Difference: Artigo (34 vs. 35)

Revision 3512 Jun 2007 - TaniaMotta

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Artigo em construção

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 O fato de o aluno, na aprendizagem virtual, inserir-se no modelo pedagógico de base colaborativa, pressupõe nele alguns pré-requisitos. Henri e Basques (2003) apud Meirinhos (2006:119) afiram que “Para colaborar é imperativo o desenvolvimento prévio de habilidades necessárias a uma maior maturidade cognitiva, como a autonomia e o controlo de si mesmo nos processos”, no que Deaudelin e Dubé (2003) acrescentam também “habilidades sociais e de comunicação”, elementos esses que, como visto acima, as análises de Abadd et al. e Maia et al vão negar já estejam desenvolvidas, por se apresentarem como causas de evasão.

4.1 De professor a tutor

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Os ambientes virtuais de aprendizagem evocam a recontextualização das práticas pedagógicas, estabelecendo novas funções e novas competências a formadores e formandos. É para esta direção que aponta Kenski (2007:88) quando afirma que a grande revolução no ensino não se dá apenas pelo uso mais intensivo do computador e da Internet em atividades a distância, mas que é preciso que se organizem novas experiências pedagógicas em que as tecnologias possam ser usadas em processos cooperativos de aprendizagem, valorizando-se o diálogo e a participação continua de todos.
 
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“O ensino mediado pelas tecnologias digitais redimensiona os papéis de todos os envolvidos no processo educacional. Novos procedimentos pedagógicos são exigidos” p 93
 
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Essas mudanças se refletem, principalmente, nas funções clássicas do formador, agora reconhecido como tutor, mediador, assistente. Alava (2005:62), diz que a introdução de novas tecnologias acaba sendo vista como uma perturbação na estratégia de formação dos professores, já que passa a existir um conflito e o formador se vê envolvido em uma imposição de reorganização dos seus atos de ensino. Alava, citando Peraya, completa ao afirmar que essa necessidade de diversificação e mudança leva a resistências.
 
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Meirinhos (200:25) amplia esta visão ao atribuir resistência não só ao professor, como a todo o contexto da escola, que não inova e se transforma com as novas tecnologias, mas as coloca a serviço de ações reprodutoras de práticas (não tão) antigas.
 
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Em contrapartida, Alava (2005:92) atribui a este cenário novas funções que podem surgir e ser valorizadas. Nesse novo papel, o formador é animador, tutor, moderador. Ele cobre, ao mesmo tempo, o acompanhamento técnico e o pedagógico dos formandos, sem perder de vista a motivação e a interatividade.

Para Cebrián (2003) apud Meirinhos (2006:50), a inovação tecnológica exige o seguinte perfil para este novo formador: - Assessor e guia da auto-aprendizagem; - Motivador e facilitador de recursos; - Desenhador de novos ambientes de aprendizagem com as TIC; - Adaptador de materais utilizando diferentes suportes; - Produtor de materiais didáticos em novos suportes; - Avaliador dos processos que se produzem nestes novos ambientes; - Formando consciente da necessidade de uma auto-aprendizagem permanente suportada pelas TIC.

Meirinhos (2006:52) caracteriza a necessidade deste formador utilizar também a formação continuada e num contexto de aprendizagem a distância para desenvolver competências essenciais ao desenvolvimento profissional. É o que Bernard (1999) apud Meirinhos chama de tecnologias formativas e emergência de um novo espírito formativo.

“Estas competências de formação em rede apresentam uma dupla vertente. São necessárias ao professor, enquanto agente educativo, na medida em que, também ele pode criar condições para que os seus alunos aprendam utilizando os novos ambientes de aprendizagem a distância. Mas, por outro lado, são também necessárias ao professor enquanto formando predisposto a um aperfeiçoamento contínuo, que pode promover o seu desenvolvimento profissional em ambientes de formação a distância, suportados pelas tecnologias formativas.” P 52

São estes os aspectos indispensáveis a este formador elencados por Meirinhos(2006:54), no campo da comunicação e inter-relacionamento nos novos ambientes de formação: - Desenvolvimento de capacidades de interação a distância, nomeadamente comunicação síncrona e assíncrona em suporte digital. A interatividade assíncrona é bastante relevante, e existe alguma dificuldade em entender a importância da assincronia (Salmon, 2002); - Consciência das potencialidades e limitações das diversas formas de comunicação a distância; - Capacidade de estabelecer e manter relações sociais em ambientes de aprendizagem a distância; - Desenvolvimento de hábitos e rotinas de trabalho a distância, nomeadamente a formação a partir do local de trabalho e uma reorganização do tempo pessoal, como destaca Bernard (1999).

Daele e Lusalusa (2002) apud Meirinhos(2006:118) destacam quatro grandes funções do formador para situações de aprendizagem em grupo a distância: social, organizacional, pedagógica e técnica. Estas quatro funções principais requerem competências ou habilidades interdependentes, mas necessárias ao formador para orientar e desenvolver grupos ou comunidades de aprendizagem. - A função social é necessária ao formador para criar um clima de sociabilidade entre os participantes, a fim destes se sentirem à vontade na comunicação e no trabalho conjunto. É necessário o domínio de habilidades que lhe permitam motivar e incutir confiança entre os formandos, estabelecer a coesão entre os elementos do grupo, bem como negociar consensos e resolver possíveis conflitos. É necessário criar uma certa identidade de grupo, necessária à concepção, manutenção e desenvolvimento de uma comunidade (Garrison e Anderson, 2005; Salmon, 2004). - A função organizacional é necessária para a organização e gestão do trabalho. É necessária para a planificação de toda a atividade formativa a implementar, como por exemplo, a formação de grupos de trabalho, criação de agendas de trabalho, desenho de atividades e tempo de implementação, etc. - A função pedagógica é um suporte necessário à construção conjunta de conhecimentos. É uma função fundamental para favorecer o desenvolvimento do pensamento crítico (Garrison e Anderson, 2005), o desenvolvimento de competências de auto-aprendizagem e de independência para trabalhar com os outros elementos do grupo (Salmon, 2004). Esta função vai muito para além da orientação na aquisição de conhecimentos, e adquire mais sentido no momento de encorajar, de estimular os formandos a interagir e de adequar as atividades ao nível evolutivo dos formandos (Salmon, 2004). - A função técnica visa ajudar os participantes a utilizar, sem esforço, a plataforma de comunicação enquanto suporte de aprendizagem. Não se trata apenas de habilidades necessárias para dominar a tecnologia, mas também para tirar um verdadeiro proveito dessa tecnologia. Torna-se, assim, evidente a necessidade do formador fornecer apoio aos participantes para tirarem vantagem das diferentes ferramentas de comunicação, orientando ou sugerindo as ferramentas de comunicação mais adequadas para determinadas situações de aprendizagem. O seu apoio pode ser primordial para resolver problemas técnicos e de comunicação que os formandos possam apresentar em algumas circunstâncias da aprendizagem.

Todas essas (e outras) novas atribuições exigidas ao formador/professor são complexas e se somam às inúmeras exigências necessárias a formação presencial, levando, muitas vezes, a uma sobrecarga de trabalho deste profissional. Surgem novos desafios, novos esforços.

 
 
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