Os jogos compõem a vida dos homens desde os tempos mais remotos. Estes sempre estiveram presentes na história humana como uma forma lúdica, prazerosa de socialização, no qual uma realidade paralela é criada. Dentro de um contexto de fantasias, de liberdade, as pessoas que jogam produzem um mundo análogo com suas regras, seus sujeitos, para o alcance de um objetivo comum, a diversão. Desta forma, exercitam a imaginação, a memória, a criatividade, a curiosidade... Enfim, movimentam todas as suas inteligências para que a brincadeira nunca perca a graça.
Desde o jogo de tabuleiro, o antigo "Atari", famoso vídeo-game dos anos 80, até os atuais jogos eletrônicos, todos estes abusam da imaginação de seus participantes, que constroem situações únicas para vivenciarem aquela metáfora da vida real. Por isso, é comum criar apelidos dentro do grupo, até uma linguagem própria nesta conjuntura, que para quem de fora vê, não entende, acha estranho, não percebe que aquele é um mundo fantasioso de quem quer esquecer dos problemas cotidianos, quer extravasar, quer ter aquela identidade, que na vida real não é permitida, ou até mesmo, quer aprender a viver em sociedade a partir de uma brincadeira, que é o caso das crianças.
E por ser esta clara válvula de escape, esta catarse, que os jogos evoluem junto com o ser humano, com a sociedade. Se antes se jogava com o vizinho, com a família, com os amigos próximos, o dominó, as cartas, o jogo da vida, o banco imobiliário, o "war", o vídeo-game, com o famoso "Mario Bross", hoje através da internet é possível jogar com qualquer pessoa no mundo, que esteja conectada à rede e que compartilhe do mesmo desejo. Ou seja, o jogo acompanha a história, pode caracterizar épocas, porque o homem necessita dele, deste ambiente imaginário, para poder viver a sua realidade.
O jogo seduz, é atrativo, porque desafia, permite que o indivíduo use os seus sentidos, use todas as suas habilidades para criar estratégias, para inventar planos, que abusam do raciocínio, da capacidade de resolver problemas, exige que o sujeito produza, crie, seja dinâmico. Para que, o objetivo comum a todos os participantes seja alcançado, que não é ganhar, mas sim se divertir. Já que, tudo isso acontece num contexto lúdico, sociável, envolvente, colaborativo e interativo.
Portanto, os jogos devem permear todos os momentos da vida do ser humano, sobretudo, na infância, para que o desenvolvimento aconteça plenamente, através do dinamismo divertido que estes propõem. Pois, eles são sempre contemporâneos, estão em contínuo movimento junto com o homem, junto com a história.