> > | ALFABETIZAR É IMPORTANTE, MAS LETRAR É FUNDAMENTAL
- ZABALZA, A.Miguel. Diários de aula: um instrumento de pesquisa e desenvolvimento profissional, Porto Alegre: Artmed, 2004, p.41-46.
A relevância da escrita denomina a funcionalidade do diário como instrumento primordial para o desenvolvimento pessoal e profissional. O livro citado acima faz parte de um processo pesquisa-ação desenvolvido com um grupo de professores espanhóis, dentre eles está o investigador Miguel Zabalza da Universidade de Santiago de Compostela, com a intenção de enfocar as possibilidades reflexivas que oferecem o diário e a forma como se pode obter maior rendimento de seu uso, tanto da perspectiva técnica ( as condições que garantem um uso adequado dos diários ) como da perspectiva pessoal ( condições éticas e procedimentais que garantam a intimidade e a propriedade pessoal das próprias experiencias ).
Para Zabalza “ escrever sobre o que estamos fazendo como profissional ( em aula ou em outros contextos ) é um procedimento excelente para nos conscientizarmos de nossos padrões de trabalho. É uma forma de “ distanciamento ” reflexivo que nos permite ver em perspectiva nosso modo particular de atuar. É além disso uma forma de aprender ”.( 2004, p. 10 ).
Zabalza cita dois grandes pesquisadores ( Yinger e Clark, 1985, p. 3 ) os quais definem o diário como recurso para se chegar ao pensamento do professor, destacando assim quatro dimenções que os tornam um recurso de grande potencialidade expressiva:
- O fato de que se trata de um recurso que requer escrever . “ O fato de que a escrita recolha e mantenha pensamentos e sentimentos, torna os produtos escritos algo disponível como docomento da evolução e desenvolvimento desses pensamentos e sentimentos”.
- O fato de que se trata de um recurso que implica refletir . “ O diário traz a idéia de que a atividade de escrver traz consigo a reflexão como condição inerente e necessária. É o diálogo que o professor , por meio da leitura e da reflexão trava consigo mesmo em relação à sua atuação nas aulas ”.
- O fato de que se integre nele o expressivo e o referencial . “ O diário é, antes de mais nada, algo que a pessoa escreve desde si mesma e para si mesma: o que se conta tem sentido, sentido pleno, unicamente para aquele que é, ao mesmo tempo, autor e principal destinatário da narração ”.
- O caráter puramente histórico e longitudinal da narração. “ O diário vai estabelecendo a sequência dos fatos desde a proximidade aos próprios fatos ”.
O sentido básico do diário é, estritamente, o que figura nele como expressão da versão que o professor dá de sua própria atuação em aula e da perspectiva pessoal da qual a enfrenta.
Diante das pesquisas levantadas pelos pesquisadores supra-citados, percebe-se que através do diário o professor argumenta, explica, interpreta sua ação diária na aula ou fora dela, podendo através de suas reflexões abordar de forma crítica, situações cotidianas tanto em relação a prática enquanto educador, deixando-se inovar tecno e pedagogicamente visando o seu crescimento profissional, quanto as problemáticas levantadas por cada aluno e aluna, e as possibilidades pensadas para a evolução gradativa dos mesmos.
texto extraído do blog da Poliana
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