até 01/08
Edital 05/2008 FAPESB
linha 01

Projeto RipeHop: formação de agentes jovens para a popularização da ciência e tecnologias nas escolas públicas da Bahia

Coordenador

Alessandra Santos de Assis

N. do pedido

4384

Instituição

Universidade Federal da Bahia

Unidade

Faculdade de Educação

Departamento

Departamento de Educação II

Título do projeto

Projeto RipeHop: formação de agentes jovens para a popularização da ciência e tecnologias nas escolas públicas da Bahia

Autoridade máxima da instituição

Naomar de Almeida Filho

Cargo da autoridade máxima

Reitor

CPF do vice-coordenador

09591400500

Nome do vice-coordenador

Nelson Pretto

Departamento do vice-coordenador

Departamento de Educação II

Carga horária semanal dedicada ao projeto pelo vice-coordenador

10h

Carga horária semanal dedicada ao projeto pelo coordenador

10h

Data de início

01 de outubro de 2008

Data de final prevista

31 de dezembro de 2009

Palavras-chave

protagonismo juvenil; escola pública; ciência e tecnologias.

Resumo do projeto (5000 caracteres)

Esse projeto pretende incitar o protagonismo dos jovens da rede pública de ensino imbricando a ciência, as culturas e as tecnologias considerando a relevância da educação científica para despertar neles atitudes investigativas e autora, que os conduzam diante dos desafios de inquietar-se, compreender e transformar sua realidade.

Na origem dessa proposta está a compreensão do papel da escola pública como espaço privilegiado de educação básica e produção de conhecimento, que congrega grande parte dos jovens no nosso Estado. O fortalecimento desse espaço e dos agentes que o dinamizam pode representar uma oportunidade única de formação plena da juventude.

Também destacamos o compromisso da universidade em compartilhar o conhecimento que produz, bem como os mecanismos e recursos para essa produção, buscando a integração e o estreitamento das relações com a escola básica, procurando enfrentar coletivamente os complexos desafios do mundo atual, através de uma dinâmica de trabalho colaborativo e em rede que toma como elemento estruturante o potencial das tecnologias da informação e comunicação (TIC).

Indo mais longe, estas instituições não estão isoladas fazem parte de um universo maior que passa por mudanças cada dia mais velozes. São inúmeras as mudanças e turbulências que estão marcando o período de transição entre o século XX e o XXI, particularmente por conta do forte desenvolvimento das tecnologias, em especial das TIC, pelo desenvolvimento das ciências da computação, com destaque para as pesquisas no campo da Inteligência Artificial e do vertiginoso incremento da rede internet, trazendo radicais modificações na forma como se vem produzindo os conhecimentos, conceitos, valores, saberes e de como as relações entre as pessoas e as máquinas se (re)significam. Ou seja, vivemos a chamada sociedade em rede (CASTELLS, 1999), estejamos ou não conectados a computadores e à internet, tendo em vista a interdependência entre vários setores sociais e áreas de produção de conhecimento. A participação ativa dos jovens nesse contexto está condicionada a uma formação autônoma e implicada com os problemas de sua realidade, que o ajude a compreender seu mundo e (inter) agir.

O Projeto RipeHop nasceu articulada à RIPE - Rede de Intercâmbio de Produção Educativa, uma iniciativa que conta com o apoio da FAPESB e é desenvolvida em cooperação com a Universidade Federal da Paraíba e outras entidades situadas na Bahia. Trata-se de um Projeto de Pesquisa sobre a produção colaborativa e descentralizada de imagens e sons para a educação básica que irá investigar e desenvolver tecnologias, no sentido amplo. Haverá a pesquisa, desenvolvimento e implantação de um sistema de produção e compartilhamento em rede de materiais educativos com uso da escrita, audio e vídeo digitais. Núcleos de produção de vídeos e aúdio implantados em cinco escolas da Região Metropolitana, Recôncavo e Semi-árido do nosso Estado se consituem como campos de investigação e desenvolvimento. O termo Ripe vem de hippie, de contracultura, de produção e criação descentralizada.

Também procuramos iniciar um diálogo com o universo cultural dos jovens através do movimento hip-hop. Sob esta inspiração pretendemos desenvolver formas de compreensão da realidade científica e da produção de conhecimento que rompam com padrões culturais estabelecidos e busquem novas formas de desenvolvimento estético, apropriando-se dos espaços públicos, ainda que momentaneamente, para disseminação do conteúdo produzido, privilegiando a estética das ruas e a elabora colaborativa, divulgando os elementos simbólicos das localidades e fortalecendo as identidades dos grupos, das comunidades e das escolas onde os jovens estão inseridos.

Do ponto de vista metodológico, a proposta se situa em dois eixos norteadores que irão conduzir o campo das ações: a autoria – os alunos devem produzir conforme as suas culturas, estéticas e demandas individuais ou coletivas, e a inovação – compreendendo, neste sentido, a ruptura com as estéticas e padrões culturais, educativos e comunicacionais já estabelecidos pela mídia e pelas escolas. Os jovens irão contar com uma capacitação para a produção audiovisual e multimidiática, com base no uso de software livre, que ocorrerão de modo simultâneo a orientações sobre a educação científica, articuladas com as práticas pedagógicas desenvolvidas nas escolas e o trabalho realizado na universidade, em especial nos cursos de formação de professores. Assim, valorizamos o processo de produção a ser desenvolvido nas escolas, pelo que poderá intensificar o papel protagonista dos jovens e dos professores, construindo novas possibilidades para os sistemas educacionais que, articulando os conhecimentos e saberes emergentes das populações locais, promovem, através de um intenso e qualificado trabalho dos professores, a articulação com o conhecimento já estabelecido pela ciência contemporânea e com as culturas.

