Breve História do Instituto de Química
Autores: Prof. Miguel Fascio e Prof. Dirceu Martins
Antes da existência da Unidade Universitária atualmente denominada Instituto de Química da UFBA, os bacharéis e licenciados em química eram graduados pela Faculdade de Filosofia da Bahia, fundada em 1941 pelo Professor Isaias Alves, que foi incorporada à Universidade da Bahia, quando da sua fundação em 1946.
O curso de Química, nas modalidades Bacharelado e Licenciatura, foi implantado na Faculdade de Filosofia da Bahia, juntamente com os cursos de Letras Clássicas, Letras Neo-Latinas, Letras Anglo-Germânicas, Matemática, Física, História Natural, Geografia, História, Ciências Sociais, Filosofia e Pedagogia, com autorização de funcionamento concedida pelo Decreto no 10664 de 20.10.1942 (D.O. 3.11.42, p. 16 178) e iniciou seu funcionamento em 15 de março de 1943. Reconhecido através do Decreto Lei n.º 9155, de 08 de abril de 1946, que criou a Universidade da Bahia, o curso de Química funcionava em regime letivo de quatro séries, distinguindo-se as duas modalidades a partir da 3ª série e nas disciplinas "facultativas".
Em 1958, o Reitor Professor Edgard Rêgo dos Santos criou o Instituto de Química da Universidade da Bahia, como órgão suplementar. No Boletim Informativo nº 22, de agosto de 1958 está registrado que em 14.07.58 o Magnífico Reitor Professor Dr. Edgard Rêgo dos Santos comunicou ao Conselho Universitário ter, no dia 26.06.58, devidamente autorizado pelo Conselho de Curadores, assinado com o Exmo. Sr. Ministro da Educação e Cultura Professor Dr. Clovis Salgado Gama, um convênio para instalação do Instituto de Química na Bahia. Por indicação do Professor Dr. Athos da Silveira Ramos, Catedrático de Química Orgânica da Escola Nacional de Química da Universidade do Brasil, foi convidado para assumir a Direção do novo Instituto o Professor Dr. Cláudio Costa Neto, da Escola Nacional de Química da Universidade do Brasil do Rio de Janeiro, um jovem químico que retornara dos Estados Unidos onde fora realizar um curso de pós-graduação e já desfrutava de prestígio na comunidade científica do país. O Professor Cláudio Costa Neto permaneceu pouco tempo no cargo, por ter percebido que a sua indicação não agradara àqueles professores da Universidade da Bahia, que se sentiram preteridos em favor de um forasteiro.
Os Professores que constituíram o núcleo formador do órgão suplementar denominado Instituto de Química atuavam nos Cursos oferecidos nas Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras, de Farmácia, de Medicina e nas Escolas Politécnica e de Geologia.
Em 19 de fevereiro de 1963 foi aprovado pelo Conselho Universitário, presidido pelo Magnífico Reitor Professor Dr. Albérico Fraga, o Regimento Interno do Instituto de Química. A primeira reunião do Conselho Deliberativo do Instituto de Química foi realizada em 28 de agosto de 1963, no salão de reuniões do Departamento Cultural da Universidade da Bahia, no prédio do Palácio da Reitoria e contou com a presença dos Conselheiros já empossados, Professores Trípoli Francisco Gaudenzi, que atuava nas Faculdades de Filosofia e de Medicina, Carlos Espinheira de Sá, da Escola Politécnica, Elsimar Metzker Coutinho, da Faculdade de Farmácia e José Tobias Neto, que atuava nas Faculdades de Filosofia e de Farmácia, contando ainda com a participação dos Professores da Escola Politécnica: Archimedes Pereira Guimarães, Antônio Celso Spinola Costa, José Carlos Reis e Raphael de Menezes Silva Selling, da Faculdade de Farmácia: Nilmar Vicente Pereira da Rocha e Euvaldo Diniz Gonçalves Sobrinho, do Laboratório de Geoquímica: Adelaide Mussi Santos e Maria Lúcia Carneiro da Rocha e da Escola de Geologia: Milton Saback de Oliveira. Esta reunião foi presidida pelo Prof. Dr. Archimedes Pereira Guimarães, na qualidade de decano dos professores presentes, tendo como secretário o Prof. Dr. Raphael de Menezes Silva Selling, com a finalidade de eleger os chefes das secções da divisão científica do órgão suplementar denominado Instituto de Química. Estas secções constituíram os núcleos que mais tarde, com a reforma universitária, viriam a se transformar nos respectivos Departamentos do Instituto de Química atual, assim denominadas: Química Geral e Inorgânica, Química Analítica, Química Orgânica e Físico-Química. A secção de Química Biológica, por suas características, passou a fazer parte do Instituto de Ciências da Saúde, como Departamento de Bioquímica.
