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Revision 418 Dec 2006 - CecilioSantos

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Memórias De Cecílio

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UFBA – Universidade Federal da Bahia FACED - Faculdade de Educação CURSO – Licenciatura em Pedagogia CICLO SEIS – ANO 2006 ALUNO – Antônio Cecílio ORIENTAÇÃO – Margareth Dourado e Luiza Seixas
 
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA - ENSINO FUNDAMENTAL/SÉRIES INICIAIS
 

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MEMORIAL PEDAGÓGICO
 
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UFBA/IRECÊ-BA
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ANTÔNIO CECÍLIO DOS SANTOS
 

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MEMORIAL PEDAGÓGICO: UM CIRCUÍTO INDIVÍDUO/PROFISSÃO: AS RELAÇÕES ENTRE O TODO E AS PARTES
 
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Irecê-BA, Dezembro de 2006
 
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Irecê-BA, Dezembro de 2006
 

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SUMÁRIO
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ANTÔNIO CECÍLIO DOS SANTOS
 
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APRESENTAÇÃO
 
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O CIRCUÍTO INDIVÍDUO/PROFISSIONALIDADE: AS RELAÇÕES ENTRE O TODO E AS PARTES
 
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O X DA QUESTÃO
 
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AS EVIDÊNCIAS DO COTIDIANO NA ADOLESCÊNCIA
 
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OPORTUNIDADES DE ENSINAR E APRENDER
 
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UM PASSAPORTE PARA A NOVA FORMAÇÃO
 
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EM BUSCA DE UMA DEFINIÇÃO: O des (encanto) da realidade
 
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RELAÇÕES PESSOAIS IMEDIATAS
 
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MEMORIAL PEDAGÓGICO: UM CIRCUÍTO INDIVÍDUO/PROFISSÃO: AS RELAÇÕES ENTRE O TODO E AS PARTES Memorial apresentado ao curso de Licenciatura em Pedagogia - Ensino Fundamental, Séries Iniciais da Universidade Federal da Bahia- FACED-IRECÊ. Como um dos pré-requisitos para obtenção de grau em pedagogia.

Irecê 2006

SUMÁRIO:

UM CIRCUÍTO INDIVÍDUO/PROFISSÃO: AS RELAÇÕES ENTRE O TODO E AS PARTES O X DA QUESTÃO AS EVIDÊNCIAS DO COTIDIANO NA ADOLESCÊNCIA OPORTUNIDADES DE ENSINAR E APRENDER UM PASSAPORTE PARA A NOVA FORMAÇÃO EM BUSCA DE UMA DEFINIÇÃO: O des(encanto) da realidade RELAÇÕES PESSOAIS IMEDIATAS

  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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APRESENTAÇÃO
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“Registrar o passado não é apenas falar de si, é falar dos que participaram de certa ordem de interesse e de visão do mundo, no momento do tempo que se deseja trazer algo à lembrança”. Sérgio Buarque de Holanda

O CIRCUÍTO INDIVÍDUO/PROFISSIONALIDADE: AS RELAÇÕES ENTRE O TODO E AS PARTES

  Este Memorial pedagógicos apresenta,de forma discursiva, circunstanciada e numa perspectiva histórica, uma análise crítica e real das atividades acadêmicas que desenvolvi ao longo do período de formação e na atuação profissional. São destacados os elementos constitutivos dessas trajetórias que foram fundamentais para a dinamização da prática em sala de aula e que acabaram servindo como referências para o universo de possibilidades em termos de novas perspectivas de formação e de atuação. No despertar destes novos tempos em que os avanços tecnológicos e a expansão dos meios de comunicação definem diferentes exigências para a análise crítica da realidade, elaboro este memorial de formação que integra as minhas minhas idéias sobre a vida social, com a intenção de direcionar a você, leitor, uma rica experiência de trabalhoprofessores e de saberes adquiridos na prática de sala de aula. Para vencer este desafio e compreender os múltiplos jogos de significados que os conhecimentos sistematizados e atualizados criaram, procurei me despertar no debate, na pesquisa, e na produção de textos, apropriando da linguagem oral e escrita. Com isto, o meu desempenho na sala de aula ficou mais dinâmico. Também Chauí, (2002, P. 130), acerca desse contexto, afirma que é da memória que os homens derivama experiência, pois as recordações repetidas da mesma coisa reproduzem um efeito duma única experiência. Quando passei a entender as relações históricas entre a sociedade, a natureza e o mundo do trabalho, tive mais discernimento sobre os fatos pedagógicos. Lembro, porém, que para o entendimento e compreensão dos fatos e situações que estãopresentes nestas relações foi preciso que eu estivesse disposto a participar, juntamente com os professores das atividades do processo ensino e aprendizagem, buscando no exercício do diálogo e da reflexão, o domínio dos conhecimentos sistematizados pela faculdade com espírito de confiabilidade. As atividades realizadas durante esse processo, têm sentido como parte da minha formação para as escolas em que trabalho. Ao envolver-me com essas oficinas, passei a incorporar, naturalmente, as possibilidades de expressão para além da oralidade e da escrita, passei a pensar e elaborar discursos com propósito de usar as diferentes linguagens, hoje disponíveis no nosso cotidiano para expressar idéias e provocar o diálogo.
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O CIRCUÍTO INDIVÍDUO/PROFISSIONALIDADE: AS RELAÇÕES ENTRE O TODO E AS PARTES