Impacto geral (3000 caracteres)

Ampliação do debate sobre mecanismos de popularização da ciência no Estado da Bahia e no Brasil, através da divulgação de resultados em eventos científicos, em especial organizados pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em fóruns científicos nos campos da ciência da computação, comunicação e educação;
Geração de subsídios para a promoção de políticas públicas educacionais, de ciência e tecnologia, através da divulgação de resultados em espaços de reflexão e definição de políticas e da produção de relatórios e artigos técnico-científicos;
Abertura de campos de investigação e fortalecimento da linha de pesquisa em Educação, Comunicação e Tecnologias, com ampliação do arcabouço teórico, prático e metodológico do grupo, bem como da integração de suas ações de extensão, pesquisa, formação na graduação e pós-graduação;
Difusão de conteúdo científico no sistema público de ensino, através da disponibilização das produções para as redes de tv pública, universitária, comunitária e outras, bem como a disponibilização na internet;
Familiarização da comunidsade escolar com temas da ciência e tecnologia, através da realização de ostras períodicas das produções para o público associado a cada instituição parceira, bem como através do envolvimento dessa comunidade no processo de produção, a partir de difentes formas de participação;
Popularização da proposta de associação do conteúdo científico e o movimento cultural hip-hop, com a participação em concursos, prêmios, festivais e demais oportunidades de disseminação da produção realizada;
Ocupação ostensiva dos canais abertos de comunicação social;
Alimentação de acervos físicos de bibliotecas públicas e escolas, com a gravação e distribuição da produção e ferramentas de produção em CD e DVD;
Continuidade e sustentabilidade da proposta, com base na criação de mecanismos de interação que articulem os jovens em redes de comunicação interativa para a trocas livre informação e produção colaborativa de conhecimentos;
Consolidação de uma comunidade virtual de aprendizagem, aberta e dedicada ao tema do projeto, envolvendo sujeitos ligados à universidade e à escola;
Capacitação técnica-científica de recursos humanos através da qualificação contínua de graduandos, mestrandos e doutorandos que fazem parte dos grupos de pesquisa envolvidos com a pesquisa;
Produção de teses, dissertações, monografias e trabalhos de conclusão de curso de graduação;
Aproximação entre jovens da educação básica e estudantes universitários, com a ampliação do horizonte de estudos dos jovens e estímulo a continuidade dos estudos;
Multiplicação do processo de formação de professores e jovens para outras escolas públicas.

Infra-estrutura disponível (3000 caracteres)

A Faculdade de Educação - FACED está instalada no campus do Canela em Salvador/Bahia num prédio de três andares, disponibilizando para o projeto a sua Biblioteca Anísio Teixeira, responsável pelo acervo bibliográfico e multimediático e o Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação, composto pelo: ÉduCANAL? , canal interno de televisão da Faculdade, integrado à TV UFBA e ao Canal Universitário, responsável pela organização da videoteca da Faced e pela produção de vídeos; Rádio Faced Web, rádio da Faculdade, funcionando 24 horas por dia no endereço http://www.radio.faced.ufba.br, fruto de projeto de pesquisa com bolsistas de Iniciação Científica apoiados pelo CNPq e FAPESB; Servidores de rede da FACED, com rede em cabeamento estruturado de dados e voz; dois laboratório de informática de acesso aberto aos alunos de graduação e pós-graduação além dos Tabuleiros Digitais, espalhados pela unidade com acesso livre à internet. O grupo de Pesquisa "Educação Comunicação e Tecnologias" (GEC), de onde nasce essa proposta conta com o trabalho de pesquisadores, inclusive bolsistas de iniciação científica, interessados na temática e projetos em desenvolvimento que garantem condições para o desenvolvimento integrado das ações, disponibilizando espaços, equipamentos e infra- estrutura de trabalho e recursos humanos que estão envolvidos em ações interdependentes. O grupo cria uma condição fundamental para a proposta que é a possibilidade de um trabalho contínuo com a colaboração de uma massa crítica de pesquisadores de diferentes níveis de qualificação e de modo multidisciplinar. As escolas envolvidas, as quais também integram a RIPE disponibilizam seu espaço físico e colaboram com a toda a logística de realização da formação dos jovens.

Objetivo geral

Estimular o interesse de jovens pela ciência e tecnologia, visando a sua popularização, considerando a relevância da educação científica a melhoria da qualidade e fortalecendo o trabalho realizado pelos professores em escolas públicas na Bahia.

Objetivos específicos

Fortalecer, dar apoio e articular o trabalho realizado por professores da escola pública para o acesso e produção ao conteúdo da educação científica;
Integrar ações em andamento na universidade e na escola que possam servir à finalidade de popularização da ciência e tecnologia;
Produzir uma intervenção ampliada no espaço-tempo da educação para a ciência nas escolas;
Promover oportunidades de formação para a ciência e tecnologia entre jovens das escolas públicas do Estado da Bahia;
Garantir a multiplicação de ações de formação entre jovens, no interior de cada escola e entre escolas da rede pública de diferentes níveis;
Promover um trabalho articulado com o universo cultural do jovem, potencialziando a sua participação e protagonismo;
Criar condições para a integração de jovens e professores da escola pública em redes de troca de produção e conhecimento e informação com o uso das tecnologias digitais;
Formar agentes multiplicadores da educação científica na escola;
Incitar o interesse e a curiosidade de jovens pela ciência e tecnologia;
Criar condições para a produção coletiva e colaborativa de conteúdo por estudantes e professores, através de um processo de formação de redes de conhecimento entre as escolas participantes, que permitam a troca e utilização do conteúdo produzido;
Colaborar com a RIPE, difundindo o conteúdo produzido pela escola através do sistema de intercâmbio de produções que está sendo investigado/desenvolvido;
Despertar a atitude investigativa nas salas de aula e na escola como um todo, desenvolvendo o pensamento crítico dos jovens, contribuindo para a reflexão sobre sua realidade.

Justificativa e questão(ões) a ser(em) abordada(s) (5000 caracteres)

O problema da popularização da ciência e tecnologia no Brasil é parte de um cenário complexo, estando ligado ao conjunto de mazelas acumuladas pelo sistema educacional ao longo de anos. Convivemos com uma heterogeneidade de situações que acabam por impedir o exercício da cidadania numa socieadade cada dia mais organizada com base no conhecimento. ..