A Ata da segunda reunião do Conselho Deliberativo do Instituto de Química, realizada em 28 de novembro de 1963, no salão de reuniões do Conselho Universitário, no Palácio da Reitoria, relata que estiveram presentes os conselheiros Carlos Espinheira de Sá, Elsimar Metzker Coutinho, Trípoli Francisco Gaudenzi, José Carlos Reis, Antônio Celso Spínola Costa, Nilmar Vicente Pereira da Rocha e Raphael de Menezes Silva Selling, em sessão instalada pelo Magnífico Reitor Prof. Dr. Albérico Fraga, com a finalidade de compor a lista tríplice para a escolha do Diretor do Instituto, de acordo com o Art. 8, alínea f do Regimento Interno do Instituto de Química em vigor. Foi escolhido para redigir a ata da sessão o conselheiro Prof. Raphael de Menezes Silva Selling. Foi constituída a lista tríplice com os nomes dos professores Raphael de Menezes Silva Selling, Antônio Celso Spínola Costa e Nilmar Vicente Pereira da Rocha para encaminhamento ao Reitor Albérico Fraga.
Através da portaria nº 78, de 12 de dezembro de 1963, o Magnífico Reitor Professor Dr. Albérico Fraga designou o Professor Dr. Nilmar Vicente Pereira da Rocha, Professor Catedrático de Química Orgânica da Faculdade de Farmácia, para exercer a Diretoria do Instituto de Química, por um período de três anos. Nos registros do Livro de Atas consta que a primeira reunião do Conselho Deliberativo sob a presidência do Professor Nilmar Rocha, realizada em 06 de fevereiro de 1964 na sede provisória do Instituto de Química, localizada no prédio da Faculdade de Farmácia, foi eleito Vice-Diretor o Professor Dr. Raphael de Menezes Silva Selling, Professor Catedrático da Escola Politécnica e indicada a Farmacêutica Sônia Correia Marques para Secretária do Instituto de Química. A esta primeira reunião estiveram presentes os Professores Nilmar Vicente Pereira da Rocha (Diretor), Raphael de Menezes Silva Selling (Escola Politécnica), Carlos Espinheira de Sá (Escola Politécnica), Trípoli Francisco Gaudenzi (Faculdades de Filosofia e Medicina), Elsimar Metzker Coutinho (Faculdade de Farmácia), Antônio Celso Spínola Costa (Escola Politécnica), José Carlos Reis (Escola Politécnica) e José Tobias Neto (Faculdades de Filosofia e Farmácia). No segundo ponto da ordem do dia foi apreciado um ofício encaminhado pela Dra Adelaide Mussi Santos, contendo um relato sobre os objetivos do projeto de Geoquímica, que proporcionou a montagem e o funcionamento do Laboratório de Geoquímica, finalizando com o questionamento sobre os rumos do referido laboratório em face do Regimento do Instituto de Química limitar o número de seções da Divisão Científica a cinco, excluindo geoquímica e concluindo com a sugestão da autonomia do referido laboratório. Após ampla discussão, o Conselho Deliberativo do Instituto de Química concluiu pela desvinculação do Laboratório de Geoquímica, uma vez que o campo de atuação do Instituto seria o da Química Fundamental, entendendo que um projeto de geoquímica seria antes um projeto de Geologia aplicada.
