"As drogas, mesmo o crack, são produtos químicos sem alma: não falam, não pensam e não simbolizam. Isto é coisa de humanos. Drogas, isto não me interessa. Meu interesse é pelos humanos e suas vicissitudes."
Antonio Nery Filho
Autor | Ano | Local de Publicação | Local Tema |
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LOPES, Maria Silvia | 1993 | Campinas | Campinas |
Instituição de Origem | Estado Instituição | Instituição Responsável |
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Universidade Estadual de Campinas | São Paulo | UNICAMP: Programa de Pós-Graduação em Saúde Mental |
Formato da Obra | Formato Disponível | Número de Páginas | Idioma![]() |
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Dissertação de Mestrado | Texto integral | 212 | Português |
Resumo |
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Este trabalho teve, como objetivo, o estudo de caracteristicas psicossociais de indivíduos contaminados pelo HIV, abordando principalmente o momento da comunicação do diagnóstico e as mudanças ocorridas em suas vidas desde então (hábitos, trabalho, relacionamentos, ganhos e perdas). Além disso, verificar a importância dos profissionais de saúde nesse processo de adaptação. Foram entrevistados 20 sujeitos HIV -positivos, em atendimento no Centro de Saúde-Escola e no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Os sujeitos confirmaram a importância do momento do diagnóstico e catorze referiram ter recebido comunicação adequada. Revelaram ter bom relacionamento com seus médicos clínicos e com os demais profissionais de saúde, o que os ajudava a lidar com a nova situação. Onze sujeitos estavam no grupo IV (segundo o CDC) ao receber o diagnóstico, um no grupo III e 8 no grupo II. No momento da entrevista, havia 4 sujeitos no grupo II e 16 no grupo III. Todos os sujeitos referiram se preocupar com seu estado de saúde, apresentando muita ansiedade ao surgimento de sintomas (que diminuía a eficácia do mecanismo de defesa da negação). Praticamente todos referiram mudança de hábitos com o objetivo de garantir melhor qualidade de vida. Dez sujeitos referiram ter sofrido perdas decorrentes do diagnóstico (principalmente no trabalho e nos relacionamentos) e nove sujeitos referiram ter obtido ganhos (relacionamento familiar e crescimento pessoal e espiritual). A maioria dos entrevistados referiu dificuldade para contar seu diagnóstico a outras pessoas, devido ao medo da rejeição e discriminação. Aqueles que conseguiram conversar a respeito receberam, na maioria dos casos, apoio e cuidado dos familiares e cônjuges. Para aqueles que escondem seu diagnóstico, é muito importante poder falar com os profissionais de saúde. Dez sujeitos eram usuários de drogas endovenosas e acreditavam que se contaminaram desta forma. Nove foram infectados através de relações sexuais e uma não soube dizer como se contaminou. Muitos deles (principalmente os usuários de drogas) referiram sentir culpa. Nas entrevistas os sujeitos puderam verbalizar a respeito de pensamentos, crenças e sentimentos a respeito da AIDS e do fato de estarem contaminados pelo HIV. Os dados obtidos podem servir de base para estudos mais aprofundados e para auxiliar os profissionais de saúde a compreender melhor seus pacientes e encontrar estratégias cada vez mais adequadas para o atendimento
Palavras Chave | AIDS (Doença) - Aspectos psicologicos - Aspectos sociais , Pessoal da area medica e pacientes , Psicologia clinica da saude |
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Link | http://cutter.unicamp.br/document/?code=000069742 |
Referência para Citação | LOPES, M. S. Estudo qualitativo de caracteristicas psicossociais de pacientes contaminados pelo HIV. 1993. 212F. Dissertação (Mestrado em Saúde Mental). Universidade Estadual de Campinas, São Paulo. |
Observação | Material linkado com o Sistema de Publicação Eletrônica de Teses e Dissertações - Bilblioteca Digital UNICAMP . |