Com a complexificação dos desafios enfrentados pelas sociedades, o exercício da cidadania torna imprescidível que os conhecimentos científicos e tecnológicos sejam democratizados. Há necessidade de abordar as relações entre ciência e sociedade; o ensino de ciência e tecnologia na escola, condições, limites e possibilidades; história e filosofia da ciência; grandes personaldiades da ciência; as relações entre ciência e vida, ciência e cotidiano, ciência e cidade, entre outros temas; vivenciando a ciência e tecnologia.

A transmissão de informações sobre ciência e tecnologia há muito tempo não é prerrogativa da escola. Os meios de comunicação se empenham em veicular conteúdos nesse campo, muitas vezes despertando a curiosidade de segmentos da população, bem como instruindo e colaborando para o avanço da compreensão do mundo. Entretanto sabermos que a simples veiculação não é suficiente para uma mudança de postura do sujeito e para a sua formação plena. Acreditamos que uma educação para a ciência não pode reduzir o papel do jovem a um consumidor de informações, compreendemos que estes são produtores de informação e a sua vivência é parte essencial de um processo de formação plena. Isso significa que não é suficiente conhecer e reproduzir as informações veiculadas, mas estudante precisa compreender e modificar a sua visão de mundo.

As exigências postas aos sujeitos da contemporaneidade...

Como espaço específico de educação, a escola tem um papel fundamental para a popularização...

fortalecer a escola é dinamizar e ampliar as oportunidades de uma educação científica... que não ocorrerá plenamente sem que escolas e seus agentes estejam integrados em rede

No sentido do avanço dessa noção de rede e do pontencial do uso das TIC como estruturantes de novas relações sociais para a produção de conehcimento, destacamos as contribuições esperadas como resultado da RIPE, um projeto que passou a contar com apoio da FAPESB em 2008. Trata-se do Projeto de Pesquisa sobre Produção colaborativa e descentralizada de imagens e sons para a educação básica: criação e implantação da RIPE - Rede de Intercâmbio de Produção Educativa. O objetivo é fortalecer escolas, professores e alunos para serem produtores de culturas e conhecimentos, através da implantação de núcleos de produção de vídeos e aúdio em cada uma das cinco escolas iniciais do projeto, distribuídas na Bahia pela Região Metropolitina, Recôncavo e Semi-árido. O que a RIPE pretende é a integração das diversas mídias e suportes, com o objetivo de transformar cada escola, cada professor e cada aluno, individualmente e no coletivo, em produtores de culturas e conhecimentos e não meros consumidores de informações. Busca-se, assim, intensificar o papel protagonista dos jovens e dos professores, construindo novas possibilidades para os sistemas educacionais que, articulando os conhecimentos e saberes emergentes das populações locais, promovem, através de um intenso e qualificado trabalho dos professores, a articulação com o conhecimento já estabelecido pela ciência contemporânea e com as culturas. Contando com a força de um trabalho integrado entre as ações em desenvolvimento no GEC, o presente projeto busca valorizar o protagonismo e autonomia dos jovens diante do desafio de popularização da ciência. Tais características da juventude são consideradas uma condição fundamental para que eles vão além de sua própria familiarização com os temas científicos e tecnológicos e se tornem agentes de popularização da ciência e possa envolver outros jovens nessa dinâmica, multiplicando conhecimentos e tornando a ciência e tecnologia um tema cada dia mais familiar e parte de sua experiência consciente e crítica e de sua atuação como cidadão.

Dada a necessidade de criar canais de comunicação com os jovens, propomos a articulação do trabalho com o movimento hip-hop. Nesse sentido, iremos contar com a experiência da Rede Aiyê Hip-Hop, fundada em 2001 através da articulação entre diversos grupos envolvidos com esse movimento em Salvador e Lauro de Freitas. A organização envolve posses (associações comunitárias), núcleos temáticos, grupos artísticos e culturais, além de indivíduos, que se caracterizam como militantes, simpatizantes ou colaboradores do movimento e é composta por mais de duzentos integrantes. Cada grupo, posse ou núcleo envolvido na Rede possui independência própria sobre a forma de organização, estruturação e funcionam em diversas comunidades, desenvolvendo ações de relevância social nos segmentos municipais, estaduais e nacionais. Em âmbito municipal já desenvolveu, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, atividade sócio-cultural contra o racismo e a violência no carnaval de Salvador 2005; organizou Sessão Especial com a finalidade de sensibilizar o poder público a apoiar iniciativas que beneficiem o Movimento priorizando a construção da Casa do Hip-Hop; organizou debates com representações do hip-hop nacional, com os artistas e ativistas GOG, Nino Brown, Nelson Triunfo, HT Blue, Aliado G; manteve representação na Conferência da Igualdade Racial; possui representações que atuam em rádios comunitárias; mantém representações em eventos ligados ao Hip-Hop Nacional; desenvolve ações no presídio Lemos de Brito, através do Projeto “S.O.S Presídio”. A Rede Aiyê é a única organização do Movimento Hip-Hop que reconhece o hip-hop a partir de duas vertentes: a cultural – compreende a profissionalização dos artistas de rap, breaking, graffiti e DJ, independente de um movimento social - e a vertente social – compreende a utilização das quatro linguagens artísticas como forma de provocar uma transformação social, a partir da politização e conscientização da sociedade.

