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Revision 112 Feb 2005 - NelsonPretto

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Mídias Digitais e Educação: tudo ao mesmo tempo agora o tempo todo...i

Maria de Fátima Monte Lima * Nelson De Luca Pretto** Simone de Lucena Ferreira***

Pensar na relação da mídia com a educação, englobando um discussão dos aspectos tecnológicos dos sistemas de comunicação e de informação, exige-nos pensar, inicialmente, sobre o papel das políticas públicas das áreas que se articulam – ou, pelo menos, deveriam se articular! - no sentido de contribuir para uma melhor compreensão das relações que se estabelecem entre esses diversos campos do saber. Nesse sentido, no presente capítulo vamos navegar, inicialmente, por uma análise das políticas públicas implantadas, através do programa sociedades da informação, no mundo contemporâneo, que vive uma crise estrutural do capitalismo, capitalismo este exatamente o responsável pelos grandes avanços tecnológicos na área das telecomunicações e da comunicação, particularmente. Posteriormente, navegaremos pelas políticas públicas na educação, pensando como as ocidentalmente denominadas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) estão mexendo com a educação e com a escola em particular. Chegamos, finalmente, na uma análise dos desafios que estão nos sendo postos pelos avanços tecnológicos, particularmente com a convergência tecnológica e, no caso brasileiro, com o desenvolvimento do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD). A Sociedade da Informação na crise estrutural do capitalismo A importância da educação, da comunicação e da informação no mundo contemporâneo encontra-se ligada às possibilidades colocadas pela reestruturação do capitalismo no século XXI. A internet, no seio da chamada Sociedade da Informação, pode tornar-se um espaço virtual democrático, dialógico e contraditório. Uma rede de produção e de assimilação de saberes e informações, constituída de poderes e que, sob o controle do Estado e do capital, poderá confinar o componente criativo da esfera virtual, ao fechar portas e canais de acesso aos inúmeros e diferenciados criadores anônimos do cotidiano social. Vista como fator de cultura na escola, a internet, e junto com ela todas as demais tecnologias da informação e comunicação, lança o grande desafio da universalização e da democratização da educação e também das próprias tecnologias, que cruzam as possibilidades políticas do Estado e da Sociedade. A internet, como fator de cultura, aprendizagem e democratização na escola, pode ser uma oportunidade para a educação reafirmar o seu lugar historicamente, libertando-se das amarras do tempo e espaço escolares circunscritos à normatização e regulação da razão instrumental, abrindo suas portas e janelas para a convivência com diferentes valores e culturas. O uso social da rede internet pode vir a transformar a escola única na escola plural, produzindo diferentes saberes e diferentes culturas. Tanto os caminhos como as possibilidades e limites da Sociedade da Informação serão aqui estabelecidos e construídos mediante os laços estabelecidos entre as Políticas Públicas de Educação e de Comunicação. Nesse universo, a discussão da Sociedade da Informação e do Estado articula-se a das Políticas Educacionais, uma vez que, originárias do processo de produção de mercadorias, surgem como elementos inusitados do século passado, reorganizando o modo de produção e o trabalho abstrato, transformando a informação em elemento central do processo produtivo, fato que abre condições inéditas para experiências sociais onde a construção de práticas transversais e relações horizontalizadas sejam o embrião de uma nova ordem. Assim, torna-se difícil, no mundo contemporâneo, compreender essa questão através de uma abordagem que insista na ótica da cisão entre a economia e a cultura, uma vez que a Sociedade da Informação apresenta como uma das suas principais características a produção de subjetividades como elemento essencial ao estabelecimento das relações sociais. As transformações suscitadas pelas TICs, portanto, desenvolvem novos caminhos para a economia, para a cultura e para a sociedade. A insurgência política da Sociedade da Informação aponta uma rica discussão travada na literatura contemporânea, com grande diversidade de pontos de vista sobre o que se configurou denominar, de modo mais amplo, de globalização. O mais interessante nesta discussão é a presença de dissenso nas múltiplas formas de interpretação de um fenômeno tão antigo e ao mesmo tempo tão contemporâneo. A riqueza que o conforma não é menor que a sua ambigüidade e conseqüências sociais. Nos países nos quais essa política foi implantada, o resultado foi sempre um diferencial maior entre ricos e pobres, fazendo com que conservadores e socialistas se debrucem sobre a temática. A partir de elementos da investigação sociológica e antropológica modernos, não fixamos um único paradigma de interpretação do fenômeno, mas, ao contrário, acrescentamos-lhes as contribuições de outras leituras, abordando a emergência da Sociedade da Informação no coração desta diversidade. A idéia de Sociedade da Informação nasce no século XX, no ventre da sociedade capitalista global, conhecida como globalização. Vendeu-se a idéia de um mundo sem fronteiras, interligado, com nações interdependentes e empresas sem nacionalidade, desfrutando todas dos mesmos problemas só que em graus diferenciados, em constante harmonia. Concepção essa mais utilizada por autores neoliberais como Milton Friedman, Friedrick Hayeck, Lionel Robbins e Karl Popper, todos, adversários do Estado de Bem Estar Social e do new deal norte-americano. Esta forma de entender a globalização tem como fundamento uma ordem única, vertical e universal, configurando-se numa das temáticas mais eloqüentes nas arenas, política, econômica e cultural. Vista pelo prisma da ideologia neoliberal, a globalização caracteriza-se pela liberdade total do mercado e pela imprescindível ausência de controle do Estado sobre a economia global. Segundo alguns desses ideólogos, ao pretender-se imbatível, ou não modificável pelos sujeitos sociais, justificada pela inexorabilidade do avanço tecnológico, facilita ao poder hegemônico identificá-la como o único modelo de desenvolvimento. [Fátima.. seria bom umas referencias aqui!!!] No entanto, visível é o poder e a expansão atuais do capital, pelo nível complexo de organização das nações ricas que tentam impor suas regras, políticas e interesses a todas as nações. Também é verdade que existe uma rede de instituições internacionais – como o Grupo dos Oito (G8), a Organização Mundial do Comércio (OMC), a Organização Européia para o Comércio e Desenvolvimento (OCDE), o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (BM), entre outras, que constituem uma força internacional unificada destinada a controlar, governar e administrar a vida no planeta em função do livre mercado e do livre lucro no capitalismo financeiro mundial. Aconteceu, de fato, uma mudança crucial e global na redefinição do Banco Mundial, distante dos índices nacionais de crescimento e mais aproximada das medidas que indicam a participação global nos mercados mundiais, o que