O controle sanitário da importação de substâncias psicotrópicas no Brasil
por SEBASTIÃO, Patrícia Cristina Antunes em
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O objetivo principal foi analisar a etapa da importação que integra o controle sanitário
geral das substâncias psicotrópicas, realizado por meio da área de portos, aeroportos,
fronteiras e recintos alfandegados da Anvisa. Neste estudo, as substâncias psicotrópicas foram
entendidas como sendo os insumos farmacêuticos ativos constantes da lista B1 da Portaria nº.
344/98 e que necessitam da anuência da Anvisa, no sistema Siscomex, para serem
importados. Foram escolhidos por abranger os insumos mais utilizados no País. Trata-se de
uma pesquisa que envolveu dois procedimentos distintos. O primeiro deles visou à
identificação de informações relativas ao perfil das substâncias psicotrópicas importadas pelo
Brasil nos sistemas informatizados – Datavisa, Alice-web e Siscomex; o segundo focou o
controle sanitário exercido sobre a importação dessas drogas por meio de entrevistas semiestruturadas
com informantes-chaves e observação participante. Os dados foram coletados e
sistematizados por meio de análise de conteúdo, modalidade temática. Os resultados
apontaram uma significativa concentração das empresas importadoras; apenas cerca de um
terço das substâncias importadas estudadas correspondeu de fato a psicotrópicos; uma
discrepância entre a posição ocupada pelos países exportadores e fabricantes, em especial,
Uruguai e Suíça e, um controle bastante complexo que envolve um intenso processo
burocrático. Os principais pontos críticos do processo identificados foram: a utilização da
Nomenclatura Comum Mercosul (NCM) como identificador das substâncias que sofrem a
ação da vigilância sanitária; a precariedade do sistema de informação; a carência, tanto em
qualidade quanto em quantidade, dos recursos humanos; a deficiência de apoio laboratorial e
de infra-estrutura dos recintos alfandegados. A página eletrônica da Anvisa e a legislação
mostraram-se como pontos fortes, embora necessitem de aprimoramentos. Percebeu-se que,
apesar de se considerar que houve um avanço, muito ainda precisa ser feito para que o País
possa contar com um sistema de controle sanitário eficiente sobre a importação dessas
substâncias.