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Os infoexcluídos
Nos últimos tempos, criou-se uma expressão para designar os que não possuem qualquer familiaridade com o mundo da informática: analfabeto digital. Tal designação expressa a importância que cada vez mais é atribuída ao computador e as suas múltiplas formas de uso, a ponto de se estabelecer uma analogia com a incapacidade de ler e escrever, carência essa que nem de longe pode ser tolerada por qualquer país com pretensão de ser chamado desenvolvido.
Também já se vem tornando coro que a exclusão digital é óbice para que se alcance a cidadania plena. De fato, o distanciamento ou não envolvimento nessa área, cada vez mais coloca o indivíduo à margem dos benefícios que a tecnologia contemporânea vem proporcionando, quer no mundo do trabalho, dos negócios ou em simples atividade de lazer.
Dessa forma, pesquisadores e educadores de um modo geral estão convencidos que a escola contemporânea, em qualquer que seja o nível, não pode ficar indiferente e se furtar a no exame das possibilidades de uso do computador no espaço pedagógico, enquanto elemento estruturante de um novo processo de educação, chegando à sua plena utilização mais do que simples usuários mas como, efetivamente, produtores de proposições.
Num movimento que demonstra isso, mas que acreditamos ser equivocado enquanto estratégia de ação, vemos as universidades cada vez mais recheando os currículos dos seus cursos com disciplinas direta ou indiretamente ligadas a essa área, criando ou atualizando conteúdos relacionados com o saber digital muitas vezes numa perspectiva apenas instrumental.
A Faculdade de Educação, por sua vez, desde a década de 80 vem criando espaços e possibilidades de construção de competência nessa área, não só no que diz respeito à criação de disciplinas, mas também na instalação de ambientes de formação e desenvolvimento da cultura digital, a exemplo dos dois InfoEspaços? , que foram ampliados a partir de outros projetos por nos desenvolvidos, que servem tanto para atividades ligadas a disciplinas curriculares dos futuros professores, como para o uso de alunos da UFBA, sem qualquer vínculo curricular.
O que se busca, nesse sentido é a montagem de um sistema, centrado da lógica da rede, onde o acesso a esse mundo de informação para os futuros professores e professoras, se dê de forma plena e intensa. Nasceu assim, o tabuleiro eletrônico.
A rede será, para esse projeto, o elemento articulador das diversas ações e atores envolvidos através da Faculdade de Educação e, com isso poderá servir de modelo para as sua ampliação em toda a UFBA e, quiçá, para todo o Estado da Bahia. Para nós, as funções e processos dominantes na era da informação estão cada vez mais organizados em redes e, o acesso a elas torna-se fundamental.
REDE é um conjunto de nós interconectados. Nó é o ponto no qual uma curva se entrecorta. (...) Redes são estruturas abertas capazes de expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem os mesmos códigos de comunicação (por exemplo, valores ou objetivos de desempenho) (CASTELLS, 1999, p. 497).
É importante considerar que as recentes tecnologias de comunicação e informação, particularmente a Internet, constituem a base material para a expansão da lógica de redes como forma de organização social.
REDES COMO FORMA DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL - Redes constituem a nova morfologia social de nossas sociedades, e a difusão da lógica de redes modifica de forma substancial a operação e os resultados dos processos produtivos e de experiência, poder e cultura (CASTELLS, 1999, p. 497).
Embora a conexão à Internet e a infra-estrutura de equipamentos seja um elemento crucial para a operacionalização das ações a rede é pensada como lógica organizacional e não exclusivamente como infra-estrutura.
O modo de articulação dos parceiros tem como princípios fundamentais o aprendizado recíproco e a mobilização efetiva das competências. Com base em suas particularidades e experiências específicas, cada integrante (ou nó) contribui para o enriquecimento de todo o grupo. A forma de atuação na rede deve ser considerada a partir de uma visão sistêmica. Em vez de apenas somar esforços, o que se busca é a sinergia, através de um trabalho coletivo e, essencialmente, cooperativo.
-- RozaneZart - 15 Sep 2004 |