A otimização de esforços aponta para a integração do trabalho e colaboração entre agentes sociais. Então esse projeto ganha sentido com a realização de ações integradas desenvolvidas pela universidade, escolas e outras organizações. com isso aumentamos a viabilidade da promoção de mudanças no cotidiano das escolas do ponto de vista da educação científica. Esperamos que os produtos e processos desenvolvidos possam colaborar para ampliar o direito dos jovens de participarem ativamente da sociedade atual, que tem na sua base a legitimação dos processos científicos e tecnológicos

Metodologia

Para o desenvolvimento da produção audiovisual e multimídia nas escolas por alunos e professores, sustentados por dois eixos norteadores que irão conduzir o campo das ações: A autoria – os alunos devem produzir conforme as suas culturas, estéticas e demandas individuais ou coletivas, e a inovação – compreendendo, neste sentido, a ruptura com as estéticas e padrões culturais, educativos e comunicacionais já estabelecidos pela mídia e pelas escolas.

Em consonância com a prática pedagógica curricular desenvolvida nas escolas e com as ações integradas desenvolvidas pelo RIPE e os núcleos de produção implantados nas escolas, serão formados grupos de jovens, acompanhados por professores, que serão envolvidos nos seguintes processos: 1.Foruns de discussão sobre ciência e cidadania 2.participação em oficinas de produção de materiais multimídia 3.Programa de acompanhamento e orientação dos jovens para a mobilização social na escola e fora dela

  1. programa de gestão tecnológica compartilhada para atuação nos núcleos de produção da RIPE e na reflexão sobre a prsença das TIC na escola
5.visitas a instituições públicas e privadas que fazem parte da RIPe e outras de interessa para a educação científica (museus e centros de ciência, universidades, laboratórios, etc.) 6.convivência com estudantes de diferentes instituições e níveis para a troca de conhecimentos livres 7.interação contínua através da internet

ao longo desses processos serão realizadas atividades como: Ciclos de palestras videoconferências conferência eletrônica (lista de discussão) encontros virtuais (chat e messeger) Pesquisas de campo seminários e mostras estudos em grupo sessões de filmes e debates oficinas visitas de campo intercâmbio regional participação em evento festival escrita de relatórios (diários, mensais e semestral) intervenção socio-cultural produção de material impresso produção de vídeo produção de páginas web produção de programas de rádio pordução de imagem e projetos gráficos navegação na internet (análise de sites) leitura e discussão de textos

