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Universidade Federal da Bahia

Pós-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação

Programa Institucioanl de Bolsas de Iniciação Científica

PIBIC

RELATÓRIO PARCIAL DE ATIVIDADES

1. IDENTIFICAÇÃO:

1.1 NOME DA BOLSISTA: Marildes Caldeira de Oliveira

1.2 NOME DO ORIENTADOR: Edvaldo Sousa Couto

1.3 TITULO DO PROJETO: O livro digital: usos, possibilidades e limites

1.4 PERÍODO TRABALHADO: Ago/2008 a fevereiro/2009

2. RESULTADOS PARCIAIS ALCANÇADOS E DISCUSSÃO :

A pesquisa em andamento tem o objetivo de investigar os hábitos e práticas de leitura dos livros/textos em versão eletrônica por parte dos professores e alunos do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia. Depois de extensas leituras dos referenciais bibliográficos levantados e da elaboração e aplicação do questionário on-line ao publico alvo foi possível notar que apesar de os professores e alunos da pós-graduação usarem ativamente a rede internet, de inserirem no seu cotidiano o uso das TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação), principalmente para melhorar a eficiência e a eficácia do seu trabalho acadêmico, quando o assunto é leitura digital há ainda certa resistência por parte da maioria. Alegam cansaço ocular, o hábito de escrever nas margens do papel, o apego a materialização do livro.

A maior parte afirmou que prefere imprimir o livro para uma leitura dita mais “confortável”. Leitura em ambiente digital preferencialmente de textos curtos.

Todos confirmaram compreender a importância das tecnologias para a democratização do conhecimento, afirmaram que existe um acesso mais rápido as informações, ressaltaram o aspecto dinâmico e o baixo custo. Mas a leitura mesmo continua quase sempre em material impresso.

Mesmo assim, pude perceber avanços significativos com o uso crescente de livros/textos em formatos digitais. Um dos novos hábitos identificados foi a busca por livros/ textos eletrônicos nas bibliotecas virtuais, nos sites de periódicos, CAPES etc. A justificativa para esse interesse é que o acesso aos documentos digitalizados facilita a investigação de atualidades dentro da área de atuação, apesar de buscarem mais artigos em vez de livros. Muitos destacaram ser fácil o acesso e que é surpreendente a facilidade para localizar o material desejado: basta, num site de busca, digitar palavras-chave para poder descobrir produções de vários cantos do mundo, com outras concepções culturais.

Outro ponto importante que pude perceber com as respostas do questionário on-line foi em relação a substituição no futuro de livros/textos impressos por livros/texto eletrônicos. Em relação a este ponto, todos afirmaram que não acreditam nessa substituição, ou pelo menos esperam que ela não ocorra, que a possibilidade de escolher opções de formas de leitura deve ser preservada. Apesar de alguns entenderem que talvez por questões econômicas e ecológicas essa substituição seja mesmo o destino. Apesar das vantagens que a leitura em formato eletrônico apresenta, como a concretização da função cognitiva da leitura, o baixo custo, a eficiência e rapidez no acesso e na transferência, seleção e organização em bancos de dados, uso de partes do texto sem necessidade de redigitação etc., os entrevistados destacaram que a versão impressa dos documentos ainda tem e terá por muitos anos seu papel garantido na sociedade, seja pela facilidade de manejo, portabilidade ou simplesmente pelo forte padrão cultural ainda existente.

Apesar do pouco entusiasmo encontrado junto a maioria do publico que forma o corpus da pesquisa, em relação a leitura de livros eletrônicos pude notar um crescente uso tanto por parte dos professores quanto dos alunos. Alguns chegaram a afirmar que já não se pode mais pesquisar sem recorrer a livros e textos eletrônicos. Parece que uma nova cultura, mesmo lentamente, se desenvolve entre professores e alunos.

Diante das informações colhidas, pode-se concluir que com o passar do tempo, e com o contato mais frequente, os hábitos dos leitores podem mudar expressivamente. Se os hábitos em relação a escrita mudaram bastante - todos afirmaram que passaram a escrever praticamente tudo direto na tela do computador - parece que consequentemente a leitura também se concentrará mais na tela.