“Registrar o passado não é apenas falar de si, é falar dos que participaram de certa ordem de interesse e de visão do mundo, no momento do tempo que se deseja trazer algo à lembrança”. (Holanda, 1995, P. 31)

  Filho de valdete Gonzaga e Euflásio Cecilio, pertencente a uma família de trabalhadores do Distrito de Aguada Nova, Lapão-Ba, eu tenho como referências pessoais, a determinação de um jovem negro que substitui o tempo de aprender as primeiras letras pelo trabalho nas lavouras de outrem, na produção de milho, mamona e feijão. A persistência, resistência e seriedade do meu pai, descendente de escravos, fizeram com que eu conseguisse alcançar o nível de alfabetização do ensino com muito esforço e com uma das caligrafias mais deformada que as professoras já conheceram. Ter nascido dessa união tem um significado muito especial, que não pode ser traduzido por qualquer tentativa de racionalização sobre a minha história de vida. Contudo, a simples tentativa fortalece o sentimento de que o tempo passa, as pessoas mudam, mas as experiências que vão sendo adquiridas ao longo da vida, desde a mais tenra idade, compõem a nossa própria essência, condiciona e provoca os nossos sonhos. São referência para as minhas perspectivas.
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Lembro-me dos meus sete anos, quando tive que ir à escola pela primeira vez. Foi um momento tão esperado, que acabei não indo no dia previsto, fiquei com medo das professoras, secretárias, merendeiras, diretora e futuros colegas de classe. No dia seguinte, cheguei na sala comecei cobrindo as letras, soletrando e repetindo a leitura da professora. Nos dias atuais, essa orientação é por demais incoerente com as questões teóricas sob estudo que remetem para a permanência da colaboração no processo de construção do saber. Porém nesse estudo, que se situou numa linha de ensino tradicional apontou alguns momentos de estranheza que a imagem da infância assume nesta perspectiva.
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MELLO (1993, P. 28) ressalta que no mundo letrado, no qual o domínio da língua é também pré-requisito para a aquisição da capacidade de lidar com códigos e, portanto, ter acesso a outras linguagens simbólicas e não verbais, como as de informática e as das artes. Essa afirmativa me faz lembrar dos meus sete anos, quando tive que ir à escola pela primeira vez. Foi um momento tão esperado, que acabei não indo no dia previsto, fiquei com medo das professoras, secretárias, merendeiras, diretora e futuros colegas de classe. No dia seguinte, cheguei na sala comecei cobrindo as letras, soletrando e repetindo a leitura da professora. Nos dias atuais, essa orientação é por demais incoerente com as questões teóricas sob estudo que remetem para a permanência da colaboração no processo de construção do saber. Porém nesse estudo, que se situou numa linha de ensino tradicional apontou alguns momentos de estranheza que a imagem da infância assume nesta perspectiva. Por isso, FREIRE (1989, P. 72) afirma que a alfabetização é mais que um simples domínio mecânico de técnicas para escrever e ler. Com efeito, ela é o domínio dessas técnicas em termos conscientes.
  Na Escola eram realizadas as atividades de instrução, baseadas no ensino de leitura, escrita e aritmética, nas ciências naturais e sociais e outras atividades ligadas ao currículo formal para cada série. A ligação com os princípios tradicionais era evidente na postura das professoras que se limitavam em realizar exposições verbais dos conteúdos, nesse momento era terminantemente proibido qualquer desatenção ou conversa paralela, o silêncio era a principal regra que deveríamos obedecer depois de ordenados em fileiras nas salas de aula. Uma grande ênfase era dada à repetição, as rotinas de trabalho na sala de aula passavam pela leitura individual e em voz alta dos textos do livro de Português. Nesses momentos, deixar de aplicar a entonação correta, a cada ponto ou vírgula, era motivo de interrupção brusca e correção impaciente da professora. Entrar na escola foi algo tão marcante que ainda lembro das primeiras aulas nas salas com as professoras leigas, porém, respeitads por todos pela incrível forma de alfabetizar as crianças. O interessante era que mesmo quando estava em casa, a brincadeira predileta passou a ser a imitação do que ocorria na sala de aula. Não demorou para que minha mãe se esforçasse para presentear-me com uma pequena lousa, o que tornaria completa a simulação diária realizada com meus irmãos e colegas de sala. Estudar matemática era agradável, porém, o que mais me assustava era o dia da sabatina, para o qual os alunos tinham que ter decorado a tabuada. Cometer um erro, no momento em que a professora perguntava individualmente, era fatal. Tenho fortes recordações da separação da turma entre “fileiras dos sabidos” e “fileiras dos burros”. Até a quarta série, os valores tradicionais estavam presentes, os professores tinham uma postura autoritária, as aulas praticamente não se diferenciavam quanto à estrutura de apresentação de conteúdo e aplicação de exercícios, os conceitos e fórmulas deveriam ser repetidos e memorizados, o intenso controle disciplinar era constante tanto dentro quanto fora das salas de aula. Dedicar-se aos estudos, naquele momento, representava, para mim, em primeiro lugar a chance de ficar isento da vergonha de não saber, depois a busca da valorização atribuída pelo professor aos alunos que tivessem os melhores desempenhos e, por fim, significava entrar no jogo da competição entre colegas pelas melhores notas. Um dos momentos mais esperados era o resultado da unidade e o resultado final para a aprovação da série seguinte.
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  Com a proximidade das férias de fim de ano, tudo desaparecia. Os colegas saiam para as roças e o aborrecimento imperava. A impaciência da expectativa de livramento daquela monotonia fazia maior a prisão dos últimos dias. Eu, solitário, ia e vinha do colégio, percorrendo as salas, reclamando o prazo da impaciência, vendo pairar pelo pátio o momento de recreio que tanto aproveitávamos. Ali, eu lembrava dos minutos demorados dos recreios, nos quais eu e meus amigos organizávamos a exposição dos trabalhos de sala de aula. Por falar em recreio, as provocações nesses momentos eram freqüentes provimentos de brigas. Os inspetores precisavam interferir nos conflitos, a "galera" andava em busca de sucessos.
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  AS EVIDÊNCIAS DO COTIDIANO NA ADOLESCÊNCIA
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"O passado não é o antecedente do presente, a sua fonte" ( BOSI, 1979: 48)