só ratifica a verticalidade das relações estabelecidas entre as nações, no sentido de manter as atuais estruturas de dominação. Todavia, ao mesmo tempo, os movimentos sociais do limiar do século XXI, parecem querer, de alguma forma, demarcar a necessidade social de encerramento do jogo político neoliberal, surgindo como um grito contra a globalização da miséria social, indicando novas formas de política social, que demonstram a presença de uma outra lógica de mover-se num universo heterogêneo, difuso, multitemporal e multicultural. São exemplos, o Movimento Zapatista, enraizado nas culturas indígenas de Chiapas, que luta em busca de autonomia contra a dominação americana sobre a Nação mexicana; o Movimento dos Sem-Terra, que luta pela reforma agrária no Brasil; o Movimento contra a globalização econômica atual, que desponta pela primeira vez mundialmente a partir de Seatle/EUA, replicando-se, depois, em Washington, Praga, Nice, Genova e Porto Alegre, onde aconteceu pela primeira vez em 2001 os Fóruns Social Mundial, contrapondo-se ao fórum dos países ricos, em Davos, na Suíça, liderado pela Organização Mundial do Comércio (OMC) [tá certo isso de liderado pela OMC?!!!]. Essas manifestações inauguram um novo movimento do internacionalismo político, orientado por interesses comuns de trabalhadores de todos os países em defesa da humanidade e se materializam a partir de uma intensificação das ações das Organizações Não-Governamentais (ONGs), que passam a ocupar um espaço social local e planetário, reafirmando a democracia nas diferentes sociedades, impondo novos e importantes a(u)tores no âmbito da sociedade civil mundial. Aqui podemos citar como exemplos o Greenpeace, na defesa ecológica; a Anistia Internacional, na defesa dos direitos jurídicos; o Médico sem fronteiras, na defesa do direito à saúde e à vida, entre tantos outros. A força contraditória e dinâmica da realidade expõe o movimento, aparentemente, hegemônico do grande capital, produzindo em sua dialética o insurgente, o dissipativo, o diferente, uma desordem transversal que nos arrasta na busca de novas formas de compreensão das atuais conexões entre o capital e a cultura, o Estado e a Sociedade. A potencialidade política e social do momento histórico atual, permite-nos pensar na direção de uma forma societária que seja humana e justa. Convivência essa que se impõe quase sempre de forma conflituosa em função da necessidade histórica dos grupos em reafirmar os seus diferentes valores e princípios centrados na autonomia, na solidariedade e na diferença. Há, portanto, uma necessidade premente da desnaturalização dos processos de globalização (BORÓN, 1995) cujo significado vai além da mera aparência de um movimento homogêneo, pacífico e democrático, que traduza, ao nível ideológico, mudanças estruturais muito mais profundas. A globalização não é um fenômeno novo e não se origina neste século, ela é fruto de um processo histórico, que engloba a história do capital do Estado-Nação, do modo de produção capitalista anterior ao século XIX, que se origina no continente europeu, tendo sido analisada entre outros por Eric Hobsbawm (1975), Fernand Braudel (1979), Karl Polany (1994), David Harvey (1993), Milton Santos, (1993) e (2000), François Chesnais (1994), Renato Ortiz (1994), Giovanni Arrighi (1994), Otávio Ianni (1997) e Carlos Vilas (1999). Essas análises assumem diferentes tessituras, uns a explicando sob uma dimensão mais econômica, como Chesnais, Ianni, Forester, Santos e Castells e, outros, a concebendo na dimensão mais cultural do processo, como Boaventura de Souza Santos (2000), Renato Ortiz (1988), David Harvey (1989) e Fredric Jameson (1997). Esse, não é um processo que teve início apenas no século passado, mas é necessário compreender que a globalização é “uma dimensão processual de expansão do capitalismo desde suas origens mercantis em algumas cidades da Europa nos séculos XIV e XV como dimensão particularmente dinâmica do capitalismo e, como efeito de sua vocação expansiva em relação aos territórios, populações, recursos e experiências culturais” (VILAS, 1999:25). Essa dinâmica expansiva do capitalismo europeu no século XVI [mas Vilas falou em XIV e XV????isso tá certo, Fátima?!] encontrava-se associada ao novo espírito intelectual e político da época, o que proporcionou impulso brutal nos processos metropolitanos de acumulação a partir da abertura de novas fronteiras. Essa necessidade uniu-se também ao desenvolvimento de conhecimentos ligados aos fenômenos físicos e astronômicos, os quais iriam permitir a construção de instrumentos técnicos que proporcionaram o domínio da arte de navegar e a conquista de novos mundos, expandindo cada vez mais o mercado europeu. Esse progresso da ciência e sua aplicação na produção, favoreceu a conquista de novas terras, de novas fontes de matérias primas e de novos produtos de consumo, conduzindo à implantação política em novos territórios, onde era subjugada a população local. A este processo violento do expansionismo vertical colonial, Vilas denomina de “a primeira onda de globalização pela via da submissão colonial e da mudança cultural”(VILAS, 1999: 26), o que nos leva a questionar os esquemas de intercâmbio cultural e de integração econômica da globalização na contemporaneidade e a própria era da interdependência política e econômica, fruto da integração mundial. No nosso ponto de vista, o processo histórico da globalização, em sua dinâmica histórica é um processo econômico e cultural, embora se expresse de forma polarizada: em alguns momentos priorizando o econômico, em outros, o cultural. Coetaneamente, essas duas instâncias se encontram e suas formas vão sendo definidas pelo movimento que o trabalho vem assumindo, historicamente, nas diferentes sociedades.ii Karl Marx e Frederic Engels (MARX e ENGELS, 1980) antecipam o movimento de mundialização do capital, pontuando categorias básicas de análises, como o cosmopolitismo das relações, a interdependência entre as nações, a dinâmica do local – regional – mundial, a generalização da produção material e intelectual, e a acirrada polêmica entre o nacional e o universal. Fundamentado na análise marxista, François Chesnais (1996: 24), analisa o processo de restruturação capitalista de forma mais crítica e radical, preferindo denominá-lo de mundialização do capital, por acreditar que essa expressão corresponde melhor à falta de nitidez conceitual dos termos global e globalização e, para ele, a palavra mundial introduz uma força maior do que o termo global. A idéia é que, se a economia se mundializou, seria importante construir rapidamente instituições políticas mundiais capazes de dominar o seu movimento. No entanto, não é isto que percebemos estar em curso. Ao contrário, o que vemos, por exemplo, analisando o movimento do Grupo dos Oito (G8), é que ainda se aposta nas vantagens trazidas pelas políticas de liberação e desregulamentação implantadas nos países, por eles denominados, em desenvolvimento e pobres. Sobretudo na medida em que estas vierem acompanhadas da difusão das Tecnologias da Produção, da Informação e da Comunicação, as quais contribuíram com a crise do sistema fordista, fazendo com que explodissem as três formas institucionais que durante os últimos