O uso indiscriminado de substâncias psicoativas por motoristas e suas conseqüências no trânsito têm sido objeto de grande preocupação por parte de especialistas e da sociedade em geral. O Código de Trânsito Brasileiro de 1997 determina como infração gravíssima �dirigir sob a influência de álcool, em nível superior a seis decigramas por litro de sangue, ou de qualquer substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica�. Desta forma, o presente trabalho teve como intuito investigar a utilização da saliva como espécime biológico para verificar o uso de álcool e drogas (anfetamina, metanfetamina, cocaína e maconha) por motoristas no trânsito. Para alcançar esse objetivo, um método foi desenvolvido e validado para determinação seriada desses analitos em uma única alíquota de saliva, utilizando a técnica de headspace e a microextração em fase sólida (SPME). Amostras coletadas aleatoriamente de motoristas de caminhão (n=561) que trafegavam em rodovias de São Paulo foram submetidas ao método proposto. Do total de amostras de saliva analisadas, 17 (3,0%) apresentaram resultado positivo, sendo 8 para etanol, 4 para anfetamina, 2 para cocaína, 2 para tetraidrocanabinol (THC) e 1 para cocaína e THC. A pesquisa retrata de forma pioneira no Brasil a utilização da saliva como possível amostra biológica para monitorar motoristas que estariam dirigindo sob a influência de drogas. |