Havia na CNEC (Campanha Nacional das Escolas da Comunidade), alunos dóceis, criaturas escolhidas a dedo para o papel de complemento objetivo de caridade, tímidos e bem comportados. E nós, a “turma do fundão”, com todos os deveres, nenhum direito, nem mesmo o de prestar atenção a nada, tínhamos que fazer alguma atividade para brilharmos diante dos mestres. Em retorno, os professores tinham a obrigação de nos fazer brilhar, por que caridade que não brilha é caridade perdida. E os professores já sabiam de que se fôssemos contrariados, a bagunça tava feita. Esse processo funcionava como uma espécie de chantagem, ou seja, alunos homenageados, aulas aplicadas com maior segurança.

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( BOSI, 1979: 48) afirma que "o passado não é o antecedente do presente, é a sua fonte." Essa prerrogativa me remeteu às salas e corredores do colégio cenecista de Aguada Nova, Lapão-Ba. Havia na CNEC (Campanha Nacional das Escolas da Comunidade), alunos dóceis, criaturas escolhidas a dedo para o papel de complemento objetivo de caridade, tímidos e bem comportados. E nós, a “turma do fundão”, com todos os deveres, nenhum direito, nem mesmo o de prestar atenção a nada, tínhamos que fazer alguma atividade para brilharmos diante dos mestres. Em retorno, os professores tinham a obrigação de nos fazer brilhar, por que caridade que não brilha é caridade perdida. E os professores já sabiam de que se fôssemos contrariados, a bagunça tava feita. Esse processo funcionava como uma espécie de chantagem, ou seja, alunos homenageados, aulas aplicadas com maior segurança.
  Vale salientar que isso era no ensino fundamental. Na primeira semana do mês de setembro de 92, quando estávamos no pátio, ensaiando a entoação do Hino de Lapão-Ba, do Nacional e da Pátria, houve certo desentendimento entre Edimário Novais e Gilderlan Rosendo, ambos da “turma do fundão”. Consta que houve mesmo agressão física. Os condenados negaram depois. Em todo caso era de efeito simples, engrandecido pela "espalhação" do boato. Concluída a chamada dos indiciados, a sala toda respirou tranquilamente. No recreio a rapaziada dispersou-se com os gritos festivos. Edimário, sobretudo, estava de um descontentamento nunca visto. Casualmente em liberdade, sem suspensão nenhuma, e também por não ter havido informações aos pais, o Gilderlan Rosendo fazia da circunstância uma pura pirraça contra o Edimário: ”Eu é que sou mau”, repetia andando na sala, “eu é que sou o bandalho, a peste do colégio! O mal sou eu”. Edimário foi gradualmente perdendo a paciência, atirou-se por fim ao Gilderlan, desesperado, lançou-o ao piso, meteu-lhe os pés, mas os separamos daquele conflito. No outro dia, em nome do diretor, foram convocados os responsáveis, e mais ou menos dez testemunhas, e eu no meio. Fomos alinhados no corredor que partia para a sala do diretor. Na qualidade de presos escolares, vítimas da desconfiança do diretor, não nos envergonhávamos de pedir perdão. Uns conversavam gracejando, outros se sentaram no sofá. Junto de mim ficava um armário dos materiais escolares, revestido-se a vidraça de uma tela protetora de metal. Por trás do armário, havia uma porta. Os responsáveis conversavam do outro lado com o diretor. Eu ouvi algumas palavras perdidas... De boa família, um descrédito! Vão pensar... Expulsar não é corrigir... Isto é o menos... Não há gratuitas... Sim, sim. Quanto a mim... Beleza.
Line: 145 to 194