cinqüenta anos, permitiram a regulação social por conta dos Estados: ‘o trabalho assalariado’ enquanto forma predominante de inserção social e de acesso à renda; ‘um sistema monetário internacional’ fundado sobre taxas de câmbio; a existência de ‘instituições nacionais’ suficientemente fortes para impor uma disciplina ao capital privado. A mundialização do capital portanto, está intimamente associada à destruição dessas formas de regulação nacional e internacional. Condena milhões de assalariados e jovens ao ‘desemprego estrutural’, isto é, à marginalização e à exclusão e confia a moeda e finanças à anarquia dos mercados. Os ‘estados’ tiveram sua capacidade de intervenção drasticamente reduzida depois que os governos e as elites dos principais países capitalistas avançados deixaram que o capital – dinheiro se convertesse numa força incontrolável (CHESNAIS, 1994: 51). No âmbito da Revolução Industrial, tanto no econômico quanto no cultural, inaugura-se, aquilo que Marx denominou de a produção de máquinas por meio de máquinas,iii modificando o caráter da produção, realizada pela subsunção real do trabalho. Este fenômeno condensa o conhecimento que o capital extraiu do trabalhador artesanal desenvolvido no período da manufatura com o apoio das ciências. A máquina passa a usar o trabalhador e o capitalismo pode expandir-se, revolucionando o modo de produção. A exclusão produzida pela inserção da máquina e da expropriação do conhecimento do trabalhador estimulou grandes contingentes populacionais excedentes na Europa a se deslocarem em direção a outros continentes, desterritorializando-os. A ciência e a tecnologia, mais uma vez, colaboram de forma determinante para que isto se concretizasse e são exemplos fortes o desenvolvimento dos novos meios de transportes terrestre e naval, a aplicação da energia elétrica e da produção industrial, que favoreceram a criação de novos fluxos de capital e do comércio, assim como das correntes populacionais. Importante papel desempenha a imprensa nessa perspectiva já que veicula pelos diversos suportes disponíveis informações de várias latitudes e populariza estas novas descobertas científicas. Observa-se, com bastante nitidez, que “foram necessárias as Revoluções Industrial e Francesa para que a Revolução Científica se completasse historicamente em todas as áreas do conhecimento no século XIX” (SERPA, 1991: 90). Politicamente, o capitalismo ao intensificar o processo de mudança de sua base técnica, organizacional e cultural, do século XVIII ao XIX, vem determinando um modo de auto-regulação pelo mercado dos capitais individuais em concorrência. Em consonância com este processo, presenciamos a existência de um Estado Liberal que prima pela manutenção da ordem e das condições necessárias ao processo de acumulação do capital, ficando a mobilidade social limitada, então, por critérios econômicos e educacionais de conhecimentos. No início do século XIX, o surgimento da grande empresa capitalista assinala uma nova fase do capitalismo – a da sociedade por ações e do grande capital financeiro – capaz de transformar significativamente o sistema, introduzindo-o na fase monopolista, fato fundamental para o aguçamento da partilha do mundo. Este tipo de capitalismo, diferentemente, do que viria a se tornar posteriormente, prima pela permanência e rigidez do sistema, necessitando de um Estado forte (o Welfare State), e da Ação Sindical como mecanismos reguladores dos interesses do trabalho e capital. O progresso técnico no âmbito dessas mudanças é o responsável por uma nova matriz tecnológica alicerçada na ciência moderna, pela introdução do motor a combustão interna e diversas outras invenções, ocorridas nas diferentes áreas do trabalho e do conhecimento, garantindo a expansão territorial e setorial do sistema. O final do século XX é marcado por uma reestruturação profunda deste sistema, orientada pelo avanço científico e tecnológico em um novo campo de trabalho e por isso denominada de Revolução da Microeletrônica, ou, como preferem alguns estudiosos, como a Terceira Revolução Industrial. Um dos eixos fundamentais do atual processo de restruturação do capitalismo é a expansão das Tecnologias da Informação e da Comunicação, responsáveis pela transformação profunda dos processos de trabalho, da organização da empresa capitalista, das relações inter-empresariais de todos os tipos, das estruturas de comercialização, dos mercados financeiros, enfim, de toda a estrutura econômica mundial. No mercado, os empreendimentos mais importantes são os que se realizam através de processos informatizados, em rede digitais, envolvendo, portanto, subjetividades, idéias, saberes e conhecimentos articulados reticularmente. Essa estruturação em redes telemáticas globais por grandes empresas é o que modifica todo um complexo de sociabilidade mundial, reconstituindo integralmente o mundo do trabalho e da economia, assim como, o da política e da cultura. O suporte para esse desenvolvimento é a extraordinária difusão das telecomunicações e dos grandes sistemas de processamento, armazenamento, transmissão e produção de informações. A ciência avança em sua descobertas, construindo máquinas que seduzem, encurtam distâncias e aumentam a velocidade transformando, radicalmente, as noções modernas de espaço e de tempo. Tudo isto, permite introduzir no sistema econômico uma volatilidade de curto prazo que predomina nas correntes do investimento financeiro, qualificando o atual processo de financeirização e pontuando o caráter especulativo da economia mundial. Talvez seja o momento de fazermos já um recorte na discussão e centramos o nosso foco nas questões mais específicas que interessam ao escopo deste livro: as telecomunicações – e ai a questão da chamada Tv Digital, a educação e a cultura. O recuo ou a retirada do Estado no Brasil, senão total, mas, estrategicamente parcial, em diversas políticas públicas como na Previdência Social, na Saúde, nos salários e preços mínimos e, principalmente, na Educação, possui o objetivo de estimular a expansão do capital nesses setores, ampliando o mercado de capitais mundial. Nessa linha, a privatização das telecomunicações a partir da aprovação da Lei Geral das Telecomunicações (LGT - Lei de 9.472) em julho de 1997, ampliou a participação do capital mundial e restringiu os interesses de acesso local mesmo tendo introduzido mecanismos que garantiriam, pelo menos potencialmente, a democratização do sistema através da criação de um fundo para a universalização das telecomunicações, especialmente com a possibilidade de garantir a chamada inclusão digital. No entanto, interesses hegemônicos do capital, presente de forma intensa no próprio Congresso Nacional não possibilitaram que o artigo 81 da LGT, que criou o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST), pudesse ser rapidamente regulamentando e, mesmo depois da sua regulamentação em __, depois de muita polêmica, o que vimos é que, até hoje, o mesmo não foi utilizado para suas finalidades maiores. A novela do FUST arrasta-se desde 1997, bilhões de reais foram recolhidos e reforçaram o caixa do superavit primário que o governo brasileiro vem fazendo por imposição do FMI, sem no entanto nada se fazer em termos de inclusão digital.