Revisão de literatura

Inúmeras mudanças e turbulências estão marcando o período de transição entre o século XX e o XXI, particularmente por conta do forte desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), pelo desenvolvimento das ciências da computação, com destaque para as pesquisas no campo da Inteligência Artificial e do vertiginoso incremento da rede internet, trazendo radicais modificações na forma como se vem produzindo os conhecimentos, conceitos, valores, saberes e de como as relações entre as pessoas e as máquinas se (re)significam, impulsionadas pela (oni)presença dessas tecnologias da informação e comunicação. Vivemos a chamada sociedade em rede (CASTELLS, 1999), estejamos ou não conectados a computadores e à internet, tendo em vista a interdependência entre várias áreas e setores sociais. Isso tem trazido, para as políticas públicas, um grande desafio: quem são os conectados e o que eles fazem? Contraditoriamente, ainda convivemos com o modelo de pirâmide social, no qual uma grande base de excluídos sustenta alguns poucos privilegiados situados no topo. Isso ocorre mesmo com iniciativas de políticas públicas de implantação de telecentros, infocentros, pontos de cultura e os programas de introdução de computadores nas escolas. Ainda percebemos que os conectados, no Brasil, são, em grande maioria, os que estão nas camadas mais altas da sociedade. As desigualdades identificadas a partir dos dados divulgados recentemente pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (RITLA) em conjunto com o Instituto Sangari e o Ministério da Educação, são preocupantes; o maior percentual de internautas se encontra no Distrito Federal (41,1%), seguido por São Paulo (29,9%) e Santa Catarina (29,4%). Os menores valores foram os de Alagoas (7,6%) e Maranhão (7,7%). A distância que separa o grupo de menor renda (0,5% de acesso) do grupo de maior renda (77% de acesso) é bem maior ainda: 154 vezes. Outro dado que merece destaque é que os tais espaços públicos - escolas e centros gratuitos de acesso para a população beneficiam, pelo menos até agora, em maior medida, os grupos já privilegiados. Nos grupos de menor renda o acesso via centros gratuitos é de 0,6%, na faixa de renda mais elevada esse índice ultrapassa 4%. Entre os estudantes do ensino fundamental, só 2,5% dos mais pobres usaram computador na escola. Esse índice sobe para 37,3% no grupo de alunos de maior nível de renda. No entanto, os primeiros resultados dessas políticas da chamada inclusão já são evidentes. Dados do Instituto Data Folha publicados recentemente apontam que são 28 milhões de pessoas que têm acesso à internet através de espaços públicos, como telecentros e escolas. Portanto, o desafio está posto: é imprescindível pensarmos em políticas de conexão que incluam, além das necessárias máquinas, o acesso à internet - agora já escrita com o i minúsculo! - com velocidade alta, para possibilitar a todos o acesso aos recursos multimídias trazidos pelo intenso movimento de convergência tecnológica e uma apropriação mais criativa dos meios digitais. Banda larga para todos, deveria ser o novo lema, sem dilema! Rede, portanto, passa ser a palavra de ordem mas, um cuidado precisa ser tomado: a rede não está, e não poderá estar, restrita a uma estratégia de ação, que tem sido a dominante, de ser implementada como forma de acomodação ao violento sistema excludente em vigor no mundo contemporâneo, numa perspectiva "broadcasting" de tudo produzir e distribuir de forma centralizada, apenas beneficiando-se da infraestrutura tecnológica disponível. Necessário se faz, para melhor analisar essa situação, olhar um pouco sobre alguns setores que já, efetivamente, se constituíram como verdadeiras redes e o que elas significam. Um desses setores é o sistema midiático, que articulando de forma intensa produção de cultura, produção simbólica e de discursos, se apropriou de forma magnânime das tecnologias de informação e comunicação e, com isso, domina o mundo. Os dados são claros: sete famílias e grupos (Marinho, Civita, Abravanel, Frias, Saad, Mesquita e Igreja Universal) controlam 80% das i n f o r m a ç õ e s l i d a s e m p a p e l , a s s i s t i d a s n a T V o u o u v i d a s e m r á d i o . ( f o n t e : http://www.revistaforum.com.br/sitefinal/ColunistasIntegra.asp?id_artigo=1071). Mais do que isso, esses grupos "ampliam os seus tentáculos para diversos outros ramos não tradicionalmente associados à mídia, abrigando, agora, emissoras de rádio, televisões, produção de revistas, jornais, livros, gráficas, multimídia, cinema, internet, telecomunicações, música, parques temáticos e mesmo instituições financeiras (PRETTO, 2000, p.30). E, com a implantação do sistema de televisão digital no Brasil, isso tende a se intensificar. A implantação no país do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVDT) associado à implantação da Rede Pública de Televisão pode se constituir em um novo e importante espaço para o fortalecimento da produção cultural e educacional brasileira, desde que sejam estimulados os diversos produtores locais. Em função da concentração dos (poucos) pólos produtores de produtos videográficos, necessita-se de um estimulo à produção descentralizada de forma a possibilitar que o SBTVD e a Televisão Pública do Brasil tenha possibilidade de refletir as diversas culturas e regiões do pais. Se isso não acontece, ao cidadão restará - como de fato hoje acontece - viver a sensação de estar integrado ao planeta, tão somente porque sabe o que está acontecendo longe de seu próprio contexto de vida local. Isso, seguramente, é bom mas, é muito, muito pouco. Nesse caso, é preciso que questionemos sobre os limites de ter acesso ao mundo de informações como quem acompanha um espetáculo, sendo um mero espectador. É isso o que queremos? Novamente, seguramente não. Produzir: eis a questão Produzir informação e conhecimento passa a ser condição para transformar a atual ordem social. Produzir de forma descentralizada. Produzir de maneira não formatada ou pré-concebida. Produzir e ocupar os espaços, todos os espaços, através das redes. Assim, a apropriação da cultura digital passa a ser fundamental, e já indica um processo crescente de reorganização das relações sociais mediadas pelas tecnologias digitais, afetando em maior ou menor escala todos os aspectos da ação humana. Isso inclui reorganizações da língua escrita e falada, as idéias de um grupo, crenças, costumes, códigos, instituições, ferramentas, métodos de trabalho, a arte, a religião, a ciência, enfim, todas as esferas da atividade humana. Até mesmo os aspectos mais pessoais como os rituais de namoro e casamento, entre outras práticas, têm a sua regulação alterada dado as novas formas de interação vivenciadas na cultura digital. (ASSIS, 2007). A liberdade de acesso, produção e uso de informações têm sido consideradas no contexto mais geral de produção da cultura e de bens culturais e, com isso, estimulado e potencializado as possibilidades de produção descentralizada, em rede, que, ao mesmo tempo, trazem o tema dos direitos autorais para o centro da discussão sobre a cultura digital. As novas formas de licenciamento e gestão de conteúdos, a exemplo do Creative Commons, abrem perspectivas diferentes à de considerar a informação como uma propriedade privada que será usada para a obtenção de lucros, como mais uma mercadoria. (SILVEIRA, 2006). A cultura digital é um espaço aberto de vivência dessas novas formas de relação social no espaço planetário. O exercício das mais diversas atividades humanas está alterado pela transversalidade com que se produz a cultura digital. As dimensões de criação, produção e difusão de idéias são potencializadas pelo modo como as diferentes culturas se manifestam e operam na sociedade em rede, podendo se constituir naquilo que o filósofo francês Pierre Lévy chama de inteligência coletiva (LEVY, 1993), dinâmica e operante, que tem como referência uma outra perspectiva de atuação e produção das identidades dos sujeitos social, ampliando o potencial criativo do cidadão. A implantação de políticas públicas que favoreçam essa explosão de produção são absolutamente fundamentais. Esse processo demanda um corajoso ato de desregulamentação das formas de financiamento para viabilizar o apoio à variedade de grupos, organizados ou não, para que os mesmos possam se apropriar criativamente dos meios digitais e seus objetos e, com isso, produzir mais. Mas isso não significa produzir mais do mesmo e sim produzir o diferente. No entanto, as tentativas de organizar excessivamente esse processo produtivo podem ser perigosas e podem contribuir com o seu engessamento. Ao mesmo tempo, essa produção necessita se relacionar e coexistir com a poderosa mídia, que tudo formata, e talvez aí resida o nosso maior desafio. Considerar as possibilidades de transformação social a partir da produção de informação e conhecimento, no contexto da cultura digital, é evidenciar o vínculo entre cultura e educação, uma condição necessária para que as mudanças se dêem de modo irreversível e significativo. No campo da educação, formulamos a idéia de que a incorporação destas tecnologias não pode se dar meramente como ferramentas adicionais, complementares, animadoras dos tradicionais processos de ensinar e de aprender. As tecnologias necessitam ser compreendidas como elementos fundantes das transformações que estamos vivendo (PRETTO, 1996) buscando ser incorporadas através de políticas públicas para a educação que ultrapassem as fronteiras do próprio campo educacional, para com isso poder trabalhar na perspectiva do fortalecimento das culturas e dos valores locais. Necessitamos superar a perspectiva instrumental - mais uma ferramenta a disposição do professor - o que desde 1996 buscamos mostrar ser insuficiente para os desafios atuais no campo da educação e que tem se mostrado realmente insuficiente enquanto perspectiva teórica que possa dar conta das transformações que estão sendo postas e propostas para as escolas. As novas possibilidades de superação dessa situação, requerem uma articulação maior entre as políticas públicas. O que temos observado é que as diversas políticas públicas implementadas - ou minimamente pensadas - nos últimos anos no Brasil não partiram do pressuposto de que o acesso à estas tecnologias demandavam ações mais amplas e concretas. O que se percebe são ações pouco articuladas que trouxeram relativos avanços na oferta de acesso, mas pouco avançaram no estabelecimento de uma maior articulação destas mesmas ações com a educação. O acesso às tecnologias é fundamental mas, também ele precisa ser qualificado. A presença de tecnologias mais simples, como os livros impressos, ou de outras mais avançadas, como os computadores em rede, produzindo novas realidades, demandam o estabelecimento de novas conexões que as situem diante dos complexos problemas enfrentados pela educação, sob o risco de que os investimentos não se traduzam em alterações significativas de questões estruturais da educação. Conexões que favoreçam a cada cidadão poder efetivamente participar do mundo contemporâneo não na perspectiva de ser treinado para usar o computador ou qualquer outra tecnologia. O computador, o rádio, a tv, a internet e as mídias digitais precisam estar presentes na escola concorrendo para que essa deixe de ser mera consumidora de informações produzidas alhures e passe a se transformar - cada escola, cada professor e cada criança - em produtores de culturas e conhecimentos. Cada escola, precisa responder criticamente às mudanças sofridas no contexto atual, passando, assim, a ser um espaço de produção, ampliação e multiplicação de culturas, apropriando-se das tecnologias. Contemporaneamente, essa incorporação passa por um outro desafio científico e político que é o da adoção do software livre como elemento estimulador e propiciador da introdução de uma lógica colaborativa. A colaboração e o trabalho em rede são características fundamentais do movimento software livre e, ao mesmo tempo, são princípios necessários para a educação, podendo a escola, também ela, assumir mais efetivamente esse perspectiva colaborativa a partir da intensificação de trabalhos coletivos e em rede. Com isso, intensifica-se uma perspectiva de produção permanente de novos conhecimentos, a partir das demandas dos próprios contextos, possibilitando, através das redes, a criação de uma malha de permuta e interação de alta sinergia, também essa de grande importância para a educação. A articulação entre a cultura digital e a educação se concretiza a partir das possibilidades de organização em rede, com apropriação criativa dos meios tecnológicos e produção de informações, valores, práticas e modos de ser, pensar e agir, o que implica na possibilidade de transformação social. Do ponto de vista tecnológico, o que vislumbramos para um futuro que já é presente, é a necessidade de políticas públicas que garantam às escolas, grupos comunitários e a qualquer cidadão o acesso livre a estes equipamentos, criando condições para a produção e consumo de informação e, com isso, termos a possibilidade de sonhar como Anísio Teixeira, que em 1963 já afirmava que as escolas do futuro mais se pareceriam com emissoras de rádio e televisão (TEIXEIRA, 1963). Será distante, ainda, esse futuro? Esse projeto se propõe a demonstrar que esse futuro poderá não ser tão distante assim.