 Depois de muitos acontecimentos, surgiu o concurso público de Irecê. Pensei em fazê-lo. Estudei com os colegas e partimos para fazer a prova. Dias depois, saiu o resultado do gabarito, logo em seguida, o resultado da prova. O meu nome estava na lista dos aprovados. Voltei para a minha casa e dei a notícia à minha mãe. Arrumei meus materiais e parti para o lugar desejado. Em 2001, iniciei meus trabalhos nas escolas de Irecê. Fui designado para a Escola Municipal Luiz Viana Filho, depois para a Escola Tenente Wilson e em seguida, para Escola Marcionílio Rosa. Tudo isto em apenas um mês. Essa rotatividade aconteceu pelo fato de ter sido o primeiro ano de trabalho na Rede Municipal de Ensino do Município de Irecê. Durante esta demanda, participei do estudo específico do Parâmetros Curriculars Nacionals de Português, de Educação Ambiental, Oficinas e Seminários da Rede Municipal do Ensino de Irecê. Por falar em PCNs, no grupo de estudos de Português, no início, não entendia muito bem como funcionava, e não sabia o porquê de tantas reuniões. Depois de três encontros comecei a entender: existia a coordenadora e todas as pessoas deveriam se envolver de um jeito ou de outro nos trabalhos dessa equipe.
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Na primeira semana eu quase desisti, mas comecei a pensar que nos outros grupos estava, também, difícil. Nesses primeiros encontros veio uma discussão na qual um professor era sorteado para fazer o relatório do encontro. O meu nome foi sorteado e eu aceitei, é claro. Isso até que me ajudou na construção desse memorial. Naquele momento, me senti um sujeito capaz de transmitir o que a escola e a vida haviam já ensinado, além de aprender com os colegas presentes. Isso me faz lembrar da importância da aprendizagem colaborativa.
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Na primeira semana eu quase desisti. Mas quando observei que LIBÂNEO, ( op. cit., p. 18.) enfatiza que na sociedade brasileira atual a estrutura social se apresenta dividida em classes e grupos sociais distintos e antagônicos; esse fato repercute tanto na organização econômica e política quanto na prática educativa, comecei a pensar que nos outros grupos estava, também, difícil. Nesses primeiros encontros veio uma discussão na qual um professor era sorteado para fazer o relatório do encontro. O meu nome foi sorteado e eu aceitei, é claro. Isso até que me ajudou na construção desse memorial. Naquele momento, me senti um sujeito capaz de transmitir o que a escola e a vida haviam já ensinado, além de aprender com os colegas presentes. Isso me faz lembrar da importância da aprendizagem colaborativa.
 Para que eu estivesse mais preparado para trabalhar com a educação, participei de um curso na Igreja Paulo Freire com Vasco Moreto. Aprendi nesse curso algo que ainda hoje está na minha mente: a gente alfabetiza através da realidade e se fosse sempre assim, não existia analfabetismo. Quando a gente se envolve com um setor como o da Educação e trabalha com crianças, começa a se preocupar muito mais com a vida delas. Porém, não é fácil trabalhar com o coletivo: as pessoas pensam muito diferente uma das outros e têm experiências distintas. Um tem costume de um jeito e outro tem o costume de outro modo. A gente vai articulando e fazendo a discussão. Quando o grupo de discussão iniciou sua formação, existiam vinte pessoas, aproximadamente, depois ficaram apenas doze. Com isto, percebi que o processo de discussão e organização, às vezes, não é bom nem igual para todos. Principalmente para aqueles que não estão acostumados a construir o próprio raciocínio; alguns fizeram a opção de sair, e isso deve ser respeitado. Afinal de contas, cada um tem o direito de escolher o jeito como quer viver e trabalhar.
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 "ainda que seja óbvio que a tecnologia desempenha um papel importante nas mudanças sociais, é pouco provável que em cada caso tenha sido o único fator ou causa inicial. Também há pressões do tipo político, econômico e social. A tecnologia pode fazer que em certas circunstâncias haja mudanças sociais, mas não as origina ou determina como se desenvolverão." (ELLIOTT, p .24).

