CETAD UFBA

"As drogas, mesmo o crack, são produtos químicos sem alma: não falam, não pensam e não simbolizam. Isto é coisa de humanos. Drogas, isto não me interessa. Meu interesse é pelos humanos e suas vicissitudes."
Antonio Nery Filho

Consumo de Crack aumenta com a repressão à oferta de cocaína, diz PF

O aumento do consumo do crack é reflexo da eficiente repressão, a nível internacional, da oferta de cocaína, concluiu o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Luís Fernando Corrêa, durante a 27ª edição International Drug Enforcement Conference (IDEC), encerrada ontem. "O crack, por incrível e contraditório que pareça, é um sinal de sucesso de uma política mundial de repressão. Tem diminuído o acesso ao cloridrato (cocaína pronta para o consumo) e aí surge um subproduto tão maléfico e tão perigoso (como o crack). E as quadrilhas vão se adequando a esse mercado", afirmou Correa, conforme noticiado no Estadão.

Cerca de duas semanas antes, durante o Congresso da ONU que aconteceu em Salvador (BA), a secretária adjunta da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), Paulina Duarte, também justificou o aumento do consumo de crack como consequência da redução de oferta de cocaína. A cooperação com os governos da Colômbia, Uruguai, Paraguai e Bolívia, na repressão ao trânsito de drogas e de precursores químicos, segundo ela, influenciou no visível aumento do consumo de crack. “Como tem faltado elementos precursores para o refino [da cocaína], tem chegado no Brasil, especialmente via Bolívia, um grande volume de pasta base de cocaína, de crack, que vai às ruas e que passa a ser consumido também no Brasil”, explicou Paulina.


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