[Darlene e Simone e Fatima: um rabisco aqui sobre o desenvolvimento do FUST e o novo serviço que foi criado (nem sei se chegou a ser...não foi?!!) e que não avança]]

Um dado importante nas diferentes visões culturais da globalização, é que esta explicita uma dinâmica no mundo do trabalho e da cultura na qual a automação, a robótica, a computadorização, a cibernética respondem pelas necessidades de expansão do capital em âmbito mundial, na qual o setor das comunicações, em especial, o das telecomunicações, configuram-se como elemento central para a rearticulação do padrão de desenvolvimento capitalista, acompanhado de mudanças de ordem tecnológicas, econômicas e culturais. É central, nesta análise, percebermos que o elemento crucial na Terceira Revolução Industrial são as Tecnologias da Informação e da Comunicação, levando alguns autores a deterem-se em seu conteúdo específico, a produção de subjetividades, da cultura, do conhecimento e da informação, como pedra angular na construção de novas possibilidades sociais, novos tempos e espaços, constituindo-se numa nova historicidade. Acreditamos, assim como Milton Santos (2000), que a grande mutação tecnológica está colocada pela emergência no cenário mundial das TIC sem, no entanto, perceber que o seu destino encontra-se nas mãos dos homens, dependendo de como eles as disporão politicamente. Milton Santos: “quando sua utilização for democratizada, essas técnicas doces estarão ao serviço do homem (...). Essas condições podem assegurar uma mutação filosófica do homem, capaz de atribuir um novo sentido à existência de cada pessoa e, também, do planeta”(SANTOS, 2000: 174). Pierre Lévy nomeia os artefactos computacionais de Tecnologias Inteligentes por concebê-las como ferramentas comunicacionais e exalta a sua influência na constituição das culturas e inteligências dos grupos. Designa-as de modo amplo, como um terreno político fundamental, como um lugar e uma questão de conflitos, de interpretações divergentes. Uma grande ágora, com um potencial liberador grandioso, uma vez que “(...) por trás da dinâmica contemporânea das ciências e técnicas se escondem não só a razão e a eficácia, mas sim uma infinidade de razões e processos interpretativos e divergentes, não sendo mais possível, excluir a tecnociência da esfera pública (LÉVY, 1996: 187). A partir deste laço, Lèvy imagina uma democracia direta, conveniente à Sociedade da Informação, elegendo o ciberespaço como locus fundamental do exercício e aprofundamento dessa democracia. Segundo ele, a riqueza social dessa ágora virtual, consiste, sem dúvida, em fornecer aos grupos humanos os meios de reunir forças mentais para constituir inteligentes coletivos e dar uma vida a uma democracia em tempo real (LÉVY, 1998: 62). Nesse percurso, não elimina, totalmente, a existência nem o papel do Estado sob as condições de redefinição de suas funções. Acredita que, historicamente, como guardiãs, administradores e executantes da Inteligência Coletiva, os homens construam uma organização capaz de contribuir para a identificação clara dos centros de competência e de recursos, fator importante de transparência e de orientação para os cidadãos. Ao fazê-lo, a organização favorece as conexões e cooperações transversais, o que contribui para seu próprio questionamento, para uma permanente desorganização. Mera fase no ciclo da inteligência coletiva, a organização torna-se auto-organização; ou melhor aparece como um momento organizador de uma auto-organização global (LÉVY, 1998: 72). Para o escopo deste texto, é importante destacar que nesse processo de mundialização, as TICS são importantes por sua capacidade de trazer a cultura para o próprio modo de produção, em cujo âmago agora se situa, tornando fundamentais, por sua vez, os conflitos que se dão na esfera cultural, inclusive, pelo caráter mediador que possui o trabalho intelectual diante da importância da cultura. Cabe aos interessados organizarem-se politicamente para influenciar na trajetória das mudanças que lhes interessam e esse é, em última instância, o objetivo desse texto: aprofundar as reflexões teóricas sobre o tema e desenvolver práticas de ensino e extensionistas, no seio de uma universidade pública, buscando socializar, tanto as reflexões desenvolvidas, como práticas e possibilidades de políticas públicas, que facilitem a promovam essa organização e intervenção na realidade nacional e planetária. Um sistema de rede digital articulado à rede educacional física e administrativa existentes, implica no avanço de políticas educacionais implementadas pelo Estado e no estabelecimento de novas relações com a sociedade. A ampliação das condições de participação da sociedade no usufruto dos bens culturais é obrigação do Estado educador. Para isto, se faz necessário que o governo universalize e democratize o uso da rede internet na educação brasileira através de políticas públicas para os diferentes níveis de ensino e processos educativos que conformam o sistema educacional nacional e de políticas sociais que permitam e estimulem a cidadania. Assim, entendemos como sendo de fundamental importância o redirecionamento que está sendo posto em prática pelo governo federal no sentido de não transformar a digitalização do sistema de televisão brasileiro numa mera escolha entre vários sistemas disponíveis n o mercado mundial mas, sim, na busca de uma maior compreensão sobre o que, de fato, queremos com a televisão digital no Brasil, aqui e agora. A partir de então, vamos nos deter, neste capítulo, mais especificamente, à educação e da sua relação, fundamental, diga-se de passagem, com a mídia e com as TIC. Parametrizando a educação no mundo do caos... A Proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCN’s), introduzidos no governo de Fernando Henrique Cardoso (1994-2002) e que continuam em vigor e em plena implantação no governo Luis Inácio Lula da Silva (2003-2006), ao descreverem a introdução dos computadores na educação sinalizam para o favorecimento à abertura de mercado para as empresas estrangeiras, sem contextualizá-las quando da passagem do modelo de Substituição de Importações para o modelo de Acumulação Flexível. O texto dos PCN's é bastante elucidador: O fim da Reserva de Mercado em 1989, as empresas multinacionais, tanto de programas e aplicativos, quanto de equipamentos de micro-informática, passaram a investir no País, suprindo um mercado amplo e sedento por recuperar o atraso. Microcomputadores, programas e aplicativos de primeira linha abrem o mercado de computação pessoal e, um pouco mais tarde, as redes locais permitem a automação às pequenas e médias empresas. (Parâmetros Curriculares Nacionais : Ensino Médio, 1999:184). O fato das TIC gerarem novos espaços de conhecimentos exigindo novas formas de compreensão das políticas educacionais, inclusive com a possibilidade de implantação de projetos de educação a distância, não significava democratização e universalização da educação visando a formação radical de um novo trabalhador e cidadão. O processo de exclusão educacional aponta para a necessidade de combater a pedagogia da repetência e da evasão oriundas das práticas políticas denominadas de cultura de solução de problemas, idealizando a especialização e a competência. Ao longo do século passado foi-se matizando o universo do trabalho e da cultura inserindo novas tonalidades nos discursos das agências internacionais assinalando novos deslocamentos entre educação e desenvolvimento. O Relatório para UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI – 2000, expressa o mesmo ideário, atualizado às necessidades tecnológicas e políticas das últimas décadas, situando a educação na perspectiva do modelo de Acumulação Flexível, como a é o caso da Educação Continuada, uma via que conduz um desenvolvimento humano harmonioso, mais autêntico, de modo a fazer recuar a pobreza, a exclusão social, as incompreensões, as opressões, as guerras (...) fomos levados a atualizar o conceito de educação ao longo da vida, de modo a conciliar a competição que estimula, a cooperação que reforça e a solidariedade