Com relação ao programa de formação de professores, participei de oficinas que mostraram requisitos básicos para a formulação de um memorial, embasado nas produções textuais do eu estudante, eu professor e no programa de formação. Estes aspectos serviam de roteiro para a elaboração do “tal” famoso memorial. No entanto, foi através dele que tive a oportunidade de ser incluído na Faculdade de Educação, com licenciatura em pedagogia no ensino fundamental, bem como em séries iniciais. Este processo foi, a princípio, esperado com muita ansiedade, pois eu não sabia como se fundamentava um memorial. Mas devido a atuação de José Carlos e Márcea Salles, tudo foi ficando mais claro, a ponto de trocarmos experiências com situações vivenciadas.

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É oportuno entendermos sobre a proposta do projeto Irecê inserida nos Parâmetros Curriculares Nacionais do MEC, com o objetivo de superar o isolamento das disciplinas do ensino e levar a reflexão sobre a realidade vivida, assim como há mais tempo buscar o fazer através de denominações diversas, tais como: “centro de interesse”, “temas geradores”, “aula integrada”.
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É oportuno entendermos sobre a proposta do projeto/Irecê inserida nos Parâmetros Curriculares Nacionais do MEC, com o objetivo de superar o isolamento das disciplinas do ensino e levar a reflexão sobre a realidade vivida, assim como há mais tempo buscar o fazer através de denominações diversas, tais como: “centro de interesse”, “temas geradores”, “aula integrada”.
 O que mais me importa em tais propostas é a constante atenção ética e desimpedida comunicação que se estabelece no diálogo interno à instituição, entre alunos, professores e funcionários, e no diálogo externo com os familiares e com a cultura ambiente das comunidades locais ampliadas nos níveis da região, do estado e do país. Para além da necessária inteireza das ciências, vale dizer que das várias articulações dos conteúdos curriculares, agradeço à educação escolar por tematizar de maneira organizada as práticas culturais e a vida, inserindo o dia-a-dia da escola nas práticas culturais de meu tempo, com dimensão ética, exigente das amplas discussões críticas. Em minha opção pelas propostas curriculares do projeto, além de considerá-las aptas a articular áreas distintas de saber na ação conjugada de uma equipe de educadores, me senti privilegiado no ãmbitos ético, político e democrático dos valores que se fizeram presentes nas relações pedagógicas, nas atitudes e nos comportamentos, entre duas pessoas ou mais. No entanto, busco separar o moralismo das relações pedagógicas através de normas e regras, códigos de conduta, direitos e deveres pré-estabelecidos, que apenas sustentam as ações repressoras e legítimas à exclusão social. Busco também superar as distâncias das disciplinas escolares entre si e delas com o mundo da vida e com os processos que levam às aprendizagens das competências indispensáveis ao viver juntos, numa sociedade de iguais, na condição de sujeitos especialmente autônomos e socialmente capazes. Entretanto, posso afirmar que foi nas alternativas curriculares e nas orientações didáticas que concluí, que muitas vezes, os alunos nos levam a descobrir novos horizontes e novas possibilidades. Poe esta razão, nos fechamos, não nos aventurando com medo de perder o controle de novas situações, o domínio de classe, etc. Agora percebo, que não posso perder de vista que a busca de novas metodologias me permite melhorar a aprendizagem e a prática docente, fazendo com que as aulas se tornem mais atrativas e mais interessantes.
