Nas mãos de quem estão os softwares livres? Elementos para um estudo de difusão tecnológica
Apesar das suas inúmeras vantagens, os softwares livres têm encontrado dificuldades de difusão no Brasil, inclusive junto à população que já é proprietária de computadores. Por que isto acontece? Nossa comunicação buscará discutir essa questão, usando como principal eixo analítico a Teoria Ator-Rede (TAR), tal como desenvolvida por Bruno Latour. Como este autor, também acreditamos que não basta que uma tecnologia exista para que seja utilizada; nem que seja de acesso livre, podemos acrescentar. Um conjunto de fatores – econômicos, políticos, culturais, técnicos – estão envolvidos no processo de apropriação social dos artefatos e procedimentos técnicos, e são esses fatores que precisam ser identificados. Esta tarefa se mostra especialmente difícil quando diz respeito a processos em curso – como é o caso dos softwares livres – porque as controvérsias estão abertas. Assim, acreditamos que uma boa alternativa para se chegar a entender as dificuldades da difusão dos softwares livres no país é partir do estudo das controvérsias a seu respeito.
Tamara Benakouche (PPGSP/UFSC)
Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pernambuco (1970), mestrado no Institut d'Etudes du Developpement Economique et Social - Universite de Paris I (Pantheon-Sorbonne) (1977), doutorado no Institut d' Urbanisme de Paris - Universite de Paris XII (Paris-Val-de-Marne) (1989) e pós-doutorado na Universidade da Califórnia/Berkeley (1997-1998). Atualmente é professora titular, aposentada, da Universidade Federal de Santa Catarina.