A LUTA DAS MULHERES É A LUTA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL

Porque homens fazem engenharia e mulheres decoração? Porque só temos reitores e nenhuma reitora? Porque as mulheres têm de ficar em casa cuidando dos filho@s e os homens sair pra trabalhar? Todas essas relações são analisadas dentro da discussão de gênero. O estudo do Gênero é justamente o estudo das relações travadas socialmente entre homens e mulheres, mulheres e mulheres, homens e homens, relações sociais de poder onde a partir das diferenças de sexo tenta se justificar uma relação desigual entre esses sujeitos.

Essas imposições sociais de determinar papéis específicos geram uma disparidade muito grande no tratamento entre homens e mulheres. Foi sendo construída ao longo dos séculos a idéia de que a função da mulher é apenas a da reprodução, cuidar do lar e dos filhos confinando-a na esfera privada, e aos homens o trabalho da produção, o espaço público, como atividades religiosas, militares, laborativas etc. Às mulheres não é dado o direito de escolher que papel desempenhar na sociedade, oprimindo a mulher não permitindo a liberdade de fazer suas próprias escolhas.

Nós mulheres não buscamos inverter a situação e mudar os pólos da opressão, não é o objetivo da organização e luta feminista, isso se chama sexismo. Queremos ter liberdade de fazer nossas próprias opções, de dispor das nossas vidas de acordo com o que queremos e não de acordo com o que o resto da sociedade espera que façamos. Queremos o fim do machismo e de todas as outras formas de opressão que nos impedem de construir outro modelo da sociedade.

A mudança desse quadro passa pela organização das mulheres para intervir nos mais diversos espaços sociais, como o Movimento Estudantil. Essa organização pode se dar através da criação de espaços específicos para formulação de política e de auto-organização, assim como espaços mistos para que seja possível dar visibilidade à luta pela igualdade e dialogar com os homens a necessidade de lutarmos contra a opressão. Por isso, para fortalecer a intervenção das mulheres no M.E. é imprescindível a garantia de espaços nas entidades estudantis, a criação de diretorias e coletivos de mulheres. No DCE – Diretório Central d@s Estudantes existe a Diretoria de Gênero que cumpre esse papel de intervenção feminista na Universidade.

Mas é preciso ter cuidado para a formação política feminina não se fechar apenas no debate de opressão das mulheres, sem levar em consideração as outras discussões. É necessário que participemos das discussões de conjuntura, política econômica, Universidade Nova, assistência estudantil etc., para que nossa luta não fique limitada e possa perpassar todos os outros debates.

Gestão Quilombo Kizomba: Ousar Ser Diferente
2007-2008

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