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Revision 927 May 2006 - RicieriCarliniZorzal

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História da Educação Musical no Brasil

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  A fase jesuítica da escolarização colonial
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A mentalidade eurocêntrica esteve presente desde a chegada dos primeiros jesuítas ao Brasil, em 1549. Decididos a catequizar os índios, eles impuseram costumes e práticas religiosas vigentes na metrópole de terras portuguesas do século XVI. Com a metodologia de ensino musical não foi diferente. "Ensinava-se os índios a cantar em português ou latim e a tocar instrumentos europeus formando, inclusive, pequenas orquestras e coros, e encenando autos cristãos" (FONTERRADA, 1992, p.70). Tais práticas foram prescritas até 1759, ano em que os jesuítas foram expulsos do Brasil. Quase dois séculos de aculturamento nos incute a idéia de ser pequena a influência da cultura indígena na música brasileira. Isso pode ser percebido em livros da história da música no Brasil (KIEFER, 1977; ANDRADE, 1987; MARIZ, 2000). Ao afirmarmos que a música brasileira tem pouco da cultura indígena não estaríamos classificando como música brasileira apenas o que ouvimos? O que falar dos Bois Garantido e Caprichoso? Os índios não foram expulsos com os jesuítas, permaneceram e transmitiram às suas futuras gerações seu legado. Ainda hoje temos importantes pesquisadores envolvidos com diferentes aspectos da música indígena como: Helza Cameu; Rafael José Menezes Bastos; Kilza Setti; e Rosângela Pereira de Tugny.
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A mentalidade eurocêntrica esteve presente desde a chegada dos primeiros jesuítas ao Brasil, em 1549. Decididos a catequizar os índios, eles impuseram costumes e práticas religiosas vigentes na metrópole de terras portuguesas do século XVI. Com a metodologia de ensino musical não foi diferente. "Ensinava-se os índios a cantar em português ou latim e a tocar instrumentos europeus formando, inclusive, pequenas orquestras e coros, e encenando autos cristãos" (FONTERRADA, 1992, p.70). Tais práticas foram prescritas até 1759, ano em que os jesuítas foram expulsos do Brasil. Mais de dois séculos de transculturamento nos incute a idéia de ser pequena a influência da cultura indígena na música brasileira. Isso pode ser percebido em livros da história da música no Brasil (KIEFER, 1977; ANDRADE, 1987; MARIZ, 2000). Ao afirmarmos que a música brasileira tem pouco da cultura indígena não estaríamos classificando como música brasileira apenas o que ouvimos? O que falar dos Bois Garantido e Caprichoso? Os índios não foram expulsos com os jesuítas, eles permaneceram e transmitiram às suas futuras gerações seu legado. Ainda em nossos dias temos importantes pesquisadores envolvidos com diferentes aspectos da música indígena, tais como: Helza Cameu; Rafael José Menezes Bastos; Kilza Setti; e Rosângela Pereira de Tugny.
  A política vigente era de que a colônia (Brasil) deveria prover recursos para a metrópole (Portugal). Por este motivo a pequena nobreza veio organizar a “empresa colonial”. Segundo Ribeiro, a catequese incluia o aprendizado do português, a doutrina cristã, e o que se chamava "a escola de ler e escrever". Quanto ao idioma que os jesuítas utilizavam para a catequese, Bruno kiefer (1977, p.12) menciona “é sabido que os jesuítas adaptavam o cantochão ao idioma dos indígenas e, ao mesmo tempo, ensinavam-lhes instrumentos europeus.Em caráter opcional, prosseguia com o ensino de canto orfeônico e música instrumental para os filhos dos portugueses com possibilidade de aprendizado profissional e agrícola, e de outro, aulas de gramática e viagem de estudos à Europa. (2003: 21-2) Logo ficou evidente que os índios não se submeteriam às instruções religiosas, e estes foram preteridos em função dos filhos dos colonos. Sabemos que os jesuítas foram os primeiros professores de música européia no Brasil, como afirma Kiefer (1977, p. 11): A ação dos jesuítas no campo da música tinha uma finalidade eminentemente catequética e visava, sobretudo, os indígenas. Muito mais importante, neste sentido, foi a ação dos mestres de capela que vieram de Portugal ou que se criaram aqui – padres e leigos – e que teve início já no primeiro governo geral na Bahia e, logo depois, em Pernambuco e outros centros. Além disto, é preciso não perder de vista que os portugueses trouxeram para cá as suas danças e seus cantares.” (KIEFER, 1977, p.12).
 
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