Mecanismos de transferência de resultados

Divulgação de resultados em eventos científicos nos campos da ciência da computação, comunicação e educação; Divulgação de resultados em espaços de reflexão, e definição de políticas públicas para o campo da educação, cultura, ciência e tecnologia; Fortalecimento da linha de pesquisa em Educação, Comunicação e Tecnologias, com ampliação do arcabouço teórico, prático e metodológico do grupo, bem como da integração de suas ações de extensão, pesquisa, formação na graduação e pós-graduação; Produção de relatórios parciais e final, bem como de artigos técnico-científicos; Disponibilização de códigos do sistema, conforme princípios do software livre; Licenciamento flexível das obras produzidas (creative commons); Disponibilização do conteúdo produzido para as redes de tv pública, universitária, comunitária e outras; Mostras períodicas das obras para o público associado a cada instituição parceira; Participação em concursos, prêmios, festivais e demais oportunidades de disseminação da produção realizada; Veiculação dos objetivos e resultados do projeto através dos diversos canais de comunicação social; Gravação e distribuição da produção e ferramentas de produção em CD e DVD para composição de acervos físicos em bibliotecas públicas, escolas e Pontos de Cultura; Produção de manuais para o uso das ferramentas pesquisadas e desenvolvidas para acesso às informações necessárias à produção de áudio e vídeo; Constituição de uma comunidade virtual de aprendizagem, aberta e dedicada à produção audiovisual com os meios digitais; Capacitação técnica-científica de recursos humanos através da qualificação contínua de graduandos, mestrandos e doutorandos que fazem parte dos grupos de pesquisa envolvidos com a pesquisa; Produção de teses, dissertações, monografias e trabalhos de conclusão de curso de graduação; Multiplicação do processo de formação de professores e jovens para outras escolas públicas.