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A esse respeito, CANEN (1997) nos diz: "Nesse sentido, pensar a avaliação de forma a superar sua visão estática e classificatória significa pensar sobre o processo de ensino-aprendizagem como um todo. Significa fazê-lo trabalhar a favor da permanência do aluno no sistema de ensino, buscando uma aprendizagem efetiva e significativa.
 Desa maneira, expresso sob a forma de reter impressões e conhecimentos adquiridos,na qual tive o tempo todo como desafiante companhia. Eu estava sempre dialogando com um possível e oculto interlocutor que se escondia por trás das minhas angústias. Em presença tanto mais exigente isso me contemplava num diálogo de cidadania, diálogo politizado e ético à medida que se fazem explícitas minhas concepções. Diante disso, afirmo que ser professor é a mais prazerosa, e ao mesmo tempo a mais dolente das profissões. Isso porque nos coloca o tempo todo em contato com jovens revoltados, um contato que no leva a aprender sempre de novo, voltados para o futuro, mas também para as mazelas e os desrespeitos por parte pessoas, a quem dedicamos nossas vidas. Meu estilo, já marcado por um incorrigível otimismo, e pela esperança de um mundo melhor, que já estou ajudando a construir, tem acentuado essas características. Às vezes, me dirijo a jovens que não se sentem responsáveis pelo mundo que herdaram e pelos desvios deles, pelo mundo com que sonham e que certamente saberão construir.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
 
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BONILLA, Maria Helena. Escola Aprendente: para além da Sociedade da Informação. Rio de Janeiro: Quartet, 2005. cap. VI e VII. BOSI, Alfredo: Reflexões sobre a Arte. SP, Ática, 1985. CANEN, Ana."Avaliação diagnóstica: rumo à escola democrática", in Ensino Fundamental. Série de estudos - Educação a Distância. Mec/Seed, 1999. CHAUI, M. 2002. Convite à Filosofia. Marilena Chaui – 12ª edição. Editora Àtica – S. Paulo. 2002.
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BONILLA, Maria Helena. Escola Aprendente: para além da Sociedade da Informação. Rio de Janeiro: Quartet, 2005. cap. VI e VII
  ELLIOTT, D. y R. O encontro popular da tecnologia, Colecão, Tecnologia e Sociedade, Editorial Nova Sociedade. HOLANDA, Sérgio Buarque de, 1902-1982. Raízes do Brasil / Sérgio Buarque de Holanda. - 26. ed. - São Paulo: Companhia das Letras, 1995. LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999. Cap. X e XI
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  SILVA, Marco. Sala de aula interativa. Rio de Janeiro: Quartet, 2000. SILVA, Marco. Pedagogia do parangolé - novo paradigma em educação presencial e online. Disponível em http://www.icoletiva.com.br/icoletiva/secao.asp?tipo=artigos&id=29
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SOUZA, Antonio Carlos dos Santos. Objetos de Aprendizagem Colaborativos. 2005. Disponível em http://www.abed.org.br/congresso2005/por/pdf/024tcc4.pdf . CHAUI, M. 2002. Convite à Filosofia. Marilena Chaui – 12ª edição. Editora Àtica – S. Paulo. 2002. BOSI, Alfredo: Reflexões sobre a Arte. SP, Ática, 1985.

 
 
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