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Metareciclagem: Uma Idéia Inteligente

O que fazer com o lixo tecnológico

Em um mundo que depende cada vez mais de eletrodomésticos e computadores, o lixo eletrônico, tornou-se uma dor de cabeça da qual governos, empresas e ONGs querem se livrar.No livro Computers and the Environment, Kuehr afirmou que a fabricação de um computador com tela plana de 17 polegadas consome, pelo menos, 240 quilos de combustíveis, 22 quilos de produtos químicos e 1,5 tonelada de água, totalizando 1,8 tonelada de produtos.Essa é apenas uma parte do problema. Há ainda a gestão das crescentes montanhas de lixo eletrônico. A Agência Européia do Meio Ambiente calcula que o volume de e-lixo esteja aumentando três vezes mais rapidamente do que as outras formas de lixo de uma cidade, a ponto de, dentro de pouco tempo, chegar a 40 milhões de toneladas - suficiente para encher uma fila de caminhões que percorreria a metade da circunferência terrestre.Para resolver o problema, a UNU, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), universidades dos cinco continentes e empresas como Dell, Microsoft, Hewlett Packard (HP) e Philips juntaram-se à iniciativa Solucionar o Problema de E-Lixo (Step, na sigla em inglês).A Step pretende padronizar globalmente os processos de reciclagem para recuperar os componentes mais valiosos do lixo eletrônico, estender a vida dos produtos e harmonizar as legislações e políticas.Leis confusas e excessivas dificultam a reciclagemKlaus Hieronymi, gerente de meio ambiente da HP na Europa, disse que um dos maiores problemas para a reciclagem do e-lixo é a falta de uma legislação homogênea:- Cada país tem diferentes objetivos, medidas, mecanismos, inclusive dentro da União Européia, o que em poucos anos obrigará uma empresa como a HP a enfrentar quase uma centena de leis no mundo todo.Hieronymi calculou os custos administrativos para a HP - por conta da existência, na Europa, de quase 30 leis diferentes para tratar o e-lixo - em 1 milhão de euros por ano (R$ 2,75 milhões). É por isso que as empresas do setor estão a favor da homogeneização das leis e regulamentos.Outro problema é a utilização de metais preciosos, como ouro e prata, na produção de eletrodomésticos e computadores. Mas a crescente demanda de outros metais está transformando esses equipamentos em objetos de alto valor. É o caso do índio, um derivado do zinco utilizado em mais de 1 bilhão de produtos todos os anos, de telas planas a telefones celulares.Nos últimos cinco anos, os preços deste metal foram sextuplicados, tornando-o, atualmente, mais caro do que a prata. Mesmo assim, a reciclagem só é realizada em algumas fábricas na Bélgica, nos Estados Unidos e no Japão, país que supre quase a metade de sua necessidade de índio por meio da reciclagem.O mesmo fenômeno ocorre com o bismuto, utilizado em soldagem para evitar o uso de chumbo, cujos preços duplicaram desde 2005, e com o rutênio, utilizado em resistências e discos rígidos, cujo valor foi multiplicado por sete desde o início de 2006.A conquista do objetivo final da Step é um processo complexo que requer medidas legislativas, educação dos consumidores e mudanças na indústria. Kuehr aponta, por exemplo, que os fabricantes serão obrigados a "reprojetar seus produtos para que possam ser mais facilmente reciclados e para que os materiais valiosos e tóxicos possam ser melhor recuperados".

Fonte: Reciclaveis.com.br