"As drogas, mesmo o crack, são produtos químicos sem alma: não falam, não pensam e não simbolizam. Isto é coisa de humanos. Drogas, isto não me interessa. Meu interesse é pelos humanos e suas vicissitudes."
Antonio Nery Filho
Autor | Ano | Local de Publicação | Local Tema |
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CASTO, Marcelo Jose de | 2003 | Campinas | Campinas |
Instituição de Origem | Estado Instituição | Instituição Responsável |
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Universidade Estadual de Campinas | São Paulo | Universidade Estadual de Campinas . Faculdade de Ciencias Médicas |
Formato da Obra | Formato Disponível | Número de Páginas![]() |
Idioma |
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Dissertação de Mestrado | Texto integral | 504 | Português |
Resumo |
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INTRODUÇÃO: O uso de drogas por adolescentes tem sido predominantemente abordado nos meios de comunicação e em ações preventivas pela ênfase ideológica do ?combate às drogas?, em detrimento da devida consideração dos fatores individuais e familiares e dos aspectos socioculturais de sua demanda e ocorrência. Considerada a importância dos papéis parentais na adolescência, objetivou-se investigar qualitativamente o tema na perspectiva da mãe do adolescente e formular hipóteses a respeito de fatores subjetivos possivelmente relacionáveis a dificuldades de prevenção do problema. MÉTODOS: Realizou-se estudo qualitativo e exploratório sobre uma amostra intencional, fechada por saturação e variedade de tipos, composta por 10 mães de adolescentes matriculados em instituição privada de ensino. Foram realizadas entrevistas semidirigidas de questões abertas, cujo conteúdo transcrito foi submetido à análise qualitativa de conteúdo temática e interpretado à luz de referenciais teóricos psicanalíticos e psicossociais. RESULTADOS: As entrevistadas evidenciaram uma visão predominantemente negativa do mundo e da sociedade em que vivem, bem como muitas angústias e dificuldades de reformulação do papel materno diante da sexualidade adolescente e das transformações físicas e emocionais da adolescência de seus filhos. Estes foram ambivalentemente percebidos como ingênuos e vulneráveis, para os quais a droga, reificada no discurso das entrevistadas, representaria um mal onipresente e um perigo iminente. Neste contexto, predominaram atitudes de medo e condenação das drogas ilegais e de discriminação dos seus usuários, reproduzindo aspectos ideológicos típicos do ?combate às drogas?. O consumo de álcool e tabaco revelou-se, porém, bem mais tolerado, enquanto o início dos problemas relacionados às drogas na adolescência foi predominantemente identificado pelas entrevistadas somente a partir do uso de maconha. CONCLUSÕES: O enfoque repressivo da ideologia de combate às drogas reproduziu-se na fala das entrevistadas, revelando-se prejudicial à sua percepção da amplitude e complexidade do problema, e comprometendo seu papel potencial na prevenção do uso de drogas por seus filhos. Os resultados do estudo indicam que a atenção às angústias maternas relacionadas à adolescência de seus filhos deve ser considerada na formulação de programas voltados para a saúde do adolescente e da família, e que as estratégias preventivas do uso de drogas na adolescência poderiam ser maximizadas através da abordagem dos aspectos psicodinâmicos e psicossociais do adolescente e de sua família. Algumas categorias e subcategorias formuladas indicaram possibilidades abertas para novas pesquisas quantitativas e qualitativas. As limitações do estudo foram assinaladas
Palavras Chave | Psicologia do adolescente , Psicologia , Familia , Psicologia social , Drogas , Meios de comunicação de massa , Drogas - Abuso |
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Link | Dissertação de Mestrado |
Referência para Citação | CASTRO. M. J. Adolescencia e drogas : um estudo clinico-qualitativo da perspectiva da mãe do adolescente. 2003. 504f Tese (Mestrado em Ciencias Médicas), Universidade Estadual de Campinas, São Paulo. |
Observação | Material linkado com o Sistema de Publicação Eletrônica de Teses e Dissertações - Biblioteca Digital UNICAMP |