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Português Brasileiro Em Debate Produções Dos Alunos

UFBA – UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACED – FACULDADE DE EDUCAÇÃO

CURSO – LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

CICLO – CINCO

ATIVIDADE – 523 - PORTUGUÊS BRASILEIRO EM DEBATE, QUESTÔES ATUAIS.

PROFESSORA – KARINE SILVEIRA

ALUNO – ANTÔNIO CECÍLIO

GRUPO DE ORIENTAÇÃO – 04 MARGARETH DOURADO

LÍNGUA PORTUGUESA

Diante das explicações desta atividade, que foi trabalhada numa orientação de pesquisa no campo do português brasileiro, percebi que o principal objetivo foi de favorecer o entusiasmo e a conversação entre universidades, escolas públicas e particulares, tendo como base a língua portuguesa. Dentro deste eixo temático, o conhecimento e o ensino são a relações necessárias no que dizem respeito ao complemento de uma abordagem da língua como recurso de identificar os novos assuntos.

Contudo, ha de se favorecer um ambiente agradável para socializar e expor com precisão a finalidade desse tema. Em cada momento, a professora Karine Silveira colocou a história cultural do nosso idioma, aprofundando-se nas ligações existentes da gramática, como norma culta, e dos gramáticos contemporâneos, enquanto estimuladores de uma linguagem utilizada por indivíduos, grupos, etc.

Com este curso e com base nas leituras que realizei, notei que para melhorar o meu trabalho em sala de aula, tanto no ensino da Língua Portuguesa, como já fiz, quanto em outra matéria qualquer, é necessário: comunicação, busca da identidade, resposta coerente aos questionamentos feitos pelos alunos. Como em outros textos que analisei, inteirando-me do conteúdo, considero que a questão da "Língua'' no Brasil, está no encontro violento entre a norma padrão, conhecida como a tradicional; as normas cultas, feitas somente para os intelectuais; e as normas regionais, os chamados dialetos.

No que se refere à situação fundamental desta explanação, afirmo que os recursos pedagógicos para esta matéria, precisam ser construídos pelos próprios professores que lidam no dia-a-dia, pensando na organização principal, a fim de se tornarem mais conscientes e transmitirem essa consciência aos seus estudantes. Entretanto, todos concordamos com a presença e benefícios da língua-padrão, mas poucos de nós são capazes de produzir com tanta exatidão.

Porém, a meu ver, a primeira atitude de uma pessoa, enquanto professor de português é identificar quais são as preocupações da turma. Apatia dos adolescentes; dificuldades diante da vida; conflitos afetivos e até mesmo os problemas nas aulas de outras disciplinas acabam virando temas de aula e se transformam, depois de muita pesquisa e discussão em redações. Foi dessa maneira que eu consegui ter uma sala de alunos fixos ao meu trabalho, e os alunos é que se revezaram. E a cada turma é uma nova experiência que se realiza.

Além disso, trabalhei com cartas de uma turma para outra, pesquisa histórica, recorte de jornal, cena-texto, criação de histórias, leitura de livros literários, etc. Faço uma observação quanto à leitura: foi a partir da mesma que os alunos perceberam e começavam a discutir os temas. Então eles resolveram escrever sobre os seus próprios momentos de imobilidade.

Como professor de português para 1º e 2º graus, isso me acumulou uma farta experiência e algumas conclusões. De alguns anos pra cá está cada vez mais difícil fazer o aluno escrever; o próprio professor não escreve. A condição de trabalho e o material disponível só pioram esse quadro. E o aluno não demonstra nenhum interesse por sua realidade. Num quadro como esse, o modelo tradicional de aula de redação cai no vazio e as emoções sequer são identificadas. Por isso, eu tentei fazer com que meus alunos assumissem a vida, para depois assumirem o texto.

Em meio a tudo isso, passei a não levar os trabalhos para corrigir em casa. A avaliação era feita em aula e os textos, reescritos várias vezes, até que fossem satisfeitos. Com esse método, tentei passar para os alunos que escrever não é uma reprodução de idéias e modelos, mas um processo demorado de criação e recriação. Nem sempre, porém, tudo ocorre às mil maravilhas. Certa vez resolvi incentivar a troca de correspondência entre alunos jovens de uma escola pública do município de Irecê. A idéia era que eles vissem na escrita uma forma de conhecer outros jovens e outros modos de vida. Acabaram escrevendo apenas cartas que pretendiam começar um namoro, mas que nada tinham de poéticas. Os meninos se expressam com palavras vazias e muitas vezes agressivas e pornográficas. Isso serviu para eu saber que eles do menos sabiam lidar com emoções ou expressar afetividade.

Outro ponto que me chamou a atenção foi o reconhecimento quase que unânime dos professores que experimentaram mudar o modelo tradicional, de que não existe uma receita mágica para conseguir que os alunos se desenvolvam. Isso faz com que nós que trabalhamos, busquemos no dia-a-dia do aluno o assunto da redação e dar liberdade para que ele pergunte “qualquer coisa”.

No primeiro momento de aprendizagem, o importante é soltar o pensamento e os sentimentos, aprender a se expressar por escrito. Só depois é que deve ser ensinada a gramática da norma culta. Os alunos devem ver no professor não um juiz implacável para o qual se escreve, mas um orientador. Uma boa forma de criar essa nova relação professor/alunos é fazer com que eles leiam os textos entre si, discutindo e fazendo sugestões. O professor que não escreve, que não exercita essa forma de linguagem, não pode ensinar nem exigir isso de seus alunos.

