Nos EUA, funcionário é demitido por fazer uso médico da maconha

Joseph tem um raro câncer que invadiu sua cavidade nasal e o cérebro, seu médico receitou maconha para o alívio das dores. Joseph vive em Michigan, onde a maconha é liberada para uso medicinal. Ele trabalhava para a rede Wal-Mart há cinco anos e foi demitido em Novembro de 2009 após ser reprovado numa testagem para avaliar uso de drogas entre os funcionários. Joseph, 29 anos, afirma que nunca trabalhou sobre o efeito da erva e possui uma credencial que prova ser usuário medicinal de maconha. Hoje em dia nos Estados Unidos são 14 estados que permitem uso medicinal de maconha, mas não protegem os pacientes contra as penalidades vindas de seus empregadores.

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Não existem estimativas nacionais de quantos usuários medicinais de maconha podem estar prestes a perderem seus empregos por usarem a substância como parte do tratamento. A Califórnia foi o primeiro estado a legalizar o uso médico da maconha e desde 2004 são 37.000 cartões com autorizações para o uso. Em Michigan , estado onde vive Joseph, estima-se que hajam 10.800 pessoas com cartões autorizando o uso. As leis federais do país proíbem que um funcionário seja demitido por razões de raça, religião ou gênero. Porém os usuários medicinais de maconha não são protegidos por essa mesma lei. Advogados afirmam que se uma emprese tem tolerância zero para política de drogas, eles podem demitir um funcionário. Especialistas em direito do trabalho afirmam que a maioria dos estados funciona desta forma, a não ser que seja elaborado um contrato especificando exceção para uso de maconha medicinal. Em 2008 a Suprema corte da Califórnia puniu empregadores que demitiram um veterano de guerra por usar maconha receitada por seu médico para melhorar dores crônicas nas costas. O veterano foi contratado por uma empresa de telecomunicações e demitido semanas depois que o teste deu positivo para o uso da substância. Joseph não decidiu se vai buscar ação judicial. Apesar de alguns estados terem legalizado o uso medicinal de maconha o governo federal continua banindo a substância. Muitos empregadores como a Wal-Mart afirmam estarem seguindo as leis federais. O porta-voz do Wal-Mart afirma que essa demissão de Joseph visa à segurança dos clientes. Professor da Universidade de Medicina de Harvard, Dr. Lester Grinspoon, afirma que o efeito da maconha desaparece algumas horas após o uso e que pacientes que usam maconha medicinal frequentemente criam tolerância para os efeitos. Pelo menos 16 estados estão considerando o uso medicinal durante a sessão legislativa, segundo a Conferência Nacional dos legislativos Estaduais. Mesmo os estados antes considerados conservadores nas políticas sobre drogas, como o Kansas e Alabama, estão reconsiderando suas posições. Recentemente a Associação Médica Americana pediu que o governo revisse a classificação da maconha, colocando a droga numa categoria menos restritiva.