A partir do ano letivo de 1963, o Conselho Federal de Educação, com base no Parecer nº 281, fixou a duração dos cursos de formação de Químico ou de Químico Industrial em quatro anos letivos e definiu que as matérias que comporiam o currículo mínimo seriam Matemática, Física, Desenho, Mineralogia, Química Inorgânica, Físico-Química, Química Orgânica, Química Analítica e Química Industrial. O Parecer nº 297 do CFE, aprovado em 23 de outubro de 1962, já havia estabelecido que as matérias que comporiam o currículo mínimo para a Licenciatura em Química seriam Matemática, Física, Mineralogia, Química Geral, Química Inorgânica, Química Orgânica e noções de Química Biológica. Posteriormente, o CFE incorporou matérias pedagógicas ao currículo mínimo do curso de Licenciatura em Química, definindo sua duração em quatro anos, com entrada em vigor a partir do ano letivo de 1963.
O Professor Nilmar Vicente Pereira da Rocha elaborou um Plano de Atividades para o triênio 1965-1967, numa tentativa de reunir os professores que atuavam nos diferentes cursos de química oferecidos pelas Unidades de Ensino da Universidade, com o objetivo de unificar as disciplinas e nivelar os cursos, sob a coordenação do Instituto de Química, tendo encontrado resistências das Direções das Escolas e Faculdades já estabelecidas para firmarem os convênios que definiriam as atividades de ensino e de pesquisa que estariam sob a coordenação do Instituto de Química. Este plano demonstrou também as deficiências quanto ao numero de professores e a necessidade de aquisição de materiais de laboratório e previu a qualificação de professores para desenvolverem atividades de pesquisa no Instituto recém criado.
Dentre as atividades programadas foi aprovada, em 21 de dezembro de 1964, a realização de um Curso de Fitoquímica, ministrado no ano seguinte (1965) pelos professores Otto Richard Gottlieb e Mauro Taveira Magalhães, ambos da Universidade de Brasília, curso este que contou com a participação de candidatos da Bahia e de outros estados do Norte e Nordeste do país. O êxito desta iniciativa ficou demonstrado pelo grande impulso que tomou a pesquisa em Química de Produtos Naturais no Brasil, com a implantação de cursos de pós-graduação, principalmente nas Universidades do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e de São Paulo, onde alguns dos alunos que freqüentaram o curso obtiveram os títulos de Mestre e Doutor em Ciências Químicas, sendo atualmente professores e pesquisadores reconhecidos na comunidade cientifica.
No início de 1965, o Magnífico Reitor nomeou uma comissão interdisciplinar para discutir a estrutura e a filosofia dos novos Institutos criados e definir uma política para os mesmos, escolhendo como representante do Instituto de Química o professor Antonio Celso Spínola Costa.
Concluído o mandato do Professor Nilmar Vicente Pereira da Rocha, o Conselho Deliberativo reuniu-se em 27 de dezembro de 1966 para efetuar a escolha da lista tríplice para concorrer à Direção do Instituto de Química. Estiveram presentes a esta reunião os professores Nilmar Vicente Pereira da Rocha (Diretor), Raphael de Menezes Silva Selling (Vice-Diretor), Carlos Espinheira de Sá, José Carlos Reis, Elsimar Metzker Coutinho (representando a Faculdade de Farmácia), Antonio Celso Spínola Costa (representando a Escola politécnica), Trípolli Francisco Gaudenzi (representando a Faculdade de Medicina) e José Tobias Neto (representando a Faculdade de Filosofia). No expediente, o Diretor informou que solicitou ao Reitor, Professor Adriano Pondé, a convocação dos Diretores das Escolas de Nutricionistas, Geologia e Enfermagem, a fim de escolher o representante destas Escolas no Conselho Deliberativo do Instituto de Química. Para compor a lista tríplice, foram votados e indicados os Conselheiros Raphael de Menezes Silva Selling, Elsimar Metzker Coutinho e Trípolli Francisco Gaudenzi. Submetido à apreciação do Vice-Reitor em exercício, Professor Dr. Adriano Pondé, a escolha recaiu no nome do Dr. Raphael de Menezes Silva Selling, cuja designação foi publicada na portaria nº 49, de 13 de março de 1967.