Em paralelo a isto, temos ai, a adoção da linguagem politicamente correta que revela a força de grupos sociais que eram discriminados, ridicularizados ou desconsiderados. Pretende-se com essa linguagem combater o preconceito, evitando-se um vocabulário que é fortemente negativo em relação a essas minorias. O falar politicamente correto leva-nos a pensar em uma série de aspectos a respeito do funcionamento da linguagem, pois aquele que fala ou escreve cria uma imagem de si mesmo.

Sem dúvida alguma, a presença de certas palavras num determinado texto faz com que ele seja racista, machista, etc., criando a imagem de que a pessoa é preconceituosa. De um lado, é verdade que a linguagem modela sentimentos e emoções. Se alguém sempre ouviu certos termos, como negro, bicha ou coisa de mulher, ditos com desprezo ou com raiva, certamente vai reproduzir uma atitude machista ou racista. Portanto, usar uma linguagem não marcada por sentidos subjetivos é um meio de diminuir comportamentos discriminatórios.

Há, porém duas posições dos defensores do discurso politicamente correto que contrariam a natureza do funcionamento da linguagem. A primeira é fato de que a palavra isolada carrega um sentido e apreciação social. Na verdade um termo funciona num discurso e não isoladamente. Por exemplo, dizer que há racismo na expressão ‘nuvens negras no horizonte do país’ é um equivoco, porque o sentido conotativo está relacionado à meteorologia, nada tendo a ver com raças ou etnias. A outra posição é a origem e evolução da palavra, pois certas particularidades foram sendo esquecidas na evolução da língua.

Analisar cientificamente uma língua não é nada fácil. As pessoas que são profissionais nesta área sabem disso muito bem; porque depararam o tempo todo com dificuldades nas estruturas e funcionalidade da língua. Há um dizer clássico entre esses profissionais que resume bem essa propriedade: a língua faz o uso infinito de meios finitos; ou seja, até onde vai nosso conhecimento, nenhuma outra espécie animal dispõe de um plano de significados infinitos como nós humanos.

Trata-se aqui, por exemplo, de variedades geográficas - os chamados dialetos – acrescentando a toda essa idéia de variedade as particularidades de fala e escrita de cada um dos falantes, afinal de contas, não há duas pessoas que falam ou escrevam exatamente do mesmo modo, e, ai começa a ter uma idéia da imensidão da língua.

Ainda que eu conhecesse todos os princípios de construção das expressões da língua em todas as suas variedades, ou eu não teria como provê a direção de uso figurado ou do jogo de estruturas que as fez significar. Além disso, não posso perder de vista o fato importante para aprender a complexidade da língua.

Apesar de tudo que eu apontei até aqui, sinto que há quem não perceba a enormidade e a dinâmica da língua e acredite que ela pode ser reduzida a meia dúzia de regrinhas. E isto não significa que devemos desistir de estudá-la cientificamente. Quanto mais a compreendemos, mais entenderemos a nós mesmos.Seres de linguagem que somos, temos no entanto, de estar cientes de que a língua sempre nos escapa. E nos maravilhamos com isso.

Com a divulgação do rádio, de televisão, da internet, criou-se uma situação nova: o som e a imagem correndo com a palavra escrita,atravessa as maiorias, que passam a consumir o produto da chamada indústria cultural. Mas a palavra escrita, na sua forma tradicional não faz parte dessa indústria.

A escola não soube acompanhar essa mudança. Antes, ela apenas tinha que fornecer alguns instrumentos para que o aluno fizesse bem o que todos já faziam. O ato quase natural de escrever. Agora ela tem que ensinar uma linguagem que não é predominante na sociedade e cobra um resultado que nada tem a ver com o jovem. E o aluno não entende por que deve aprender uma “coisa” que não usa, a não ser no limite da escola. Assim, a relação irreal da criança com o ato de redigir começa cedo. A escola tem o hábito de considerar qualquer hipótese criativa que a criança coloca no papel, qualquer tentativa de escrita, como um erro.

Sobretudo, vejo que a escola não valoriza a criança; não investiga em nenhum momento, o que a criança sabe. Ensina gramática, tempo de verbos, pontuação, mas a atividade lingüística é descontextualizada da experiência de vida que o aluno já traz. E não lhe dá tempo de errar e corrigir, ignorando que o aluno precisaria escrever e reescrever seu texto.

Outra forma de limitar a expressão da criança é a imposição de temas. Os textos didáticos em sua grande maioria são irreais, com repetições monótonas, não permitindo a exploração do mundo. Geralmente, a estrutura das frases gira em torno de verbos,pois as orações são soltas.

BIBLIOGRAFIAS

MATURANA, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999.

PÉREZ, Carmem Lúcia Vidal. Professora alfabetizadora: histórias plurais, práticas singulares. Rio de Janeiro: DPEA, 2003.

POPKEWITZ, T.S. profissionalização e formação de professores, Lisboa, 1992.

LUCCHESI, Dante (1994) variação e norma. Elementos para uma caracterização sociolingüística do Brasil. Revista Internacional de Língua Portuguesa, 12:12-28.

MATOS E SILVA, R.V. (1991) Que gramática ensinar, quando e por quê? Revista Internacional de Língua Portuguesa, 4:11-19. Contradições no ensino de português – (1995). A língua que se fala X a língua que se escreve. São Paulo/ Salvador: Contexto/ EDUFBA.

FARACO, C.A. E TEZZA, C (1992) PRÁTICA DE TEXTO. Língua portuguesa para nossos estudantes. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar.

ROBERTO, I E Kato, M. (ONGS). (1993) português brasileiro, uma viagem diacrônica. Campinas; Editora Unicamp.

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