diversas (os)
estudantes e entidades de base uma comissão estudantil para debater as questões
ambientais da UFBA. Nesse primeiro momento temos como foco a formulação do
Projeto Praça Viva, iniciado pelo Coletivo Organismo, que tem como objetivo a
construção de uma eco-praça na área entre a Faculdade de Biologia e a Biblioteca
Central, onde está situado o Sistema Agro Florestal (SAF). O SAF foi feito por
estudantes, principalmente através do Coletivo Organismo, visando à revitalização do
espaço e sendo utilizado para eventos culturais e pedagógicos, mobilizações estudantis e
aulas de campo. A idéia é utilizar este projeto como piloto para recuperação das demais
áreas verdes da universidade. Infelizmente, o local foi violentamente destruído durante
o último carnaval, pela Prefeitura de Campus, sem discussão nos fóruns devidos ou
acompanhamento do impacto ambiental.
A existência de um espaço estudantil voltado para a discussão, planejamento e atuação
na gestão ambiental dos nossos campi é fundamental. A nossa universidade abriga
uma área verde significativa para Salvador, refúgio de biodiversidade dentro da cidade.
No entanto, ao observarmos o manejo da poda e do lixo e a maneira como se dá a
expansão das unidades universitárias é fácil perceber que essa dimensão é muitas vezes
desconsiderada pela administração central. Por isso a urgência de traçarmos novos
rumos para uma gestão ambiental participativa na UFBA.