Reunido em 21 de março de 1967, o Conselho Deliberativo referendou o nome do Professor Dr. Trípoli Francisco Gaudenzi para ocupar a Vice-Direção do Instituto de Química. Nesta reunião os Conselheiros foram informados pelo Diretor que o Instituto de Química passaria a ocupar duas salas na nova sede provisória situada no número 140 da Rua Aristides Novis, juntamente com os Institutos de Física e Matemática, além de informar sobre a concessão pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) de uma verba no valor de US$ 210,000.00 (duzentos e dez mil dólares) para a instalação dos Institutos Básicos, tendo sido indicada uma Comissão constituída pelos Professores Antônio Celso Spínola Costa, Elsimar Metzker Coutinho e Raphael de Menezes da Silva Selling para discutir a implantação da Reforma Administrativa da Universidade Federal da Bahia.
Em 15 de março de 1968 foi apresentada ao Conselho Deliberativo uma resolução do Conselho Universitário estabelecendo normas para o Curso de Pós Graduação em Química, em nível de Mestrado, tendo sido organizado um Regimento para este curso pela Comissão de Pós Graduação do Instituto de Química, constituída pelos Professores Raphael de Menezes Silva Selling (Diretor), Trípoli Francisco Gaudenzi (Vice-Diretor), Antonio Celso Spínola Costa e Elsimar Metzker Coutinho.
O Conselho Deliberativo do Instituto reuniu-se em 17 de setembro de 1968, sob a presidência do Diretor em exercício, Professor Dr. José Tobias Neto, para escolher os nomes dos professores que comporiam a lista tríplice para indicação do próximo Diretor do Instituto de Química, tendo em vista o pedido de exoneração apresentado pelo Prof. Raphael de Menezes Silva Selling. Através da portaria n 464, de 18 de setembro de 1968, o Magnífico Reitor Dr. Roberto Figueira Santos concedeu a exoneração. Na reunião, a lista tríplice foi composta com os nomes dos Professores Antônio Celso Spínola Costa, José Tobias Neto e Carlos Espinheira de Sá. O Magnífico Reitor escolheu o Professor Dr. Antônio Celso Spínola Costa e o designou através da portaria n 463, de 18 de setembro de 1968, para exercer a Diretoria do Instituto de Química pelo período de três anos.
Com a Reforma Universitária, o Instituto de Química foi reestruturado, passando a funcionar como Unidade de Ensino e Pesquisas básicas, através do Decreto no 62.241 de 08 de fevereiro de 1968, em substituição ao Órgão Suplementar que havia sido criado pelo Magnífico Reitor Edgard Rêgo dos Santos em 1958. Para a Coordenação da nova Unidade de Ensino, o Magnífico Reitor Dr. Roberto Figueira Santos designou o Professor Dr. Antônio Celso Spínola Costa, através da portaria n 336, de 23 de junho de 1969, na forma do Art. 7 do Decreto 62.241 de 08 de fevereiro de 1968, combinado com o Art. 104 § 1 do Estatuto da Universidade.
Como resultado desta reestruturação as matérias de Química, desdobradas em diferentes disciplinas lotadas nas várias Escolas e Faculdades isoladas, foram centralizadas no Instituto de Química, algumas delas constituindo seções que deram origem aos respectivos Departamentos. As seções eram as seguintes: Química Geral e Inorgânica, Físico-Química, Química Analítica, Química Orgânica e Química Biológica. Esta última, por suas características, passou a fazer parte do Instituto de Ciências da Saúde, como Departamento de Bioquímica, evoluindo, para a estrutura atual. As matérias pedagógicas e a Mineralogia ficaram sob a responsabilidade da Faculdade de Educação e da Escola de Geologia, respectivamente.
Em 10 de julho de 1969, na sede provisória do Instituto de Química, localizada na Escola Politécnica, ocorreu a primeira reunião do Conselho Departamental do novo Instituto, constituído pelo Coordenador, professor Antonio Celso Spínola Costa e pelos Chefes dos quatro Departamentos, professores Raphael de Menezes Silva Selling (Química Geral e Inorgânica), Nilmar Vicente Pereira da Rocha (Química Orgânica), Milton Saback de Oliveira (Química Analítica) e Carlos Espinheira de Sá (Físico-Química). Nesta reunião houve a escolha do representante do Instituto no Conselho de Coordenação de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade, sendo eleito o professor Antonio Celso Spínola Costa para representar a Unidade no referido Conselho.