que une (DELORS, 2000: 11e15). Aliada aos poderes das TICs, a educação continuada como motor de desenvolvimento, promotora da distribuição de renda e da elevação dos padrões de qualidade de vida, passa, doravante, a ser concebida numa perspectiva agregadora de valor ao trabalho, consistindo nisto a sua centralidade. Nesse novo caminho, as TIC, como recursos da Sociedade da Informação, são colocadas à disposição de um projeto educacional que passa a favorecer as possibilidades de inovação e de descentralização do sistema formal de ensino. Essas estratégias, implementadas no governo Cardoso e em em continuidade no governo Lula da Silva, estão a exigir um processo amplo de desregulamentação do sistema educacional nacional, cujo papel eminentemente político de regulação e de controle social é, sem dúvida, do Estado e da Sociedade. A participação das TIC na modificação das relações entre o domínio público e o domínio do privado é da maior importância, tanto, no contorno das formas de produção, como, no contorno das relações de produção e dos novos processos cognitivos. Trabalho, Conhecimento e Cultura fazem com que a Educação e a Comunicação passem a se relacionar com o desenvolvimento mas não, necessariamente, a partir do seu forte componente cultural, mas de agregadora de valor via cultura. A reforma do Estado tem como finalidade a refuncionalização e a racionalização de suas atividades, inclsuindo aí a educação que passa, agora, a ser redefinida no setor de serviços, como apregoa os documentos e manifestações da Organização Mundial do Comércio (OMC) [fontes... alguem tem fácil?!!!]. Assim, o mercado é quem define a nova racionalidade e é o portador do novo bem-estar social. Pelo visto, o grande interesse do governo em EAD é o de transformá-la em um instrumento de universalização da educação para as camadas que não tem possibilidade de ingressar no sistema formal de ensino e, particularmente, na formação, capacitação, qualificação do professor para atuar no sistema formal de ensino. Na última década do século XX, a concepção de EAD expressa é ainda bastante conservadora e discriminante, os programas de formação e de capacitação reiteram o seu uso como simples recurso pedagógico, além de circunscrevê-la à radiofusão e televisão, o que demonstra a ausência de processos educativos via redes digitais, ou ratifica uma concepção das TIC igual a dos meios de comunicação precedentes. [acho que temos que dar uma melhorada no paragrafo anterior] Por outro lado, como em outros momentos da vida nacional, percebe-se um uso intensivo dos argumentos em favor da educação para justificar a implementação e o desenvolvimento de tecnologias de comunicaçãoiv. Além disso, é importante que percebamos quais as concepções de educação e de cultura estão sendo adotadas tantos nos documentos oficiais como nas práticas escolares cotidianas. A mudança trazida pelas TIC no centro do trabalho educativo suscita uma pedagogia que favoreça o aprendizado individual e cooperativo em rede e LÉVY (2001) entende a sociedade atual, em transição para uma sociedade móvel, onde as relações e as interconexões que a escola produz com a diversidade, se traduzem em fluxos de conhecimentos. Apesar de hoje, esta conexão ainda ser frágil e passiva, e o espaço escolar ser ainda um espaço centralizador, pensar a escola como um centro móvel, é pensá-la no âmbito interno e externo, como um campo de interação que se amplia à medida em que a escola estiver conectada com o seu interior (campo relacional e cognitivo) e estender as suas conexões com o exterior (político e econômico). Os espaços e tempos – agora já percebidos em sua perspectiva plural - do trabalho educativo sugerem a conexão de todos os espaços e dos múltiplos tempos como potência no processo de formação, permitindo que os sujeitos possam construir sua autonomia num clima de partilha, de negociação e de democracia. Falamos, doranvante, em autores e não mais em atores. Assim, as TIC precisam ser universalizadas e utilizadas como fator de democratização e de cultura na escola, e não, como se tem visto, sendo tratadas simplesmente como mero fator de competitividade, numa perspectiva neoliberalizante. É interessante notar que justo no Ensino Médio, no Ensino Superior e no Ensino a Distância, que deveria envolver intensamente as Tecnologias da Informação e Comunicação, as providências que foram tomadas pelo governo passado, naquele momento, foram para procrastinar suas regulamentações específicas, como já descrevemos. Fato este que, se não modificado radicalmente, pode vir a cercear as condições infra-estruturais para alavancar um processo educativo, via e com uso intensivo, da internet, comprometendo as possibilidades de mobilidade tanto no ensino, como na presença de diferentes culturas no seio da escola brasileira. Isso não ocorre por conta das reações e armadilhas que forma criadas na implantação do FUST, já referidos anteriormente, e que agora, com a TV Digital, podem ter trilhas diferenciadas, ou não! E justo nesse momento surge a perspectiva de uma radical transformação no sistema de comunicação, com a implantação do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD) que pode, em função das escolhas estabelecidas, indicar um percurso em uma ou outra direção. Amplia-se, assim, o campo de ação das TIC, reconhecendo-se as diversas gerações dessas tecnologias, inclusive, enfatizando um olhar que possibilite a sua generalização quanto aos múltiplos usos da EAD, incluindo-a nos processos formais e informais de educação. Entretanto, a idéia de apenas instrumentos pedagógicos auxiliares do processo ensino e de aprendizagem ainda tem persistido, comprometendo o avanço das mentalidades e das práticas no campo da Educação e da Comunicação, conforme já temos insistentemente analisadov. Nesse sentido, soma-se ao elemento ampliação de oferta aos níveis educacionais outro, mais preocupante, que é o que propõe programas com uma função educativa meramente compensatória e supletiva, na direção dos ajustes prescritos pelo Banco Mundial e pelo FMI. viO MEC nesse setor tem priorizado a atualização e aperfeiçoamento de professores para o ensino fundamental através do programa TV-Escola e do ensino médio com o Proformação. e isso de acordo com o preconizados nos tais Parametros, que incluive estiveram em açãovii ... Quanto ao trabalho de capacitação de docentes no uso das tecnologias, anteriores ao computador e a rede internet, o treinamento dos professores é, por assim dizer, velha prática na Educação. O que se tem visto é que a utilização desses artefatos pelos professores tem deixado a desejar em quase todas as políticas educacionais desenvolvida pelos governos, inclusive no atual. Há um investimento considerável neste setor porém, de qualidade ainda questionável. Espera-se que, com os prováveis investimentos anunciados pelo MEC, através do discurso do Secretário de Educação a Distância (SEED), a partir de 2005, em pesquisa, desenvolvimento e formação de professores, possamos ter uma modificação considerável na questão. No que diz respeito ao desenvolvimento de pesquisas sobre novas possibilidades tecnológicas para uso dos recursos da comunicação e informação na educação e na cultura, deve-se esperar uma maior integração destas ações com diversos outros Ministérios e grupos que já atuam no setor. No âmbito da TV Digital, por exemplo, o que se tem visto é um movimento do próprio MEC – ao implantar alguns protótipos do que esta chamando de TV Escola Digital – um movimento quase que isolado e que, pelas poucas informações disponíveis, sem grandes avanços. Mas isso, não só é ainda muito incipiente, como será melhor tratado no próximo bloco. [simone, vê se dá uma melhorada neste utimo parágrafo com algumas nova sinformações...] TV convencional, TV digital e TV on line O século XIX foi marcado pelo início das telecomunicaçõesviii ou comunicação à distância, mediada pelas tecnologias, constituindo-se em um dos principais fatores de integração das sociedades. Segundo Williams (1990) a televisão foi inventada como resultado de pesquisa técnica