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"As drogas, mesmo o crack, são produtos químicos sem alma: não falam, não pensam e não simbolizam. Isto é coisa de humanos. Drogas, isto não me interessa. Meu interesse é pelos humanos e suas vicissitudes."
Antonio Nery Filho

Especialistas declaram que o combate às drogas é um fracasso

por Yuri Rosat em

A 18ª Conferência Internacional sobre AIDS, realizada em Viena e concluída em 23 de julho, resultou em uma declaração, assinada por alguns dos principais especialistas no tema, onde caracterizaram o combate às drogas como um verdadeiro fracasso nestes 50 anos.

A reunião, maior encontro de saúde pública do mundo, se realizou com o intuito de se debater a necessidade de atacar a epidemia que cresce velozmente entre usuários da Europa oriental, Rússia e Ásia. Apesar dos esforços da organização para divulgar a Declaração de Viena - que, entre outras coisas visa evitar a prisão de usuários de substâncias psicoativas -, quase não houve repercussão.

Enquanto a mudança dos combate às drogas é pouco comentada, a luta contra a AIDS é um assunto que interessa a muitas pessoas e ela vem perdendo força. Os recursos dos doadores diminuíram intensamente devido à recessão econômica e comenta-se que apenas um terço dos 33 milhões de infectados poderá contar com algum tipo de tratamento.

Muitos ativistas consideram o governo Obama como o principal culpado, devido à modificação de prioridades, colocando em primeiro plano a saúde materna e infantil.

Ainda de acordo com a declaração, a ilegalidade dos usuários de psicoativos os obriga a viver na marginalidade, escondidos, postura que potencializa a epidemia. Diante deste quadro, surge o exemplo português de legalização, que permite o porte de quantidade equivalente ao uso individual de uma semana da substância, seja ela maconha ou heroína. O Instituto CATO constatou que o índice de contaminação de AIDS caiu pela metade, bem como as mortes por overdose e, ao contrário do que se pensava, não se desenvolveu um turismo de drogas.

Apenas dois países reagiram à declaração: o Canadá rejeitou-a, ao contrário da Geórgia, cuja primeira-dama, Sandra Roelofs, assinou o documento em cerimônia pública.


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