Sob a presidência do Prof. Antonio Celso Spínola Costa, o Colégio Deliberativo do Instituto de Química, composto por vinte membros, reuniu-se em 22 de dezembro de 1969, na sede provisória do Instituto, localizada no prédio da Escola Politécnica, e aprovou o novo Regimento Interno da Unidade, cuja minuta havia sido elaborada por uma Comissão constituída pelos Professores José Carlos Reis, Carlos Espinheira de Sá e Pedro Sarno, já tendo sido apreciada pelo Conselho Departamental do Instituto.
Na reunião do Conselho Departamental do Instituto, realizada em 01 de junho de 1970, o Sr. Coordenador, professor Antonio Celso Spínola Costa comunicou aos presentes que a partir daquela data estava composto o quadro de pessoal que funcionaria em regime de tempo integral e dedicação exclusiva, de acordo com as indicações dos Departamentos e informou que o Regimento Interno do Instituto de Química havia sido aprovado pelo Conselho Universitário e publicado pela UFBA e que tornava-se imperioso a composição da Congregação.
Em uma reunião realizada no dia 16 de outubro de 1970, na sede provisória do Instituto, no edifício da Escola Politécnica, foi instalada a Congregação do Instituto de Química, com a presença do Coordenador Professor Antonio Celso Spínola Costa, dos Professores Titulares Raphael de Menezes Silva Selling, Nilmar Vicente Pereira da Rocha, Carlos Espinheira de Sá e José Carlos Reis, dos representantes dos Departamentos Milton Saback de Oliveira (Química Analítica), Pedro Sarno (Química Geral e Inorgânica), Miguel Fascio dos Santos Filho (Química Orgânica) e Carlos Evaristo Prélat (Físico-Química), da representante dos professores Assistentes Nair da França e Araújo, do representante dos Auxiliares de Ensino Caetano Tourinho Machado e das representantes discentes Vânia Palmeira Campos e Sonia Maria Maltez Santos Cruz.
Para suceder ao Professor Dr. Antonio Celso Spínola Costa, foi nomeado, através da portaria assinada pelo Exmo. Sr. Ministro da Educação Coronel Jarbas Passarinho, o Professor Dr. Nilmar Vicente Pereira da Rocha, que veio a ser impedido de tomar posse pelo Reitor Prof. Dr. Roberto Santos, sob a alegação de impedimento por acumulação funcional do Professor Nilmar Rocha como Professor do Colégio Estadual da Bahia (Central), onde lecionava química no turno noturno. Mesmo conseguindo uma liminar, através de um mandado de segurança, o Professor Nilmar Rocha não foi empossado. Foi então nomeado para exercer o cargo de Diretor do Instituto de Química o Professor Dr. José Carlos Reis, tendo como Vice-Diretor o Professor Milton Saback de Oliveira, a partir de maio de 1971.
Em agosto de 1971 houve a mudança do Instituto de Química para a sua sede definitiva, em um prédio de cinco pavimentos situado no número 145 da Rua Barão de Jeremoabo, no Campus de Ondina, onde permanece até os dias atuais.
A tabela 1 mostra a relação dos nomes de todos os Diretores e Vice-Diretores que administraram o Instituto de Química a partir de 1971 até os dias atuais.
A despeito da origem eclética de seus professores, duas áreas de pesquisa logo se destacaram no Instituto de Química. Uma em Química Analítica, liderada pelo Dr. Antonio Celso Spínola Costa e a outra em Química Orgânica, sob a liderança do Dr. Nilmar Vicente Pereira da Rocha, com um maior desenvolvimento da primeira, principalmente após a implantação do Curso de Pós Graduação em Química (Mestrado), em 1968. Somente a partir de 1974, com o retorno dos professores que haviam concluído o doutorado, principalmente na USP, é que o Departamento de Química Geral e Inorgânica passou a implementar os seus projetos de pesquisa e a participar mais ativamente do programa de pós-graduação em química.
Com a Reforma Universitária de 1968, foram implantados alguns Cursos de pós-graduação na Universidade Federal da Bahia, parte do acordo celebrado com a UNESCO, como uma das condições exigidas para o financiamento das obras de construção dos Institutos Básicos, dentre eles, além do Instituto de Química, os Institutos de Física, Biologia e Geociências.