Referências bibliográficas

A L V E S e t a l . T r a b a l h o C o l a b o r a t i v o n a / e m r e d e . 2 0 0 3 . D i s p o n í v e l e m <http://www.comunidadesvirtuais.pro.br/colaborativo/index.htm>. Acesso: 06 set. 2007. ARAUJO, Maristela M. S. O desenho didático interativo na educação online e a prática pedagógica no ambiente virtual de aprendizagem: um estudo de caso, UFBA/FACED, dissertação de mestrado, 2007. ASSIS, Alessandra Santos Professores em rede: o desafio das Universidades Públicas para a Formação Superior de Professores da Educação Básica com o Uso das Tecnologias da Informação e Comunicação, UFBA/Faced, tese de doutrado, 2007. BARBIER, René. A pesquisa-ação. Trad. Lucie Didio. Brasília: Editora Plano, 2002. BONILLA, Maria Helena Silveira; PICANÇO, Alessandra de Assis. Construindo novas educações. In: Nelson De Luca Pretto. (Org.). Tecnologia e novas educações. 1 ed. Salvador: EDUFBA, 2005a. BONILLA, Maria Helena, Escola aprendente: para além da sociedade da informação. Rio de Janeiro: Quartet, 2005b. CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede - a era da informação: economia, sociedade e cultura, vol. 1. São Paulo: Paz e Terra, 1999a. CASTELLS, Manuel. A Era da Informação: economia, sociedade e cultura, vol. 3, São Paulo: Paz e terra, 1999b, p. 411-439 DIAS, Paulo. DIAS, Paulo. Comunidades de Aprendizagem na Web. Inovação, Lisboa, v. 14, nº 3, 2001, p. 27-44. F O L H A O N L I N E . E n t e n d a o q u e é a W e b 2 . 0 . 1 0 / 0 6 / 2 0 0 6 . D i s p o n í v e l e m http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u20173.shtml. Acesso em 29/10/2007. FRÓIS, Katja Plotz. Uma breve história do fim das certezas ou o paradoxo de Janus. Cadernos de Pesquisa Interdisciplinar em Ciências Humanas, nº 63, Florianópolis, Dezembro, 2004. Disponível em http://www.cfh.ufsc.br/~dich/TextoCaderno63.pdf . Acessado em 8 ago 2006. GUTIERREZ, F.; PRIETO, D. A mediação pedagógica: educação a distância alternativa. São Paulo: Papirus, 1994. KENSKI, V. M. Tecnologias de Ensino Presencial e a Distância. 2 ª ed. São Paulo: Papirus, 2004. LEMOS, André. Cibercultura: alguns pontos para compreender a nossa época. In: LEMOS, André e CUNHA, Paulo (orgs.). Olhares sobre a cibercultura. Porto Alegre: Sulina, 2003. LEMOS, André et al. Uma sala de aula no ciberespaço: reflexões e sugestões a partir de uma experiência pela internet. Disponível em: <http://www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/txt_col1.htm> Acesso: 03 mar. 2006. LÉVY, Pierre. As Tecnologias da Inteligência - O Futuro do pensamento na era da Informática, Trad. de Carlos Irineu da Costa. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993. __ A Inteligência Coletiva - por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo: Edições Loyola, 1998. __. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999. LUDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E. D. A Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. LUDKE, Menga. O trabalho com projetos e a avaliação na educação básica. In: JANSSEN, Felipe da Silva et al (orgs.). Práticas avaliativas e aprendizagens significativas em diferentes áreas do currículo. Porto Alegre: Mediação, 2003. MACEDO, Roberto Sidnei. A Etnopesquisa Crítica e Multiprreferencial nas Ciências Humanas e na Educação. Salvador: EDUFBA, 2000. __. Etnopesquisa crítica Etnopesquisa-formação. Brasília: Líber Livro Editora, 2006. MACHADO, Arlindo. Máquina e imaginário: o desafio das poéticas tecnológicas. São Paulo: EDUSP, 1993. NÓVOA, Antonio. Formação de professores e profissão docente. In: NÓVOA, Antonio (coord.) Os professores e sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1992. p. 15-33. PRETTO, Nelson. Uma escola sem/com futuro. Campinas: SP: Papirus, 1996. __ (Org.). Globalização & educação: mercado de trabalho, tecnologias de comunicação, educação a distância e sociedade planetária. 2. ed. Ijuí: Unijuí. 2000. (Série Terra Semeada) __. Desafios para a educação na era da informação: o presencial, a distância, as mesmas políticas e o de sempre. In: BARRETO, Raquel (org). Tecnologias educacionais e educação a distância: avaliando políticas e práticas. Rio de janeiro: Ed. Quartet, 2ª ed. 2003a. __. Ensinar bem é decidir na incerteza. In: Revista Nova Escola, nº163, jun/jul/2003b, p. 18. __. Desafios da Educação na sociedade do conhecimento. In: Folha de São Paulo, 30 maio 2006. RHEINGOLD, Howard. La Comunidad Virtual: Una Sociedad sin Fronteras. Gedisa Editorial. Colección Limites de La Ciência. Barcelona, 1994. SANTOS, Boaventura de Souza. Um discurso sobre as ciências. 12.ed. Porto: Edições Afrontamento, 2001. SERPA, Felippe. Tecnologia proposicional e as pedagogias da diferença. Noésis, Salvador, n. 4, p. 29-39,jan./dez. 2003. SILVA, Marco. Sala de aula interativa, 2ª ed. Rio de Janeiro: Quartet, 2001. SILVEIRA, Sérgio Amadeu. Exclusão digital: a miséria na era da informação. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2003. SILVEIRA, Sérgio Amadeu. Inclusão digital, software livre e globalização contra-hegemônica. In: SILVEIRA, Sérgio Amadeu e CASSINO, João. Software livre e inclusão digital.. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2003. TAPSCOTT, Don. Geração digital: a crescente e irreversível ascensão da geração net. São Paulo: Makron Books do Brasil Editora Ltda, 1999. TEIXEIRA, Anísio. Mestres do amanhã. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Rio de Janeiro, v. 40, nº 92, o u t / d e z , 1 9 6 3 . p . 1 0 - 1 9 . D i s p o n í v e l n a B i b l i o t e c a V i r t u a l A n í s i o T e i x e i r a : <http://www.prossiga.br/anisioteixeira/eng/artigos/mestres.html> Acesso em 27 de mar 2007.

Orçamento

Despesas de Capital:
equipamentos - 2.000,00
material bibliográfico nacional - 1.000,00

Despesas Correntes ou de Custeio:

Alimentação - 2.000,00
Material de consumo - 2.000,00
serviço de terceiros/manutenção de equipamentos - 2.000,00
transporte - 1.000,00

Bolsas de IC junior (25 bolsas/12 meses) - 30.000,00

Cronograma de atividades

meta
atividade
mês inicial
mês final

equipe executora

Alessandra Santos de Assis Edvaldo Couto Nelson Pretto

parceria

do texto de clarissa

METODOLOGIA (18000) O projeto apresenta uma metodologia participativa, onde as ações serão desenvolvidas a partir das decisões tomadas por um grupo formado por professores e pesquisadores do GEC – Grupo de Educação e Comunicação da Faculdade de Educação da UFBA, por professores e alunos das escolas participantes e por membros da rede Ayiê Hip-hop. Na primeira etapa do projeto, serão elaboradas oficinas que abordem temas como: autoria, identidade, diversidade e cultura, com o objetivo de despertar a reflexão crítica sobre as informações que consumimos versus a informação que produzimos e as suas semelhanças com os aspectos locais. A próxima palestra será sobre o movimento Hip-hop, onde será explicitada a sua forma de produção cultural, através da produção e reflexão social sobre aquilo que foi produzido. Em seguida, serão desenvolvidas oficinas de breaking, grafite, rap e DJ. Neste momento, o grupo poderá apresentar a demanda por outras oficinas que sejam pertinente ás realidades locais, tais como: embolada, cordel, entre outras. As oficinas, seguidas de reflexão, serão apresentadas na Semana de Ciência e Tecnologia. A partir das oficinas, as escolas realizarão as suas produções, que serão disponibilizadas em site específico da RIPE, para uso como material educativo no âmbito escolar.

