Consumo entre jovens caiu nos últimos 6 anos
por Paula Boaventura em
O consumo de drogas ilícitas entre jovens estudantes das capitais brasileiras dimininuiu em cerca de 50% nos últimos seis anos, é o que aponta o
levantamento divulgado pelo governo federal no último dia 16. A pesquisa, coordenada pelo
Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas (CEBRID), baseou-se em questionários respondidos por 50.980 estudantes de 789 escolas públicas e privadas situadas nas 26 capitais brasileiras e Distrito Federal.
Parte de uma série histórica iniciada em 1987, o Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública e Privada nas Capitais Brasileiras, publicado este ano, é a sexta edição da série que desta vez também traz dados inéditos sobre o padrão de consumo entre estudantes de escolas privadas. De acordo com a pesquisa, alunos de instituições privadas tem um padrão de uso anual de drogas ilícitas maior (13,6%) que os da rede pública de ensino (9,9%).
Em comparação com os dados apresentados pelo levantamento anterior, realizado no ano de 2004, a pesquisa divulgada em dezembro apresentou uma queda de 49,5% no consumo de substâncias ilegais. Quanto às drogas lícitas, como o álcool e o tabaco, também houve uma redução no consumo, porém estas ainda figuram entre as mais consumidas, com um total de 52% de consumo ao ano.
A tendência de queda no consumo só é contrariada pelo aumento no consumo de cocaína. A pesquisa revelou um aumento de 0,2% no uso da substância (de 1,7% para 1,9%). Quanto ao uso do crack, houve uma diminuição de 0,3% (de 0,7% para 0,4%), sendo que o país, comparando o registro a dados de pesquisas similares em 16 países americanos e europeus, apresenta uma das menores taxas de consumo de crack a nível internacional.
Em Salvador, a média de consumo anual de álcool entre os 1.570 estudantes entrevistados é de 62,1%, superior à média nacional que é de 42,4%. Outro substância cujo consumo está acima da média nacional são os solventes, como loló ou cola de sapateiro. No Brasil, foi registrado um consumo anual de 5,2%, enquanto que a capital baiana apresenta uma taxa quase duas vezes maior, de 10,3%.
O uso de substâncias como a maconha, a cocaína e o crack entre os jovens soteropolitanos, apresentam porcentagens inferiores às nacionais, enquanto outras substâncias como opiáceos e alucinógenos não apresentaram registros de consumo.
fonte: CETAD Observa