Eleições na UFBA
O mês de Abril foi marcado por dois processos eleitorais: o da escolha da nova direção do Diretório Central dos Estudantes - DCE e da nova administração central da UFBA, com consulta à comunidade universitária as vaga de reitor/a e vice.
Infelizmente, o que deveria ser um período de intenso debate sobre o futuro da nossa universidade com a disputa de projetos num momento fundamental de expansão e reestruturação na UFBA, não passou de processos despolitizados que em suma tocaram muito pouco nos interesses reais da comunidade acadêmica.
Se atendo as eleições do DCE, que neste ano passou por mudanças tanto estruturais, sendo em 03 dias, quanto em seu caráter mobilizador, pela falta de envolvimento dos/das estudantes no pleito, nós da gestão “Primavera nos Dentes”, chapa eleita com 2.682, identificamos que o processo das eleições não conseguiu envolver por dois motivos centrais: primeiro pela conjuntura que a universidade e por conseqüência o movimento estudantil passa hoje e segundo pela polarização das eleições em torno de duas das 05 chapas, 01 – Primavera nos Dentes e 03 – Amar e Mudar as coisas me interessam mais.
Da conjuntura é fundamental a analise que o ano de 2010 se tornou a consolidação do projeto REUNI, sendo a expansão ainda mais intensa neste período, com a ampliação do acesso, construção de novos prédios, conformação das áreas de concentração para os BI’s, entre outros. Isso combinado com as incertezas “culturais” de todo período de mudança e com a falta de dialogo do movimento estudantil com o conjunto de estudantes não organizados se tornou um elemento desmobilizador se pensarmos também que duas eleições no mesmo período (DCE e Reitoria), serviram mais para travar o diálogo do que para a construção em conjunto de projetos.
Sobre a polarização, nota-se que desde a campanha eleitoral houve chapas que preferiram fomentar o denuncismo à apresentar um projeto de universidade diferente da que combatemos. Sendo assim um espaço que deveria ser de disputa saudável se tornou palco de denuncias pessoais, agressões físicas e principalmente de quebra-quebra na sede do DCE ao final da apuração. É importante pontuar que a disputa era para ser feita em cima de propostas e ações de construção, exemplo disso foi nosso projeto de universidade apresentado numa plataforma que tinha como pontos centrais a permanência das classes populares, assim como a transparência nas contas da UFBA com o orçamento Universitário participativo e o fomento a integração da universidade com as comunidades e movimentos sociais, na perspectiva de descolonização do conhecimento.
Com isso fica a avaliação de que nossa gestão desde o principio começa desgastada, tanto pelos rumores de “fraudes” que logo caíram por terra com a realização do CEB – Conselho de entidade de bases, auto-convocado dia 06-05, com mais de 37 DA’s e CA’s que referendaram nossa vitória, quanto pelo fato do próprio clima da apuração.
Nossa tarefa agora torna-se muito mais que adquirir a confiança das/dos estudantes no movimento , que saiu desgastado destes períodos. Se faz necessário a implementação de um calendário de lutas que rearticule o M.E unificado em torno de pautas já apresentadas, como a luta pelo R.U. à R$ 1,00 real já, a implementação de postos de distribuição de refeições em todos os campis da UFBA, além da garantia de mais áreas de concentração para os BI’s e a priorização das demandas nos cursos noturnos.