e científica, tendo alterado completamente o nosso mundo, muito mais do que as tecnologias que a precederam. A televisão nos permitiu ver e ouvir conjuntamente acontecimentos a longa distância, possibilitando uma intensificação das transposições de fronteiras sem a necessidade dos deslocamentos físicos. Vivemos, nos primórdios da TV uma também intensificação do movimento expansionista das grandes potências e dos grandes centros para o restante de cada país, que passaram a produzir de forma centralizada as imagens e as distribuír – em broadcastingix - mundialmente com grandes dificuldades para disponibilizar as imagens e informações produzidas localmente e muito menos estabelecer algum tipo de interação entre as pessoas. A partir desse movimento, intelectuais de várias partes do mundo, articulados em torno do que ficou conhecido como Escola de Frankfurt, com destaque para Adorno e Horkheimer (1982), passaram a se referir aos meios de comunicação de massax como indústria cultural, exatamente por produzirem produtos em série, com o objetivo de atingir o maior número possível de pessoas. Embora a primeira televisão brasileira tenha sido uma emissora comercial, isto é, uma empresa privada voltada para a publicidade com a comercialização de produtos por meio de anúncios, já existia um grupo de educadores ligados à tradicional da Rádio Roquete Pintoxi que havia solicitado ao governo federal a concessão de um canal de tevê para fins educativos com o objetivo de dar continuidade ao trabalho de educação a distância já em desenvolvimento na rádio. Apesar da concessão solicitada ter sido aprovada em 1952, por problemas de ordem político-administrativa, a primeira televisão educativa no Brasil somente foi criada em 1967 com a inauguração da TVE/RJ. Um longo percurso, já analisado por diversos outros autoresxii, foi percorrido desde esses primórdios até os dias de hoje, passando pelo nascimento e a decadência da TV Tupi de São Paulo (???), de outras pequenas emissoras, e, por por fim, durante o período da ditadura militar no Brasil, pela ascensão da TV Globo, a partir da assinatura de contrato de cooperação técnica e financeira com o grupo americano Time-Life, assumindo um “acentuado modo racional e capitalista de produção, com técnicas administrativas das mais modernas” (Caparelli, 1986: 12). Com a convergência da informática com as telecomunicação dando inicio ao que ficou conhecido como telemática, e, posteriormente, com surgimento da internet a partir da década de 1990, as possibilidades de produções foram ampliadas uma vez que as redes de comunicação passaram a, potencialmente, permitir que cada cidadão superasse a simples posição de receptor, conseqüentemente de consumidor de informações (e de produtos!). Falamos, ainda, em potencialidades e vamos nos debruçar um pouco mais sobre isso ainda nesse capítulo. As tecnologias da informação e da comunicação, com ênfase na internet, possibilitam a disseminação da informação de forma instantânea a um maior número de pessoas em relação a qualquer outro meio de comunicação. Vivemos hoje numa sociedade atravessada pela velocidade, onde “as informações circulam segundo a temporalidade própria das ondas eletromagnéticas e das redes de fibra óptica” (Machado, 1997: 172). Tem-se, pelo fato de as informações circularem de forma rápida e intensa, a sensação de conexão e de integração planetária. Local e global tendem a se misturar, os espaços e os tempos se modificando modificam a nossa percepção do próprio planeta. Paul Virilio a organização do espaço geográfico se estruturava a partir da geometria de uma demarcação (rural ou urbana), a organização do tempo se dá a partir de uma fragmentação imperceptível da duração técnica, onde os cortes e as interrupções momentâneas substituem a ocultação durável, a “grade de programas” substituindo a grade das cercas assim como, no passado, o guia das estradas de ferro havia substituído as folhinhas (calendários) (1993: 14). A segunda metade do século XX foi marcada, portanto, pela explosão dos sistemas de comunicação de massa e, no final, pela explosão da internet, demandando políticas públicas em todo o mundo de forma a viabilizar o acesso do maior número de países e pessoas aos recursos da telemáticaxiii. Uma outra etapa desse movimento começa a se delinear a partir da pesquisas sobre a convergência tecnológica e, em especial, com o desenvolvimento de pesquisa visando a implantação da Tv Digital em diversas partes do mundo e, em especial, no Brasil. O Brasil está implementado o seu Sistema Brasileiro de TV Digital – SBTVD – que poderá se constituir em uma grande possibilidade de inclusão digital se forem adotadas políticas públicas que tenham seu foco na democratização das comunicações, a partir de um enfoque que busque desenvolver um sistema que atenda as necessidades da sociedade brasileira, incluindo a conexão à internet, e não simplesmente a distribuição em broadcasting de produtos imagéticos em alta definição que, no entanto, ainda continuariam sendo produzidos de forma centralizada e, com isso, fortalecimento a perspectiva de dominação e de expansão do capital já descrita nas partes iniciais deste capítulo. Do ponto de vista tecnológico, ao longo desse livro o leitor já deve ter se deparado com as diversas possibilidades de Tvs Digitais em implantação em diversas partes do mundo.xiv O governo brasileiro, por meio do Decreto nº 4.901, de 26 de novembro de 2003, optou em não simplesmente adotar nenhum dos sistemas vigentes no mundo, mas buscar promover a inclusão social, a diversidade cultural e a democratização da informação, bem como propiciar a criação de rede universal de educação a distância. [Simone... referencia correta aqui da fonte] Para a educação, seja ela presencial ou a distância, a Tv digital não é simplesmente uma televisão para as massas onde a informação continue a ser produzida e transmitida de forma unilateral pelas emissoras, mas pode se constituir em um enorme potencial de comunicação multi-direcional, o que a torna interativa, e, com isso, potencializadora de espaços não-lineares de construção de conhecimento. Dois importante conceitos precisam aqui ser explicitados já que estão sendo usados contemporaneamente de forma generalizada e, muitas vezes, com uma apropriação diversa da que queremos aqui enfatizar. Primeiro, a idéia de espaços não-lineares de construção de conhecimento. Depois, uma dicussão sobre a interatividade.

[desenvolver aqui a idéia de espaços não-lineares de construção de conhecimento... eu tenho algumas coisas rabiscadas mas ve ase alguem toca aqui umou dois paragrafos.. ]

É também importante especificar mais claramente sobre qual conceito de interatividade estamos falando, pois este termo também tem sido utilizado de diversas formas e na maioria das vezes com significados diferenciados. Alguns autores como Belloni (2001), Primo & Cassol (2003), Machado (1997), Silva (2000) e Lévy (1999) o discutem sob diferentes perspectivas e aqui vamos rapidamente resgatá-los. Acredita-se que a utilização da interatividade se intensificou com a telemática a partir dos anos 80 e que se consolidou por volta do ano de 1997, quando a internet se popularizou e passaram a ser criandos sítios web, a partir do uso intenso da linguagems Htmlxv, que possibilitou a montagem de redes hipertextuais, com links que aumentam a comunicação entre o indivíduo e o computador. Segundo um dicionário de termos de informática, interatividade é o que opera sob a forma de intercâmbio de informações, geralmente no modo conversacional, como quando o usuário digita uma pergunta ou um comando e o sistema responde em seguida. Os microcomputadores são equipamentos interativos; essa interatividade é uma das características que os tornam acessíveis e fáceis de usar (Ximenes, 1993: 248). Para Belloni a interatividade significa, “de um lado a potencialidade técnica oferecida por determinado meio (por exemplo CD-ROM de consulta, hipertextos em geral, ou jogos informatizados), e, de outro, a atividade humana, do usuário, de agir sobre a máquina e de receber em troca uma ‘retroação’ da máquina sobre ele” (2001: 58). Primo & Cassol (2003) alertam que há um uso indiscriminado da palavra interatividade a partir do momento que ela passa a apropriada pela publicidade, fazendo com que o termo se tornasse elástico, sem considerar as suas especificidades. Marco Silva (2000) também concorda que o termo está sendo utilizado no interior de uma perspectiva que se caracteriza pela elasticidade mas discorda que a interatividade possa estar restrita apenas à relação homem-máquina, já que, para ele, “o termo ‘interatividade’ foi posto em destaque com o fim de especificar um tipo singular de interação” (2000: 105). Interação tornou-se um termo vasto que não mais conferia acepções contidas na interatividade. Desta forma Silva acredita que a interatividade seria mais que uma interação, seria uma “hiper-interação” (1998: 29). Arlindo Machado (1997) também nos chama a atenção para a diversidade de significados com que o termo interatividade está sendo empregado, principalmente no ambiente publicitário. Este autor lembra ainda que Raymond Williams, já em 1979, apontava que as tecnologias vendidas àquela época como sendo interativas eram na verdade reativas, pois os usuários apenas reagiam diante delas, fazendo escolhas de alternativas já definidas. Segundo Machado, Williams entendia a interatividade como “possibilidade de resposta autônoma, criativa e não prevista da audiência, ou mesmo no limite, a substituição dos pólos emissor e receptor pela idéia mais estimulante dos agentes intercomunicadores” (1997: 250). Desta forma Machado ressalta que a interatividade não surgiu apenas com a utilização das TIC, “pelo contrário, ela já acumulou, fora do universo dos computadores, uma fortuna crítica preciosa. A diferença introduzida pela informática é que esta última dá um aporte técnico ao problema” (1997: 251). Para nós, é importante partir do pressuposto de que as tecnologias podem potencializar a interatividade, mas que ela sempre existirá, independentemente da base tecnológica utilizada e. nesse sentido, estamos de acordo com Marco Silva quando conceitua a interatividade como sendo uma “disponibilização consciente de um mais comunicacional de modo expressivamente complexo, ao mesmo tempo atentando para as interações existentes e promovendo mais e melhores interações – seja entre usuários e tecnologias digitais ou analógicas, seja nas relações “presenciais” ou “virtuais” entre seres humanos”(2000: 20). Essa discussão teórica impões pensar nas condições materiais concretas e indispensáveis para possibilitar o pleno uso das potencialidades da TIC. Isso significa, que as discussões sobre políticas públicas que garantam o acesso à rede mundial de computadores é algo que tem que ser garantido já que hoje, mesmo com o considerável crescimento em diversos países, inclusive o Brasil, ele ainda é restrito à uma minoria da população, exatamente a mesma minoria que já tem acesso a todos os demais bens da cultura, da saúde, da ciência e das tecnologias. A preocupação com a inclusão digital é, portanto, fundamental para que grande parte da população tenha a possibilidades de se inserir nessa cultura tecnológica, inclusive para poder efetuar a sua crítica, numa perspectiva diferenciada. O que percebemos hoje, é que a população que tem acesso a esses bens tecnológicos, além de ser uma minoria em termos planetários, ainda o está fazendo na perspectiva de meros consumidores. Alex Primo e Márcio Cassol, resgatam Edward Tufte para analisar o público que faz usos dessas tecnologias. Diz Tufe: “Existem apenas duas indústrias que denominam o seu público como ‘usuários’: a que vende tecnologia e a que vende drogas!” (2002: __ pag Simone...). Desta forma, Primo e Cassol preferem usar o termo “interagente” para denominar as pessoas que interagem com os computadores já que, hoje mais do que ontem, a concorrência entre as empresas tem feito com que o consumidor ou cliente interfira na quantidade/qualidade dos produtos e serviços prestados mais intensamente, modificando-os constantemente. A este tipo de contribuição dada pelo consumidor, bem como ao processo da empresa buscar adequar-se ao cliente, passou-se a denominar de customização, a partir do termo em inglês. Este processo foi grandemente facilitado pela passagem do predomínio do taylorismo-fordismo para o da integração e flexibilidade ou toyotismo – no contexto do qual, a tecnologia analógica foi substituída pela digital (Bianchetti, 2001). O que se busca agora é formar um público que interaja com a Tv on line, um outro público que está inserido na chamada cibercultura e que, ao contrário dos telespectadores da Tv convencional, onde são apenas receptores, esse internauta (será assim que o denominaremos também?!!) tem a possibilidade de ser um interlocutor atuante e questionador. A interatividade entre os internautas precisa ser ampla, uma vez que todos potencialmente, poderiam conversar com todos e interferirem nas mensagens colocadas. Esses internautas não apenas se comunicam por chats, mas, também, por outros canais como o Gaim, MSN, ICQ, correio eletrônico e blogs, formando uma possível comunidade virtual fora do ambiente da Tv propriamente dita. Aliás, fica-nos a pergunta: o que restou da nossa conhecida televisão?! E a juventude, como fica nesse universo tecnológico?! Os internautas e a geração digital: “eles estão em outra” As características presentes na atual geração foram observadas por Babin e Kouloumdjian já em 1989, ao analisarem o comportamento dos jovens frente às tecnologias audiovisuais. Esses autores apontaram que as crianças e os adolescentes desenvolvem “uma outra maneira de ser e de compreender, ou se preferirem, uma outra cultura, no sentido amplo do termo” (1989: 10). Don Tapscott, já em 1999, analisando não mais os antigos meios audiovisuais analógicos e sim o universos dos jogos eletrônicos, da internet e das tecnologias digitais, afirmava que os jovens que estavam com idade entre dois e 22 anos ao final do século XX, mesmo não sendo pessoas ativas na internet, já fazem parte da denominada por ele Geração Net – Net Generation ou simplesmente, N-Gen (Tapscott, 1999: 1). Na mesma linha, Douglas Rushkoff define a geração que nasceu a partir da década de 80 como screenagenrs, pois ela está inserida no mundo do mouse, do joystick, do videogame e da internet. Contudo, a principal diferença apontada por Tapscott (1999) entre essa nova geração e a geração da televisão é que eles não querem ser apenas espectadores, querem ser usuários interativos. Enquanto a televisão é um veículo de recepção, no mundo digital as crianças da Geração Net têm a possibilidade de ser autores e co-autores de novos espaços interativos e de aprendizagens coletivas. Por esta razão, Cristiane Nova e Lynn Alves, pesquisadoras formadas no interior do nosso grupo de pesquisa, afirmam que esses jovens “acabam organizando sua existência a partir não apenas da lógica da escrita e da linearidade, mas por meio de pensamentos hipertextuais e associativos” (2003: 121). Exatamente por essa razão, pela capacidade de multiprocessamento, de realização de várias atividades simultaneamente, inclusive ao usarem os computadores, que no nosso grupo denominamos essa turma de geração alt+tab, num referencia ao atalho utilizado para mudar de termina em terminal, dejanela em janela, nos computadores (PRETTO, _).xvi Essa geração de jovens e adolescentes, incluindo crianças na tenra idade, criam comunidades virtuais, desenvolvem softwares, fazem amigos virtuais, vivem novos relacionamentos, simulam novas experiências e identidades, encurtam as distâncias e os limites do tempo e do espaço, inventam novos sons eletrônicos, enfim, vivem a cibercultura. O contato com o ciberespaço e a inserção na cibercultura ocorrem de forma diferenciada entre essa nova geração e a maioria dos adultos, pois, para estes, quase sempre é preciso que alguém os auxilie a iniciar as primeiras atividades no mundo digital. A geração digital, ao contrário, interage com as tecnologias de forma mais espontânea, pois para eles tudo é uma questão de ‘futucar’xvii. Desta