As substâncias enteógenicas (ayahuasca, jurema, lsa, salvia divinorum, cannabis sativa) historicamente acompanharam as biografias de vida de uma infinidade de povos, cada comunidade significou o uso de enteógenos de acordo com o seu contexto sócio-cultural de uso, formando um fenômeno cultural que se transforma a cada novo significado atribuído por uma coletividade. Na atualidade há uma série de práticas que se formam a partir do uso de enteógenos, permitindo a formação de um campo de sociabilidades e da construção de um sistema de conhecimento etnobotânico que permite a construção de �agenciamentos�, ou controle sociais internos que regulam as modalidades de uso, promovendo assim um uso �controlado� da substância. Neste campo de sociabilidades observam-se padrões comportamentais para administrar o uso, são valores e regras sociais internalizados pelos usuários na experiência com a substância formando uma �subcultura do enteógeno�. Este artigo tem como objetivo central perceber a construção de um saber etnobotânico a partir do agenciamento da SPA nas trajetórias de vida analisadas, percebendo assim a formação de uma �cultura do enteógeno� |