O Colegiado de Pós Graduação em Química foi instalado em sessão realizada em 29 de fevereiro de 1972, na sala da Câmara de Pós Graduação, sob a presidência do Magnífico Reitor Professor Dr. Augusto da Silveira Mascarenhas, com a presença dos Professores José Adeodato de Souza Neto, Raphael de Menezes Silva Selling, José Carlos Reis e Antônio Celso Spinola Costa. Na ocasião foi realizada a eleição para Coordenador e Vice-Coordenador sendo eleitos, respectivamente, os Professores Antônio Celso Spinola Costa e José Carlos Reis.
A primeira dissertação de mestrado foi defendida em 18 de abril de 1972 por Aldy Maria de Matos Brandão, intitulada: “Estudos de um Azo-Derivado da 8-Hidroxiquinolina como Indicador Metalocrômico”, sob a orientação do Professor Dr. Antonio Celso Spinola Costa. A primeira Tese de Doutorado foi defendida em 07 de dezembro de 1995 por Vânia Palmeira Campos, intitulada: “Especiação Inorgânica de Enxofre, Nitrogênio e Cloro na Precipitação Seca e Úmida no Recôncavo Baiano”, sob a orientação da Professora Dra Tânia Mascarenhas Tavares.
O Instituto de Química da Universidade Federal da Bahia vem oferecendo regularmente, desde 1968, um curso de Pós-Graduação em nível de Mestrado, em que já foram formados 346 mestres. Atualmente estão matriculados 60 alunos no Mestrado, o curso possui conceito 5 pela avaliação da CAPES e consta de quatro áreas de concentração: Química Analítica, Química Inorgânica, Química Orgânica e Físico-Química. O curso de Doutorado foi fundado em 1992 e é oferecido em duas áreas de concentração: Química Analítica e Química Orgânica. Já foram formados 136 doutores, estando matriculados 107 alunos no Curso de Doutorado atualmente.
O Colegiado do Curso de Graduação em Química da UFBA foi instalado em 24 de outubro de 1969, tendo como primeiro coordenador, o professor José Carlos Reis. Nesta mesma sessão foram ampliadas de 30 para 40 as vagas para o curso de Química, para ingresso no ano de 1970.
A primeira turma de Bacharéis em Química, que colou grau pelo Instituto de Química em 1970, homenageou o Professor José Carlos Reis como paraninfo e foi constituída pelos seguintes formandos: Adelaide Maria Souza Vieira, Adelaide Maria Miranda de Mendonça, Carlos Alfredo França, Djalma Jorge de Santana Nunes, Francisco Cerqueira Maynard e Luiz Souza Carvalho.
Ao longo destes sessenta e sete anos ocorreram diversas alterações curriculares nos cursos de graduação em química, tendo por fio condutor as diretrizes curriculares do MEC ou a necessidade de promover uma inovação na formação dos profissionais da Química para atender às exigências do mercado de trabalho. Destacam-se como maiores intervenções a aprovação de novos currículos plenos para o Bacharelado e para a Licenciatura em 1970, com o aumento de vagas no Curso para 40 e logo em seguida para 50 e a implantação em 1972 do Curso de Químico Analista Industrial, de curta duração, como forma de atender mais rapidamente às necessidades surgidas com a implantação do Pólo Petroquímico de Camaçari, efetivamente ocorrida em 1978, trazendo um crescimento da demanda por profissionais de Química. Este Curso cumpriu seu papel e foi desativado, surgindo, então, o Curso de Química Industrial, de duração plena, com início de funcionamento em 06 de março de 1987, com ingresso por vestibular independente do Curso de Química, foi oferecido até o ano 2000, quando passou da condição de curso independente para uma habilitação do Curso de Química, na modalidade bacharelado. A partir de 2001 o vestibular passou a ser único, sendo oferecidas 80 vagas anuais. A partir de 2003 a admissão dos aprovados no vestibular para os Cursos de Química passou a ocorrer em dois semestres consecutivos, isto é, 40 vagas por semestre. Entre 2004 e 2007 foi oferecido o Curso de Licenciatura especial em Química para professores em serviço, tendo sido formado 39 Licenciados em Química e em 2009 foi implantado o Curso Noturno de Licenciatura em Química, com oferecimento de 45 vagas anuais.