forma, criam sua própria lógica de utilização das tecnologias, adentrando pelos seus próprios caminhos e construindo conhecimentos. Por meio de ações como recortar, copiar e colar, tudo se modifica, novas possibilidades vão surgindo e conceitos estão sendo ressignificados. Há uma mixagem, um hibridismo de linguagens, onde o hipertexto torna-se uma das representações desta nova forma de pensar não-linear, não hierárquica e associativa. Os estudos realizados por Turkle (1995) e Tapscott (1999) dizem que, ao interagir com as mídias digitaisxviii, os jovens modificam seu comportamento, tornando-se mais críticos e contestadores: “Eles aceitam pouca coisa pelo significado óbvio, provavelmente porque existe um meio de questionar as coisas. (...) A Geração Net tem as ferramentas para desafiar idéias, pessoas, afirmações – qualquer coisa. Esses jovens adoram argumentar e debater” (Tapscott, 1999: 85). Talvez essa geração tenha esse tipo de comportamento porque antes as mídias de massa eram feitas para o espectador, ouvinte ou leitor que não tinha meios de interferir na mensagem. Hoje, com as mídias digitais, as pessoas são também autoras que podem interferir diretamente na comunicação. Desta forma, ao contrário do que apontava Marshal McLuhan? (1995), quando disse que o meio é a mensagem, Manuel Castells enfatiza que, por causa da diversidade proporcionada pelas TIC, “no novo sistema de mídia, a mensagem é o meio. Ou seja, as características da mensagem moldaram as características do meio” (1999: 364). Isso mostra que as tecnologias digitais oferecem possibilidades de sermos construtores de conteúdos e não apenas consumidores de informação. O fato dos jovens estabelecerem um outro tipo de relação com as TIC, onde não há fronteiras, nem limites de tempo, faz com que o entendimento deles no que se refere aos relacionamentos com as pessoas seja diferenciado dos adultosxix. As emoções são manifestadas por meio de expressões e imagens subjetivas e, neste sentido, a interatividade adquire uma outra dimensão, pois a tecnologia passa a ser o veículo de mediação entre as pessoas. Desta forma, o que significa interatividade para a geração digital? O que é interatividade para os administradores de sítios (webmasters) e para os empresários que produzem os sítios ditos ‘interativos’? Como a educação está usando a interatividade, seja na sala de aula presencial ou na educação a distância, com os alunos da geração digital? Acreditamos que um diálogo interativo ocorre quando cada pessoa tem a possibilidade de intervir e modificar a mensagem do outro. Neste sentido, ambos informam-se e constroem conhecimentos de forma dialógica como já nos sugeria Paulo Freire, sem nenhuma referência ao mundo digital, ao explicitar que educar e educar-se na prática da liberdade, é tarefa daqueles que sabem que pouco sabem – por isso sabem que sabem algo e podem assim chegar a saber mais – em diálogo com aqueles que, quase sempre, pensam que nada sabem, para que estes, transformando seu pensar que nada sabem em saber que pouco sabem, possam igualmente saber mais (1977: 25). Talvez pelo fato de não encontrarem na tevê a interatividade e a hipertextualidade, os internautas acabaram criando outras formas de interagir que não se restringem apenas ao ambiente proporcionado pelos suportes de TV e computadores hoje disponíveis e, talvez, justamente ai esteja a possibilidades de apropriação destes elementos na educação. Como estas possibilidades podem ser potencializadas na educação é o nosso grande objetivo e a função maior deste capítulo, uma vez que o que se quer é proporcionar ao internauta não ser apenas um telespectador da mesma forma que o aluno, na escola, deixa de ser um mero receptor de informações emitidas pelo professor, por um televisor ou um sistema multimídia, e passa a ser um efetivo construtor de cultura e conhecimentos. Na rede, como na escola, e principalmente na escola em rede, por meio de todas essas possibilidades, a meninada pode interferir nas mensagens, nos conteúdos e, com isso, dar novos direcionamentos ao programa, à aula, garantindo assim a possibilidade integral da interatividade que permite a multi-direcionalidade-hibridação, necessária à construção coletiva de conhecimento e cultura, numa forma de participação-intervenção necessária a formação de cidadãos críticos e participativos, intensificando um rico processo de criação por meio de trocas multi-didirecionais e recíprocas Nesta perspectiva, a lógica da distribuição da informação baseada no esquema emissão-mensagem-recepção muda para a lógica da comunicação, uma vez que a mensagem passa a ser manipulável pelo aluno/internauta/interagente, que tem a possibilidade de dar novos encaminhamentos aos conteúdos que estão postos na mesa. Nesse contexto a denominada geração digital na sua maneira de ser, de se relacionar, de agir e que, por esta razão, concebe o mundo de uma outra forma, apresentando grandes desafios a comunicadores/educadores já que é uma geração questionadora, que não aceita mais a condição de simples espectador ou receptor. Um geração que deseja interagir, tecendo novos fios, amarrando outros nós e conectando diferentes links como possibilidades para a transmissão e a construção de conhecimentos. A interatividade descrita como um mais comunicacional contempla alguns princípios interligados que caracterizam uma comunicação interativa. Neste sentido, percebemos que a utilização das TIC no ambiente escolar possibilita um repensar da educação dentro de uma outra perspectiva comunicacional que contemple a interatividade como principal fundamento na relação entre professor e aluno. A utilização de tal tecnologia na área educacional demandaria o desenvolvimento de projetos que favorecessem a formação de sujeitos críticos e autônomos. Uma Tv interativa educacional na internet, seria possível interagir com o aluno em tempo real e, desta forma, conhecer e trabalhar diferentes culturas e realidades. Nesta perspectiva, poderá ser de grande importância analisar a construção de uma tevê pela internet voltada para a educação que possibilite interatividade entre os sujeitos envolvidos no processo. [tá bem ruinzinho esse nosso final... chegou gente aqui e não consegui re-trabalhar isso... bom... vou tentar mais depois e tentamos nos falar amanha...] Referências bibliográficas: ADORNO, Theodor e HORKHEIMER, Max. A indústria cultural – o iluminismo como mistificação das massas. In: LIMA, L.C. Teoria da cultura de massa. São Paulo: Paz e Terra, 1982. BABIN, Pierre e KOULOUMDJIAN, Marie-France. Os novos modos de compreender: a geração do audiovisual e do computador. 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Resumo Abre-se, neste capítulo várias frentes de análise simultaneamente. De um lado, faz-se uma reflexão sobre o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação(TIC) e as relações estabelecidas com a sociedade. De outro, analisa-se as políticas públicas de educação (e um pouco das telecomunicações) para pensarmos sobre os desafios que o sistema educacional está vivenciando em função das transformações do mundo contemporâneo. Passa-se por uma reflexão sobre a educação, presencial ou a distância, discutindo as possibilidades de uso das plataformas de rádio e televisão digital no aprendizado e construção de novas educações – sempre na [perspectiva plural! - considerando os impactos sociais e cognitivos na vida das pessoas. Analisamos a implantação da televisão, particularmente o seu desenvolvimento no Brasil como meio de comunicação de massa por intermédio do qual foram e vêm sendo divulgados conteúdos padronizados para os receptores passivos e, com o crescimento e disseminação das TICs, visualizamos novas formas de veiculação da informação, tornando o receptor num potencial interagente que passa a ter condições de estabelecer interações com os emissores e interferir nos conteúdos que lhe são apresentados.

Palavras-chave: Tecnologia da Informação e Comunicação, Interatividade, Políticas Públicas.

-- NelsonPretto - 12 Feb 2005

 
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