REVISÃO DE LITERATURA (18000)

De acordo com Gohn (2001, p. 16), a educação, está ligada diretamente a outro conceito: o de cultura. Este conceito, definido de forma abrangente pela autora, traz destaque para a cultura política, visto que esta, somada com a educação, oferece elementos para se compreender a realidade e lutar para transformá-la. Uma vez que a educação está ligada à cultura, o processo educativo torna-se indissociável da contextualização cultural e social dos atores nele diretamente envolvidos. Desta forma, ou seja, através da cultura política, a educação se consolida como prática social, visto que é por meio dela que a sociedade possibilitará a formação de atores sociais esclarecidos.

Portanto, falar de cultura política é tratar do comportamento de indivíduos nas ações coletivas, os conhecimentos que os indivíduos têm a respeito de si próprios e de seu contexto, os símbolos e a linguagem utilizadas, bem como as principais correntes de pensamento existentes. (GOHN, 2001, p. 59).

É neste reconhecimento sobre si mesmo que o indivíduo estabelece uma relação com seu território. Para Santos (2002, pg 23) o sentimento de pertencimento a um determinado local ajuda significativamente na construção da identidade do sujeito. Neste sentido, o território passa a ser um espaço de trocas entre os ocupantes, que afirmam as identidades e estabelecem o sentido de grupo. “O território é o fundamento do trabalho, o lugar da residência, das trocas materiais e espirituais e do exercício da vida”. (SANTOS, 2002 pg. 23). Neste contexto, a valorização dos elementos simbólicos locais torna-se essencial para a realização do processo de troca com outros grupos, de outros territórios e outras culturas: “identidades locais entram em intersecção com outras fontes de significado e reconhecimento social, seguindo um padrão altamente diversificado que dá margem a interpretações alternativas. (CASTELLS, 2001, p. 79). Desta forma, a incorporação de novos elementos simbólicos encontrará ressonância em identidades fortalecidas. De outra forma, se encontramos grupos com a identidade fragmentada e bombardeados por elementos simbólicos que não encontrem representação no seu território, a introdução dos novos elementos pode não fazer sentido:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (18000)

CASTELLIS, Manuel. O poder da Identidade. 3.ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

GOHN, Maria Da Glória. Educação não-formal e cultura política. 2a Ed. São Paulo, Cortez, 2001.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Para um novo senso comum: a ciência, o direito e a política na transição paradigmática. Vol. I. São Paulo: Cortez, 2002.

JUSTIFICATIVA E QUESTÕES A SEREM ABORDADAS (5000)

“A cultura é também uma força, enquanto uma prática plena de significados. Ela demarca diferenças porque estas são produzidas no interior destas práticas de significações”. (GOHN, 2001 pg.35)

Usualmente, a mídia reproduz valores e representações sociais dos eixos de produção comercial, sobretudo Rio de Janeiro e São Paulo, elegendo padrões de beleza, regras de comportamento e modelos de cultura que, dificilmente, refletem a diversidade territorial brasileira. O vínculo comercial ainda é um forte determinante no desenvolvimento da chamada “grade” de programação o que acarreta, não só na concentração da produção no eixo Rio- São Paulo - e a sua veiculação em território nacional, determinando padrões éticos e estéticos – como no desenvolvimento de programas ditados pela audiência. Estes programas tendem a se afastar dos objetivos formativos e informativos, que deveriam nortear os meios de comunicação, e optar pela fórmula de entretenimento agregado à venda de produtos. Distanciam-se, portanto, tanto das manifestações sociais regionais, como das produções culturais populares. No entanto, seria ingenuidade desconsiderar a relevância do significado da cultura para cada localidade e considerar a audiência a melhor forma de medição da qualidade do programa. Ao contrário: a alta audiência é muito mais a antítese da diversidade.

O controle através dos meios de comunicação – que pressupõem a uniformização da cultura, pois é guiado por uma estética regional que sufoca as pluralidades locais – corre o risco de encontrar um reforço nas escolas. Um exemplo disso são os livros didáticos que reverberam esses padrões regionais como se estes se aplicassem a qualquer lugar do território nacional. Neste sentido, o projeto RIPE-HOP reúne a experiência educativa da RIPE com a vivência cultural e comunicativa da Rede Ayiê Hip-hop, com o objetivo de incentivar a produção audiovisual e multimídia por professores e alunos das escolas públicas municipais e escolas comunitárias. A estética Hip-hop servirá como inspiração para ruptura com os padrões estéticos pré-estabelecidos – não como imposição de uma estética específica. Esta produção, alicerçada na autoria dos alunos e professores sobre temáticas relacionadas aos sujeitos produtores, será amplamente divulgada em site específico elaborado para o Intercâmbio das Produções Educativas. Este será, portanto, o início de uma intensa troca de conteúdo local entre escolas participantes da rede.

-- AlessandraPicanco - 30 Jul 2008

Página Inicial >> WebIncubadora
Editar Anexar Versões Mais...
Projeto Software Livre - Bahia
TableLess - Coerência, Simplicidade e Acessibilidade no código HTML TWiki - Ambiente Web Colaborativo %btXHTMLok% %btCSSok%
ultima revisão: r5 - 13 Aug 2008 - 17:35:01 - AlzianeSantos?     |     Copyleft Faced-UFBA