Entre os anos de 1970 e 2009 foram formados 1039 profissionais de Química nos diversos cursos oferecidos pelo Instituto de Química da UFBA, sendo 267 Licenciados, 436 Bacharéis, 215 Químicos Analistas Industriais, 81 Químicos Industriais e 16 Bacharéis em Química Industrial.
A tabela 2 mostra a relação dos nomes de todos os Coordenadores e Vice-Coordenadores dos Cursos de Graduação em Química a partir de 1970 até os dias atuais.
Atualmente o Instituto de Química conta com 65 docentes efetivos, sendo 59 Doutores, 4 Mestres e 2 Graduados, além de 13 professores substitutos, lotados em quatro Departamentos, que ministram disciplinas para mais de vinte Colegiados de Cursos de Graduação, além de sete Cursos de Pós Graduação, atendendo a mais de 2500 alunos. Além das atividades didáticas os docentes da Unidade desenvolvem atividades de Pesquisa, com orientação de alunos de graduação e de pós-graduação em vários temas, destacando-se as áreas de catálise, cinética e dinâmica moleculares, polímeros, petróleo e gás, química ambiental, química analítica aplicada, química de produtos naturais, síntese de compostos orgânicos e inorgânicos, etc. Dentre as atividades de extensão desenvolvidas por docentes do Instituto de Química podemos destacar o Show da Química e a Olimpíada Baiana de Química.
Além dos laboratórios destinados ao ensino experimental e à pesquisa e extensão, funciona no Instituto de Química um Laboratório de Informática, que proporciona aos alunos dos Cursos de Química, apoio às aulas e uma melhor formação profissional através de técnicas modernas de computação e comunicação de dados. Outro setor importante de apoio aos Cursos oferecidos pelo Instituto de Química é a Biblioteca Setorial de Química (BSQ), um centro de referência, de informação e de pesquisa bibliográfica que funcionava no quinto pavimento do prédio atual da Unidade, estando seu acervo provisoriamente acomodado no prédio da Biblioteca Central Reitor Macedo Costa, aguardando a conclusão do prédio da Biblioteca Setorial de Química, Física, Geociências e Matemática, que está sendo construído com recursos da ordem de cinco milhões de reais, provenientes do Programa REUNI.
Em 21 de março de 2009 ocorreu um incêndio de grandes proporções no prédio do Instituto de Química, destruindo metade do 5º andar do prédio, onde estavam instalados vários laboratórios de graduação e de pesquisa, além dos gabinetes de todos os docentes do Departamento de Físico-Química, levando à destruição de muitos equipamentos, documentos e resultados de pesquisa. Após cinco meses interditado, o prédio foi reaberto, voltando ao funcionamento parcial das atividades, permanecendo interditado o quinto pavimento, onde funcionava o Departamento de Físico-Química.
Através dos esforços da atual Direção do Instituto de Química, constituída pelos Professores Dirceu Martins (Diretor) e Maria Luiza dos Santos Corrêa (Vice-Diretora), contando com a colaboração de uma equipe de professores e servidores técnico-administrativos da Unidade, onde se destacaram os ex-Diretores do Instituto, Professores Lafaiete Almeida Cardoso e Maria de Lourdes Botelho, além do inestimável auxílio da Reitoria da UFBA, foram aprovados os recursos necessários para a reposição dos equipamentos perdidos, para a reconstrução do prédio atual e para a construção de um anexo de laboratórios de graduação, tendo sido aprovados recursos no valor de quatorze milhões de reais pelo Ministério da educação, objetivando a reestruturação do prédio atual e a interligação dos prédios dos Institutos de Química e de Física e a construção de anexos para laboratórios de graduação de Química e de Física e recursos da ordem de oito milhões de reais pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, para a reposição dos equipamentos perdidos no incêndio. Além disso, foi aprovado um projeto no Edital CT-Infra 2009/2010 da FINEP para aquisição de bancadas e capelas para laboratórios e de novos equipamentos para o Instituto de Química no valor de dois milhões e duzentos mil reais.